quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Copa do Brasil

19h30




1 STA Santa Cruz-PE X Santa Rita RIT 1

Copa do Brasil

19h30



2 SAN Santos X Londrina-PR LEC 0

Noite de terror: soberano São Paulo, Fluminense e Inter eliminados

Uma superquarta inesquecível: o soberano São Paulo, o Fluminense e o Internacional caíram fora da Copa do Brasil, considerado por muita gente o caminho mais fácil para carimbar uma vaga na Libertadores.
Paulistas, cariocas e gaúchos fizeram questão de se unir num vexame histórico, num show de horrores, de mediocridade, e morreram aos pés de Bragantino (18º colocado na Série B), América de Natal (13º) e Ceará (líder).
No Morumbi (7.522 torcedores), o Tricolor poderia até perder por 1 a 0, já que havia vencido o Bragantino por 2 a 1 no primeiro embate, mas levou uma tremenda sapatada: 3 a 1, de virada, com direito a pelo menos duas ‘entregadas' do líder, artilheiro, cartola e goleiro Rogério Ceni.
Sem Kaká, Toloi, Douglas e Alan Kardec, o São Paulo saiu na frente, com um gol de Paulo Miranda no início da partida. O Bragantino não jogou a toalha e, 16 minutos depois, Cesinha empatou.
No segundo tempo, o Tricolor morreu numa cabeçada de Gustavo Carbonieri e num petardo de Guilherme Mattis.
Morrer na própria casa, aliás, está se tornando uma especialidade emocionante do São Paulo. Levou bala no mata-mata contra a Ponte (Sul-americana/13), a Penapolense (Paulistinha/14) e agora o Bragantino.
No ‘new Maraca' (4.355 pagantes), o Fluminense entrou cheio de gueri-gueri, certo que a classificação para as oitavas de final já estava garantida, pois havia entubado o América por 3 a 0, em Natal.
Poupou Conca e Wagner, entrou de salto alto e pimba na caxirola: apanhou de 5 a 2. Uma humilhação! Marcelinho, Max, Alfredo (2) e Pimpão saíram como heróis do time potiguar. Fred ‘Slater', que completou 200 jogos com a camisa do Flu, e Cicero marcaram para os cariocas. Agora, já sete eliminações para times pequenos em 18 participações.
Em Fortaleza, o Ceará voltou a dar uma rasteira no Saci colorado: 3 a 1. No jogo de ida, no Beira-Rio, havia faturado por 2 a 1. Ou seja, no placar agregado, uma piaba: 5 a 2. Magno Alves (2) e Bill garantiram o triunfo do Vovô num Castelão enlouquecido (48.548 pessoas). Valdivia descontou. Pela sétima vez o Internacional foi eliminado na terceira fase da Copa do Brasil.
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Urubu rei. Se dentro de campo o time está mais ameaçado pela segunda divisão do que o mico-leão-dourado de extinção, fora o Flamengo reina com sobras. Não tem para ninguém nas arquibancadas. O time detém 50,4% das preferências dos torcedores cariocas, de acordo com pesquisa do Instituto Informa (ouviu 1.281 pessoas). O Vasco aparece em segundo, com 18%, à frente de Fluminense (9,4%) e Botafogo (7,7%) - 1% torce por outras equipes e 13,5% não responderam. Entre a molecada de 16 a 19 anos, o Rubro-negro estraçalha: 61%.Uma vez Flamengo, sempre Flamengo... 
Sugismundo Freud. O silêncio fala muito e não comete erros.
Enxoval. O ex-jogador Deco arrumou um passatempo para engordar a xepa nossa de cada dia. Ele é um dos sócios do site ‘Bazar Sports', especializado em leiloar peças esportivas. A camisa usada por Neymar na estreia da Copa, por exemplo, rendeu R$ 5,3 mil. Agora, está na mira do martelo a vermelha do colombiano Zuñiga, que tirou Neymar do Mundial com uma joelhada nas costas. Os organizadores acreditam que o lance vencedor chegará a R$ 10 mil. O leilão virtual irá até o dia 25.
Zé Corneta. Legado da Copa nos estádios: cachorro quente - R$ 12; refrigerante - R$ 6; água mineral - R$ 7; picolé - R$ 6; pipoca - R$ 7.
Bem, amiguinhos. O Corinthians é um daqueles convidados que adoram roubar a cereja do bolo. Pelo menos até a 14ª rodada do Brasileirão. Em sete jogos como visitante, o time obteve três vitórias e quatro empates. Ou seja, ganhou 13 pontos em 21 disputados - 61,9% de aproveitamento. Marcou sete gols e tomou dois. Supera o líder Cruzeiro: quatro triunfos, dois empates e duas cacetadas (58,3%).
Dona Fifi. Após 14 rodadas, o placar do Brasileirão aponta: 16 jogos sem gols. A média de público é de 14.109 torcedores por jogo - nos estádios que serviram de palco para a Copa, atinge 27.246 por partida.
Bem, diabinhos. A renovação na pátria de chuteiras ferve como nunca: Dunga na amarelinha desbotada, ‘sargento' Felipão no Grêmio, ‘pofexô' Vanderlei Luxemburgo no Flamengo, Kaká e Michel Bastos no soberano São Paulo, Robinho no Peixe, Diego Souza e Ibson no Leão na ‘Ilha de Lost', e o fraldinha Ronaldinho Gaúcho à espera de um convite.
Caiu na rede. Fax da Fifa, a faixa de campeão mundial do Palmeiras.
Índio quer apito. O Guarani vai bem, obrigado. Os jogadores receberam cheques sem fundos como pagamento de parte dos salários atrasados. O teto gira em torno de R$ 10 mil. A turma não vê a cor do dindim desde junho. Sem vencer há quatro jogos, o Guarani flerta com a zona do agrião queimado na Série C. Campeão brasileiro em 1978, o clube campineiro acumula uma dívida superior a R$ 200 milhões. A cartolagem só vê uma saída para driblar a bancarrota: vender o Brinco de Ouro.
Gilete press. De José Simão, na ‘Folha': "E o Felipão? Eu falei que ele vai levar o Grêmio pra segunda divisão! Estreou perdendo de 2 a 0. Mas Felipão apresentou uma evolução: 7 a 1, 3 a 0 e agora 2 a 0! Na próxima ele empata. Felipão garante que os gaúchos, em vez de Grenal, vão ter o Grenau: Grêmio x Náutico." Pano rápido.
Tititi d'Aline. E o craque anunciado pelo soberano São Paulo é... Michel Bastos, 31 anos. Em 17 jogos pela Roma, ele estraçalhou: marcou um gol. Seu desempenho agradou tanto que a equipe italiana não fez a mínima força para contratá-lo. O lateral/meia voltaria ao Al-Ain, dos Emirados Árabes, mas seu agente conseguiu descolar uma boquinha no Tricolor. Vai ganhar R$ 200 mil por mês. Michel Bastos já defendeu 11 equipes ao longo da carreira.
Você sabia que... o Flamengo deve promover uma vassourada no futebol, já que tem 280 atletas, entre categorias de base e profissionais?
Bola de ouro. Marc Márquez. O espanhol de 21 anos é um fenômeno: em 10 provas da MotoGP, 10 vitórias. Igualou o recorde do italiano Giacomo Agostini, considerado o melhor piloto de todos os tempos.
Bola de latão. Corinthians. Quem não chora não mama: a Fiel protestou e o clube diminuiu o preço do ingresso... nas áreas Vips. Eles agora custam entre R$ 150 e R$ 350. O pessoal da das arquibancadas continuará pagando R$ 50 e R$ 80.
Bola de lixo. CBF. O glorioso Circo Brasileiro de Futebol, comandado pela democrática dupla Zé da Medalha/Del Nero, deu um belo e lamentável chapéu na história: o museu do esporte bretão na sede da entidade ignora o período da ditadura militar no país. Mas lembra do primeiro álbum dos Beatles, do nascimento das Havaianas, do início e da queda do muro de Berlim, do fim da ditadura espanhola...
Bola sete. "Flavio Murtosa, o eterno escudeiro de Luiz Felipe Scolari, acertou um salário de R$ 50 mil com o Grêmio. Felipão, como se sabe, vai ganhar R$ 350 mil por mês" (de Lauro Jardim, em ‘Veja' - o ludopédio é uma mãe).
Dúvida pertinente. Gareca conseguirá contar até 10 no ninho dos periquitos?

VÍDEOS: Essa gente merecia ganhar a Libertadores. Quem não gostaria de ter uma torcida assim?

O Club Atlético San Lorenzo de Almagro (CASLA) não é mais o "Clube Argentino Sem Libertadores da América", como diziam seus rivais. O título tão esperado foi conquistado sob o comando desse ótimo Edgardo Bauza, técnico campeão do torneio em 2008 com a LDU de Quito. E com o alento de uma torcida que merece todo o respeito, inclusive do blogueiro aqui, torcedor do Racing Club. Se você duvida, veja os vídeos abaixo.

A música que a torcida argentina cantava na Copa do Mundo era versão de cânticos de arquibancadas, não o contrário. E a original é uma das letras abaixo, que o blog apresentou em post de 2011 sobre a estupenda manifestação dos hinchas pela volta do clube à sua casa, o bairro de Boedo - clique aqui e leia, mas não deixe de ver os vídeos.
O que eles cantam:
Vengo del barrio de boedo
barrio de murga y carnaval
te juro que en los malos momentos,
siempre te voy a acompañar...
dale dale matador
dale dale matador
dale dale dale dale matador
***
Ooooh San Lorenzo
Ooooh San Lorenzo
Dicen que estamos todos de la cabeza
Pero a San Lorenzo no le interesa
Tomamos vino puro de damajuana
Y nos fumamos toda la marijuana
Ooooh San Lorenzo
Ooooh San Lorenzo
***
Cuervo, sos mi alegria..
mi locura, vos sos mi vida..
a Boedo, vamo' a volver..
por la vuelta, todo daria, daria ciclon..
donde juegues yo voy a estar, hasta la muerte....
Hoy tenes...Que ganar
que Boedo es un carnaval
Aca esta, la mas fiel,
la Gloriosa plaza Butteler
***
Y dale alegria alegria a mi corazon 
La vuelta para Boedo es mi obsecion 
Tener una cancha como la del tablon 
Y en Av. La Plata salir campeon 
Vamos a volver 
Al barrio que a San lorenzo lo vio nacer
***
Mirala que linda viene
Mirala que linda va
Es la Banda de Boedo
Que al ciclon viene a alentar
No me importas donde juegue
Siempre te voy a seguir
Yo lo quiero a San Lorenzo
Y por el voy a morir
Veja os vídeos acima, clique aqui e leia excelente texto no ótimo Impedimento sobre os cânticos da hinchada do San Lorenzo. O título da Libertadores chegou depois de muita luta para recuperar a sede do bairro de onde o clube foi arrancado. E após um quase rebaixamento. Como não admitir que essa gente merecia a taça. Então, responda com sinceridade: quem não gostaria que a torcida do seu time fosse assim?

Por um Brasil com mais meio-campistas e menos volantes e meias-armadores

O futebol moderno exige meio-campistas e não volantes e meias-armadores.
A frase pode parecer impactante, mas está dentro do contexto de mudança pelo qual passa o esporte bretão. É um processo contínuo de evolução, que muitos países conseguem perceber, diferentemente do Brasil.
O futebol jogado pela seleção campeão do mundo mostra como a troca de posições e a execução de várias funções em campo se tornaram necessárias. O meio-campo segue sendo o setor vital de qualquer time, que dá equilíbrio defensivo e força ofensiva.
Assim, cada vez mais o atleta que só sabe desarmar ou que só sabe criar perde espaço nos melhores times do planeta. Essa diferenciação está fada à extinção. Independentemente do esquema tático utilizado, os jogadores de meio-campo têm que marcar e atacar com a mesma eficiência.
Isso não é fácil. Não surgirão atletas assim no Brasil da noite para o dia. Passa por um longo processo de formação, trabalho na base, conceito tático passado para os garotos.
Ser um meio-campista não significa dar carrinhos e chegar na área para finalizar. A posição exige leitura tática, preenchimento de espaços, antecipação, ótimo condicionamento físico e muita qualidade no passe. A técnica ainda é o fator mais importante, mas não pode ser isolado.
O ideal, como escrevi mais acima, é ter um trabalho de longo prazo com a base. Na prática, é entender e assumir que o futebol mundial mudou, que não é possível mais vencer grandes campeonatos com o mesmo futebol e a mesma tática de 20, 30 anos atrás. Assim como apenas o talento não basta mais.
Existem exemplos brilhantes espalhados pelo futebol mundial. Os melhores são Bastian Schweinsteiger, Andrea Pirlo, Xavi, Toni Kroos, Steven Gerrard, entre outros como Paul Pogba, Blaise Matuidi, Arturo Vidal, Yohan Cabaye.
Os casos citados trazem alguns atletas que começaram a carreira como meias-armadores e foram recuados e outros que eram rotulados como volantes e deixaram aquela imagem de "desarmadores" para trás há muito tempo. Tendência que surgiu há cerca de dez anos. Hoje, são todos meio-campistas.
Entre os brasileiros, há realmente uma carência de atletas com as características necessárias para tal. Hernanes é o primeiro nome que me vem à mente. Paulinho, Ramires e Fernandinho são outros casos, mas ainda longe do ideal para a posição.
Ainda no futebol brasileiro, temos um bom exemplo, só que vindo de fora: Charles Aránguiz. No mais, no Brasileirão, é difícil encontrar atletas que tenham um papel de meio-campistas na equipe - culpa dos treinadores, já que há qualidade para isso. Podemos citar Elias, pelas características e também pelo início de carreira como meia, mas não tanto pelo seu papel tático - até pela presença de Ralf ao seu lado.
Para termos meio-campistas como o mundo mostra necessário, é preciso entendermos a evolução tática do futebol. Deixarmos de lado velhos paradigmas do futebol tupiniquim.
"Com esse meio-campo quem vai marcar?", "Precisa de um cabeça de área", "Para marcar é preciso ter volantes" são algumas frases comuns nesse debate. Toda mudança gera resistência, e é essa resistência que precisamos combater.
Na minha visão de futebol, um jogador brasileiro poderia simbolizar essa mudança: Paulo Henrique Ganso. Essa opinião é compartilhada pelo companheiro Mauro Cezar Pereira, assim como por Tostão, talvez o maior defensor dos meio-campistas no Brasil.
É possível jogar um futebol de qualidade. É possível ser eficiente e vistoso, vencer e jogar bonito. Não são fatores opostos.
Essa cobrança precisa ser feita sobre os grandes clubes brasileiros. É inadmissível que um time como o Corinthians, com a qualidade que tem, se contente com um futebol apenas de resultados. Cruzeiro e Fluminense têm mostrado qualidade, muito graças aos seus treinadores, Marcelo Oliveira e Cristóvão Borges.
Não vou cobrar da Chapecoense uma postura como essa. Não podemos tapar o sol com a peneira também, achar que todos os 20 times da primeira divisão nacional têm material humano para jogar assim. Como já escrevi, é algo que teria que passar pela base, para todo time poder "pescar" talentos com essas características.
Enquanto isso não acontece, temos que ficar em cima dos times milionários, que têm potencial para ajudar no resgate do futebol brasileiro.
Além do mais, a ausência desse meio-campista moderno no nosso futebol é, também, reflexo do nosso atraso. O 7 a 1 não foi apenas um apagão.

A noite do grande fracasso dos grandes clubes na Copa do Brasil 2014

Dos dez confrontos da terceira fase da Copa do Brasil, seis tinham times da Série A em ação contra clubes de divisões menores. Só três avançaram e a quarta chance está nos pés do Santos, em desvantagem contra o Londrina na noite desta quinta-feira na Vila Belmiro (ESPN Brasil ao vivo às 19h30 com Rogério Vaughan e eu).
Na incrível noite de quarta-feira, três grandes caíram. O Fluminense de forma inacreditável contra o América-RN, o São Paulo de virada contra o Bragantino e o Inter em Fortaleza contra o Ceará. Por ser o líder da Série B, o Ceará fez do Internacional o eliminado mais digno. Mais até do que o Coritiba, derrotado mas classificado em Belém contra o Paysandu.
Não se diga que os três eliminados da noite de quarta-feira preferiam a Copa Sul-Americana, porque nem São Paulo nem Fluminense desejavam o vexame. O São Paulo já havia jogado mal em Ribeirão Preto contra o Bragantino e poderia ter levado o gol quando vencia por 1 x 0, o que tornaria aquela vitória mais difícil. 
Ontem, além de ter Ganso e Pato distantes e bem diferentes das últimas boas atuações -- Ganso perdeu um gol que não se perde! -- o São Paulo cometeu erros defensivos demais. A defesa e também Rogério Ceni, inseguro nas bolas cruzadas na grande área. Dois gols de bola parada outra vez. Impressionante!
A Copa do Brasil terá os seis protagonistas do vexame brasileiro na Libertadores do primeiro semestre -- Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Botafogo, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo -- todos da Série A. Terá Corinthians, Coritiba, Palmeiras e talvez o Santos da Série A. E mais o Vasco, enorme, mas hoje vice-líder da Série B. E mais cinco ou seis zebras.
Copa do Brasil é assim! Mas desde a vitória Paulista sobre o Fluminense os grandes não sofriam com surpresas conjuntas tão grandes quanto neste ano de 2014. 
Do Paulista para cá, só quatro times fora da Série A chegaram às semifinais: Ipatinga (2006), Brasiliense (2007), Corinthians (2008) e Vasco (2009). Desta vez, os grandes 

Milagroso! América-RN goleia e elimina o Flu em pleno Maracanã


Assista aos gols de Fluminense 2 x 5 América-RN
Foi daqueles jogos para a história do América-RN. 3 a 0 contra no primeiro jogo diante do Fluminense. Mas, em pleno Maracanã, de maneira heroica, o time venceu o Tricolor por 5 a 2, com um gol de Rodrigo Pimpão aos 45 minutos do segundo tempo, e conseguiu um verdadeiro milagre com a classificação para as oitavas de final.
Cristóvão Borges poupou apenas dois titulares no jogo, mesmo com a vantagem de 3 a 0. Fred e Chiquinho entraram nas vagas de Conca e Wagner. Gum, lesionado após romper ligamentos no tornozelo direito, e Henrique, que sofria de dores no joelho esquerdo, deram lugar a Elivélton e Fabrício. 
O jogo
Frio, chuva fina e ampla vantagem tricolor no confronto. Os componentes encomendavam um jogo morno no Maracanã, sem grandes emoções. E até que de saída esse foi o panorama.
Mesmo com oito titulares em campo, o Fluminense iniciou tentando surpreender. Bruno foi à ponta direita com três minutos, fez boa jogada e cruzou para a área. NO carrinho, Chiquinho quase abriu o placar, mas a zaga afastou.
Fred, novamente com chance entre os titulares, tentava se movimentar. Era uma data especial. 200 jogos com a camisa do Fluminense, que veste desde 2009. Os companheiros até o procuravam, mas sem maiores chances. Aí veio a surpresa.
Aos 16 minutos, Marcelinho aproveitou um rebote e limpou dois adversários e chutou no meio do gol. Cavalieri tentou a defesa com uma só mão, mas a bola passou e tremulou a rede. America-RN 1 a 0.
A vantagem tricolor ainda era bem confortável, mas cautela e canja de galinha não fazem mal. O time, então, acelerou o jogo para evitar maior prejuízo. E foi aquecendo com um chute de Cícero aos 28 minutos. Mas a maior qualidade tricolor falou alto.
Aos 31 minutos, Fres renasceu. Cícero avançou pelo lado direito e deu toque para Fred, dentro da área. Com categoria,o artilheiro tocou na saída de Fernando Henrique e fez seu primeiro gol após a Copa do Mundo. 1 a 1 no Maracanã.
Tudo, então, certo para os poucos torcedores que enfrentavam a chuva que já deixara de ser fina àquela altura. Fred, dois minutos depois, teve nova chance ao receber bola de Chiquinho na entrada da área, pela direita, mas o chute saiu por cima. Não fez falta.
Isto porque aos 36 minutos a virada tricolor chegara. Fred, no lado esquerdo, cruzou para a área, Chiquinho completou para o gol e Fernando Henrique defendeu parcialmente. No rebote, Cícero tocou com tranquilidade, no canto direito, para o fundo do gol. Vira, vira. 2 a 1 Fluminense. Minutos depois, um susto. Fred chocou o joelho contra Max e caiu urrando de dor. Mas voltou a campo mancando. Assim, sob dúvidas, ele desceu para o intervalo.
Na volta para o segundo tempo, Cristóvão Borges resolveu não arriscar. Fred ficou no vestiário e Walter voltou em seu lugar. No América-RN, Rodrigo Pimpão, ex-Vasco, e Val, ex-Flamengo, entraram nos lugares de Jeferson e Thiago Dutra.
Com quatro minutos, mais um susto para o Fluminense. Max recebeu bola de Andrezinho, ganhou na corrida de Eilvélton e tocou na saída de Cavalieri. 2 a 2, logo de cara.
O América-RN se mostrava mais organizado e até mesmo mais interessado na partida. Aos 14 minutos, Pimpão entrou na área e só não ampliou por boa defesa de Cavalieri. Aos 15 miutos, Max assustou de cabeça. Cristóvão, então, resolveu mudar.
Conca, cérebro tricolor, deixou o conforto do banco para a saída de Rafael Sobis. Max, do outro lado, saiu de campo para a entrada de Alfredo. Continuou melhor para o América-RN. O time foi chegando, chegando...e chegou.
Aos 30 minutos, Marcelinho lançou Alfredo, que aproveitou a falha de Cavalieri na saída e tocou para o fundo do gol. 3 a 2 América-RN. A pressão continuava. Aos 33 minutos, Márcio Passos perdeu gol feito de cabeça na entrada da área. Até que aos 37 minutos o caldeirão ferveu de fez. Márcio Passos, de novo, cabecou, mas dessa vez na trave. No rebote, Alfredo, mais uma vez, tocou para o fundo do gol tricolor. 4 a 2.
Apena smais um gol classificaria o América-RN para as oitavas de final. O Fluminense, vaiado pela torcida, tentava se segurar. Aos 41 minutos do segundo tempo, a zaga tricolor falhou de novo, em furada, e Rodrigo Pimpão, por pouco não fez o gol. Mas aos 45 minutos veio o milagre.
Alfredo foi lançado na área, ganhou na corrida, mas acabou desarmado por Jean dentro da área. A bola, no entanto, sobrou para Rodrigo Pimpão, que tocou para o fundo da rede de Cavalieri. Heroico, histórico. O América-RN escreveu um dos grandes capítulos do novo Maracanã.
FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE 2X5 AMÉRICA-RN
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 13 de agosto de 2014 (Quarta-feira)
Horário: 22h(de Brasília)
Árbitro: Rodrigo Alonso Ferreira (SC)
Assistentes: Nadine Schramm Bastos (SC) e Angelo Rudimar Bechi (SC)
Público e renda: 4.355 pagantes / 4.748 presentes / R$ 80.400,00
Gols: Marcelinho (AME), aos 16 minutos, Fred (FLU), 31 minutos e Cícero (FLU), aos 6 minutos do primeiro tempo; Max (AME), aos quatro minutos, Alfredo (AME), aos 30 minutos e aos 37 minutos e Rodrigo Pimpão (AME), aos 45 minutos do segundo tempo.
FLUMINENSE: Diego Cavalieri; Bruno, Elivelton, Fabrício e Carlinhos; Diguinho, Valencia, Cícero e Chiquiho; Rafael Sobis (Conca) e Fred (Walter)
Técnico: Cristóvão Borges
AMÉRICA-RN: Fernando Henrique; Marcelinho, Cleber, Lázaro e Paulo Henrique; Tiago Dutra (Val), Andrezinho, Jeferson (Rodrigo Pimpão) e Arthur Henrique; Max (Alfredo)
Técnico: Oliveira Canindé

Magno Alves faz dois, Ceará vence Inter com autoridade e avança na Copa do Brasil


Veja os gols de Ceará 3 x 1 Internacional
O Ceará está nas oitavas de final da Copa do Brasil. Na noite desta quarta-feira, a equipe de Fortaleza derrotou o Internacional por 3 a 1 no Castelão e assegurou a vaga na fase seguinte do torneio nacional. Magno Alves, duas vezes, e Bill garantiram a vitória. Valdivia descontou.
No placar agregado, o time de Sérgio Soares venceu o confronto por 5 a 2 - tinha vencido no Beira-Rio por 2 a 1. O clube conhecerá seu adversário na próxima terça-feira (19 de agosto), quando a CBF sorteará os confrontos.
No jogo, os cearenses fizeram um primeiro tempo brilhante. Marcando forte a saída de bola do time gaúcho, a equipe abriu placar logo aos 10 minutos. Bill roubou a bola de Paulão na entrada da área e passou para magno Alves. O veterano atacante - que havia perdido um pênalti no primeiro jogo - não desperdiçou: bateu na saída de Dida e fez 1 a 0.
Na segunda etapa, o Inter melhorou, mas foram os cearenses que aumentaram. Aos 21 minutos, Magno Alves abriu na esquerda para Hélder, que bateu por cima. De carrinho, Bill completou para o fundo do gol. Os gaúchos ganharam um respiro quando Valdivia diminuiu. Mas de nada adiantou.
Aos 37 minutos, Magno Alves recebeu dentro da área. Deu um lindo corte e chutou forte para fazer seu segundo gol no jogo, o terceiro do ceará e selar a classificação.
Agora, os cearenses voltam a campo no próximo sábado, quando enfrenta o Vasco em São Januário. Já o Inter encara o Goiás no mesmo dia, no Serra Dourada.
O jogo
Precisando vencer por dois gols de diferença, Abel Braga escalou o time misto do Inter em um esquema novo: o 4-4-2, com dois centroavantes (Wellington Paulista e Rafael Moura jogaram lado a lado). O Ceará, porém, começou melhor, a exemplo do jogo de ida. Logo aos seis minutos, Dida salvou tentativa de Magno Alves e Paulão afastou no rebote. Na jogada seguinte, Bill marcou após rebote do goleiro colorado, mas a arbitragem anulou, alegando impedimento inexistente.
Aos 10, o time da casa marcaria seu gol. Dida bateu tira de meta procurando Ygor, que bobeou e foi desarmado por Bill na entrada da área. Magno Alves aproveitou a sobra e fez 1 a 0. Perdido, o Colorado seguiu sendo envolvido pelo Ceará. Aos 14, Magno Alves cruzou da direita e Bill, livre, chutou sobre Dida, que fez milagre. A seguir, o próprio Bill girou na área e Cláudio Winck tirou o perigo.
Só a partir da metade do primeiro tempo é que o Vozão diminuiu o ritmo. Aos 26, o Inter teve um gol anulado após Rafael Moura aparecer adiantado antes de escorar para a conclusão de Wellington Paulista. Aos 32, o He-Man cabeceou escanteio batido por Aránguiz, mas para fora. Precisando do empate e de maior agressividade no Inter, Abelão então sacou o volante Jair e colocou em campo o meia Valdívia.
A mudança só traria efeitos no segundo tempo, quando o Colorado voltou mais agressivo e disposto a virar. Aos três minutos, Fabrício tocou para Valdívia, que perdeu boa chance. Aos oito, o meia tocou para Rafael Moura invadir a área pela esquerda e chutar pela linha de fundo. Na jogada seguinte, Wellington Paulista chutou rasteiro e Jaílson mandou para escanteio, fazendo boa defesa.
Quando Abelão jogou o time todo para frente, retirando Alan Patrick em favor de Otávio, o Ceará praticamente matou o jogo. Aos 20, Magno Alves lançou Nikão, que tocou por cobertura na saída de Dida. Bill ainda tocou na bola antes de ela ultrapassar a linha e fez 2 a 0, placar que obrigava o Inter a fazer três gols para se classificar. Aos 24, uma esperança para o Inter: Fabrício deu belo lançamento a Rafael Moura, que tocou para o gol de Valdívia.
Curiosamente, o Internacional não conseguiu mais chegar com perigo após descontar. Aos 37, a pá de cal: Magno Alves recebeu na esquerda, cortou Cláudio Winck e fuzilou Dida: 3 a 1. No fim, Dida ainda evitou mais um gol cearense, em chute de Magno Alves.
FICHA TÉCNICA
CEARÁ 3 x 1 INTERNACIONAL
Local: Arena Castelão, em Fortaleza (CE)
Data: 13 de agosto de 2014, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília) 
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (Fifa-MG) 
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago e Janette Arcanjo (ambos Fifa-MG)
Cartão amarelo: Vicente e Bill (Ceará); Cláudio Winck (Internacional)
Gols:
CEARÁ: Magno Alves, aos 10 minutos do primeiro tempo e aos 37 minutos do segundo tempo; Bill, aos 20 minutos do segundo tempo
INTERNACIONAL: Valdívia, aos 24 minutos do segundo tempo
CEARÁ: Jaílson; Samuel Xavier, Diego Ivo (Anderson), Sandro e Vicente (Hélder Santos); João Marcos, Ricardinho (Michel), Eduardo e Nikão; Magno Alves e Bill
Técnico: Sérgio Soares
INTERNACIONAL: Dida; Cláudio Winck, Paulão, Ernando e Fabrício; Ygor, Jair (Valdívia), Aránguiz e Alan Patrick (Otávio); Wellington Paulista (Eduardo Sasha) e Rafael Moura
Técnico: Abel Braga

Batizado: San Lorenzo derruba Nacional-PAR e conquista a Libertadores pela 1ª vez

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Ortigoza comemora após marcar o gol do título da Libertadores
Ortigoza comemora após marcar o gol do título da Libertadores
A América tem um novo dono. Pela primeira vez em sua história, o San Lorenzo é campeão da Copa Libertadores. O título veio com a vitória por 1 a 0 sobre o Nacional, do Paraguai, nesta quarta-feira, no estádio El Nuevo Gasómetro, pelo duelo de volta da final. Na ida, o duelo acabou em 1 a 1, com um gol dos mandantes no lance final. Dessa vez, a história foi diferente, e o ‘Ciclón' ficou com a taça graças a um gol de Néstor Ortigoza, de pênalti, aos 35 minutos do primeiro tempo.
Assim, a competição tem um campeão inédito pela terceira vez consecutiva. Em 2012 e 2013, Corinthians e Atlético-MG, respectivamente, superaram todos os traumas e brincadeiras de rivais e conseguiram o sonhado título da competição. Neste ano, a história não foi diferente.
Um dos grandes da Argentina que ainda não tinham conseguido alcançar o título e talvez o mais ironizado por isso - era até chamado de Clube Atlético Sem Libertadores, em referência a sua sigla -, o San Lorenzo deixou isso para trás e se tornou o oitavo de seu país a conseguir a taça. Os outros são: Independiente, Boca Juniors, Estudiantes, River Plate, Argentinos Juniors, Racing e Vélez Sarsfield.
Sem atletas muito conhecidos, o time de Almagro se popularizou ao longo da competição por uma personalidade não relacionada ao futebol. Isso porque seu torcedor mais ilustre é o Papa Francisco, que já demonstrou inúmeras vezes sua paixão pelo clube, do qual é sócio.
Dessa forma, o pontífice, em meio ao seu grande momento profissional, também viu seu time de coração ter o maior momento de sua história e ser ‘batizado pela América'. No entanto, em compromisso na Coreia do Sul, ele não pôde acompanhar a redenção de perto.
Em uma Libertadores marcada pelo fiasco dos brasileiros, que deixaram a disputa precocemente, o San Lorenzo se tornou algoz de três deles. Depois de alcançar um ‘milagre' diante do Botafogo na última rodada da fase de grupos ao triunfar por 3 a 0, a equipe argentina eliminou o Grêmio nas oitavas e o Cruzeiro - o melhor time do país verde e amarelo no torneio - nas quartas.
A conquista também engrandece ainda mais o currículo do técnico Edgardo Bauza, que fez da LDU, em 2008, o primeiro time equatoriano a ganhar a Libertadores. Agora, o treinador de 56 anos chega ao seu segundo troféu do torneio.
Já o Nacional, que também buscava sua primeira conquista na Libertadores, pode se contentar, ao menos, com a melhor campanha de sua história. Além disso, o clube é o segundo paraguaio consecutivo a ser vice. Isso porque, no ano passado, o Atlético-MG bateu o Olimpia na decisão.
Nacional aproveita ‘efeito contrário', mas sofre gol em falha individual
No início de partida, a festa promovida pelos torcedores azuis e grenás nas arquibancadas do Nuevo Gasómetro teve efeito contrário: o San Lorenzo se mostrou assustado e viu o Nacional, com desenvoltura, tomar conta do jogo. Logo no primeiro minuto, Mercier errou passe no meio-campo e arquitetou o contragolpe visitante. Após boa trama na área, Orué finalizou firme, rasteiro, e carimbou a trave esquerda de Torrico.
Adiantando a marcação, o Nacional voltou a pressionar o Ciclón. Aos 17 minutos, Melgarejo disputou com dois defensores, ficou com a bola e rolou para trás, para Torales. O meia finalizou forte e assustou o goleiro adversário, concluindo à esquerda da trave. Com 27 jogados, Orué escapou em velocidade e serviu Bareiro na área. O centroavante caiu, em contato com a marcação, e pediu pênalti. O árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci, bem postado, mandou seguir.
Superior em campo, o time tricolor de Assunção sofreu o primeiro gol em falha individual. Aproveitando sobra de bola na área, Cauteruccio esboçou uma finalização acrobática e viu Coronel interceptar a investida com o braço. Acertadamente, o juiz brasileiro marcou pênalti, que Néstor Ortigoza converteu com calma e precisão, deslocando Don.
Mesmo com a vantagem em mãos, os comandados de Edgardo Bauza seguiram sofrendo as agudas chegadas paraguaias. Quando o relógio apontou a marca dos 44, Julián Benítez avançou pela ponta esquerda, cortou a marcação e chutou colocado, mandando rente à trave esquerda de Torrico, que apenas olhou. No ataque seguinte, Torales também experimentou da intermediária e levou perigo.
Fogo dentro e fora das quatro linhas
No início do período complementar, uma cena chamou atenção: um bolo formado por papéis higiênicos arremessados pelos torcedores mandantes pegou fogo e exigiu a intervenção dos bombeiros. Em campo, o clima quente se fez presente com a bola no pé.
Aos oito minutos, aproveitando bola espirrada pela defesa paraguaia, após escanteio da direita, Héctor Villalba finalizou firme, mas mandou à esquerda de Don. A resposta do Nacional veio com 12 jogados: em cobrança de falta, Marcos Riveros alçou a bola na área, mas nenhum companheiro seu desviou.
Quando o relógio apontou a marca dos 20, Sandro Meira Ricci expulsou um gandula, responsável por retardar a reposição das bolas. Tal atitude foi um reflexo da postura azul e grená, que se retraiu. Assim, o Nacional seguiu pressionando e reclamou de outro pênalti. Acionado na área, Bareiro acabou empurrado por Cetto, que utilizou as duas mãos nas costas do centroavante. Porém, o juiz mandou o dianteiro visitante se levantar.
Com 32 jogados, o Nacional-PAR desperdiçou uma chance clara para empatar: aproveitando sobra de bola na área argentina, Bareiro, cara a cara com Torrico, finalizou por cima do travessão.
Aos 42 minutos, o ídolo Romagnoli deixou o campo aos prantos, para a entrada do defensor Kannemmann. Retraído, o San Lorenzo se retraiu e soube conter os ímpetos mandantes para batizar a América, na despedida de seu camisa 10.
FICHA TÉCNICA:
SAN LORENZO 1 x 0 NACIONAL-PAR
Local: Estádio Pedro Bidegaín (Nuevo Gasómetro), em Buenos Aires-ARG
Data: 13 de agosto de 2014, quarta-feira
Horário: 21h15 (de Brasília) 
Árbitro: Sandro Meira Ricci-BRA
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho-BRA e Marcelo Carvalho Van Gasse-BRA
Cartões amarelos: Mercier (San Lorenzo-ARG); Coronel, David Mendoza e Julián Benítez (Nacional-PAR)
Gol: Néstor Ortigoza, aos 35 minutos do primeiro tempo
SAN LORENZO: Torrico; Buffarini, Cetto, Gentiletti e Emanuel Más; Mercier, Héctor Villalba (Kalinski), Néstor Ortigoza e Romagnoli (Kannemann); Cauteruccio (Verón) e Mauro Matos
Técnico: Edgardo Bauza


NACIONAL-PAR: Don; Coronel, Piris, Cáceres e Mendoza; Marcos Riveros, Torales, Melgarejo (Luzardi) e Orué (Montenegro); Julián Benítez (Julio Santa Cruz) e Bareiro
Técnico: Gustavo Morínigo

Rogério falha, São Paulo dá vexame e cai para Bragantino no Morumbi


Gols de São Paulo 1 x 3 Bragantino
A classificação que era tida como certo se tornou uma eliminação vexatória. Após vencer o Bragantino na ida por 2 a 1, o São Paulo jogava por um empate nesta quarta-feira no Morumbi. A equipe tricolor, que foi com uma formação mista para o campo, até abriu o placar, mas, com três falhas de Rogério Ceni, perdeu por 3 a 1 e está eliminado na terceira fase da Copa do Brasil.
Após sair em vantagem com Paulo Miranda com seis minutos de bola rolando, o São Paulo viu o adversário deixar tudo igual aos 22, quando Cesinha finalizou após cruzamento, e Ceni errou no tempo de bola.
Na volta do intervalo, o time tricolor sofreu com um problema recorrente: a bola aérea. Aos 19 minutos, Gustavo Carbonieri aproveitou cobrança de escanteio e saída ruim do arqueiro adversário e desviou para o fundo da rede.
Dez minutos depois, nova bola no alto complicou a equipe da casa. Rogério Ceni rebateu para o meio da área depois de novo escanteio, e Guilherme soltou a pancada para definir a vitória e a inimaginável classificação do Bragantino, que está na zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro.
Nas oitavas de final da competição, a equipe de Bragança Paulista enfrentará o Coritiba, que passou pelo Paysandu. Já o São Paulo segue sem vencer a competição nacional e terá de se contentar com a disputa da Copa Sul-Americana. Caso avançasse, a equipe tricolor não poderia disputar o torneio continental.
O jogo - Nesta quarta-feira, uma queda de energia a pouco mais de uma hora antes do horário marcado para o início do jogo chegou a colocá-lo em xeque. Quinze minutos antes do jogo, porém, a energia foi restabelecida, e logo depois os dois times subiram ao gramado - o São Paulo, sem a música do AC/DC que tradicionalmente o embala da escadaria até o centro do campo. O silêncio só foi rompido com a execução do Hino Nacional.
Anunciada no telão - sem ajuda do alto-falante -, a escalação do São Paulo não tinha Kaká. Além do meia (nem relacionado), o técnico Muricy Ramalho poupou também o zagueiro Rafael Toloi e o volante Denilson. Já o lateral direito Douglas foi vetado de última hora. Assim, a formação voltou a ter Maicon e, como único armador de três atacantes (Ademilson, Osvaldo e Alexandre Pato), Paulo Henrique Ganso. Na defesa, ganharam chance Edson Silva e Luis Ricardo.
Iniciado o jogo depois de um minuto mais de silêncio e com bandeiras a meio mastro, em luto pela morte de Eduardo Campos (candidato à presidência), o placar não demorou a ser inaugurado. Aos seis minutos, depois de escanteio cobrado por Ganso pelo lado direito, o zagueiro Gustavo Carbonieri escorreu no gramado olhado, e Paulo Miranda subiu sozinho para cabecear.
Três minutos mais tarde, o São Paulo poderia ter ampliado a vantagem não fosse Ganso ter adiantado demais a bola após ser acionado com liberdade na entrada da pequena área. O meia dominou de frente para o goleiro Renan, deu três toques na bola e cedeu apenas tiro de meta. Aos 13 minutos, Ganso ainda tentou completar cruzamento de Osvaldo com uma bicicleta e atrapalhou cabeceio de Pato. Talvez com receio de se machucar, o atacante meteu a cabeça na bola sem direção.
A facilidade com que dominava a partida fez o São Paulo relaxar, e o Bragantino não perdoou. Aos 22 minutos, em boa jogada trabalhada pelo lado esquerdo, Bruno Recife cruzou rasteiro para a entrada da área, e Cesinha finalizou de primeira para o gol. A bola passou por baixo de Rogério Ceni, que até estava no lance, mas não impediu o empate. Três minutos depois, sim, o goleiro se recuperou a tempo de evitar o que seria um golaço de cobertura de Bruno Recife de longe.
Precisando de mais um gol para levar a disputa da vaga para os pênaltis, o Bragantino se empolgou. Quase conseguiu aos 38 minutos. Após falta cobrada pela meia direita, a defesa afastou a bola apenas parcialmente, e um cabeceio de Gustavo Carbonieri pegou Ceni no contrapé. Para sorte do goleiro, Paulo Miranda se atirou no momento exato de, com o bico da chuteira direita, impedir o gol em cima da linha. Antes do intervalo, o time interiorano ainda pediu pênalti em cima de Nunes.
Preocupado com a marcação falha, Muricy voltou para o segundo tempo com Denilson no lugar de Maicon, que, além de errar muitos passes, já tinha cartão amarelo. A substituição não fez efeito. Aos dois minutos, um cruzamento rasteiro e perigoso pela esquerda parou na defesa. Dois minutos depois, o volante Geandro arriscou da intermediária, Nunes desviou de cabeça no meio do trajeto e quase surpreendeu Ceni. Na jogada seguinte, Ceni soltou a bola após cruzamento vindo da direita e assustou a torcida, apesar da reclamação de falta.
Ceni voltou a sair estranhamente da meta aos 18 minutos, quando perdeu o tempo da bola e se esticou todo para desviar com a ponta da mão para escanteio. Na cobrança, um leve desvio de Gustavo Carboneri junto à primeira trave colocou a bola para dentro e o Bragantino em vantagem no marcador. Sete minutos depois, em outra cobrança fechada pelo lado esquerdo, Sandro por pouco (pelo travessão, mais precisamente) não fez um gol olímpico.
Mas o terceiro gol do Bragantino, que estava se desenhando, não demorou muito mais para sair. Após mais um escanteio pela esquerda, aos 29 minutos, Ceni deixou a meta e socou a bola para o meio da área, onde estava Guilherme Mattis. O zagueiro pegou o rebote de primeira e estufou a rede são-paulina. Um gol que pôs fim a qualquer chance de evitar a eliminação, já que o São Paulo precisaria balançar a rede mais duas vezes. Faltou energia, sobraram vaias.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 1 X 3 BRAGANTINO
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) 
Data: 13 de agosto de 2013, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília) 
Público: 7.522 pessoas (total)
Renda: R$ 174.185,00
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (SP) e Anderson José de Moraes Coelho (SP)
Cartões amarelos: Álvaro Pereira e Maicon (São Paulo); Geandro, Léo Jaime e Nunes (Bragantino)
Gols: SÃO PAULO: Paulo Miranda, aos sete minutos do 1º tempo
BRAGANTINO: Cesinha, aos 23 minutos do 1º tempo; Gustavo Carbonieri, aos 19, e Guilherme Mattis, aos 30 minutos do 2º tempo
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Luis Ricardo, Edson Silva, Paulo Miranda e Álvaro Pereira; Souza, Maicon (Denilson) e Ganso; Ademilson, Osvaldo e Alexandre Pato
Técnico: Muricy Ramalho
BRAGANTINO: Renan; Samuel Santos, Gustavo Carbonieri, Guilherme Mattis e Bruno Recife; Geandro, Gustavo e Sandro; Cesinha (Luisinho), Nunes (Lincom) e Léo Jaime (Magno)
Técnico: PC Gusmão