terça-feira, 13 de novembro de 2012

Copa do Brasil Supe 20

19h00 Atlético - MG   1x0  Vasco  

            
20h00 Fluminense  0x2  Grêmio 

Argentino

18h00 Argentinos Juniors 2x1 Estudiantes
20h15 Unión 2x2 San Lorenzo
22h30 Quilmes 0x1 Vélez Sarsfield

Musas Do Esporte








Tire suas dúvidas sobre a vaga da Sul-Americana na Libertadores

A decisão da Conmebol de atribuir uma vaga na Copa Libertadores da América ao vencedor da Copa Sul-Americana constantemente causa dúvidas. Recentemente, o técnico do São Paulo, Ney Franco, se confundiu em uma entrevista coletiva ao falar da possibilidade de obter uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores de 2013 com um eventual título da Sul-Americana. Ele foi informado, posteriormente, de que a hipótese não existe.

A Libertadores prevê a participação de 38 equipes, sendo cinco de Brasil e Argentina e três dos outros nove países envolvidos, além do atual campeão. A vaga da Sul-Americana não aumenta este número. O time campeão entra no lugar do último classificado do respectivo país. Os critérios variam: no Brasil é o quarto colocado, mas em alguns países é o melhor classificado na pontuação geral do ano, tirando os campeões dos torneios curtos.

A aplicação desta regra, no entanto, só se faz necessária caso o campeão da Sul-Americana não tenha conseguido se classificar através de seu respectivo campeonato nacional. Do contrário, a distribuição de vagas continua como está. É o que pode acontecer, por exemplo, com Grêmio ou São Paulo, que podem ganhar a Sul-Americana depois de garantirem vagas via Brasileirão. Já no Chile, por exemplo, a Universidad Católica pode roubar a terceira vaga, pois não tem chances pelo campeonato.

Os dois casos se verificaram nos últimos anos. Em 2010, com o título do Independiente na Sul-Americana, o Racing perdeu a vaga a que teria direito pela soma dos pontos no ano. Se o Goiás fosse campeão, o prejudicado pela regra seria o Grêmio. Já em 2011, a campeã Universidad de Chile estava garantida na Libertadores com o título do Torneio Apertura. A vaga não precisou ser usada. 

E o vice da Sul-Americana, não herda o direito à vaga? Não. Aconteceu com a LDU Quito, derrotada por La U ano passado. Sem a vaga pelo campeonato equatoriano, ficou fora da Libertadores de 2012.

Sendo a vaga pela Sul-Americana a última do país, ela não dá direito ao acesso direto à fase de grupos, e sim à primeira fase ("pré-Libertadores", como convencionou-se chamá-la). No cenário do Campeonato Brasileiro, ainda existe uma possibilidade de aplicação. Por exemplo, se o Botafogo ultrapassar o São Paulo e terminar em quarto lugar, pode ainda assim ficar sem a vaga no caso de o Tricolor vencer a Sul-Americana.

O regulamento do Campeonato Brasileiro prevê todos os cenários possíveis de distribuição das vagas, dependendo de times brasileiros conquistarem também a Libertadores (como foi este ano, com o Corinthians) e/ou a Sul-Americana. As vagas "Brasil 1" e "Brasil 2", que dão privilégios de cabeça-de-chave, são do Corinthians e do campeão brasileiro Fluminense, respectivamente.

O Palmeiras, campeão da Copa do Brasil, é o "Brasil 3", e o vice-campeão brasileiro será o "Brasil 4", ambos garantidos na fase de grupos, mas não como cabeças-de-chave. Nas últimas edições, a Conmebol passou a adotar um critério que dá duas cabeças-de-chave cada a Brasil e Argentina e as outras para o primeiro representante de outros quatro países sul-americanos, promovendo um revezamento a cada ano.

O "Brasil 5", que joga a primeira fase, é o terceiro colocado do Brasileirão. Também para a "pré-Libertadores" vai o "Brasil 6", o quarto do Brasileirão - ou o campeão da Sul-Americana, caso este não esteja entre os quatro primeiros.

A Argentina, para evitar a repetição do caso de 2010, quando o campeonato perdeu um lugar para a Sul-Americana, decidiu alterar o critério da última vaga, passando a entregá-la ao melhor argentino no torneio continental, independentemente de conquistá-lo ou não. Por isso, o Tigre, único argentino entre os semifinalistas da Sul-Americana de 2012, já garantiu o lugar.

Ficou claro? Se ainda houver dúvidas, pode colocar aí nos comentários.

Santos, sem Neymar: 11 cabeças de bagre. Palavra do presidente

E o presidente Luís Álvaro Ribeiro, hein? O popular Laor fez um brilhante diagnóstico sobre o atual elenco santista, montado por ele.

Irritado com as seguidas convocações de Neymar para defender a amarelinha desbotada, o cartola prometeu reforçar o Peixe com material de primeira.

Acredita que só assim ‘Muriçoca’ Ramalho poderá realizar um bom trabalho quando Neymar for chamado para defender o time dos manos do Mano.

Com a nobre palavra, Laor, no 'Lance': “Ano que vem, esperamos montar um grupo mais numeroso a fim de impedir que Muricy seja obrigado a escalar 11 'cabeças de bagre' porque nossos craques estão na seleção. É uma frustração muito grande.”

Laor acha que o Circo Brasileiro de Futebol precisa indenizar os clubes que cedem jogadores à amarelinha desbotada. Neymar, por exemplo, jogou apenas 15 das 35 partidas do Peixe no Brasileirão.

As outras 20 ficaram por conta dos ‘cabeças de bagre’: Rafael, Aranha, Galhardo, Bruno Peres, Durval, Gerson Magrão, Adriano, Arouca, Henrique, Felipe Anderson, André, Vitor Andrade, Juan, Leo, Edu Dracena, Bernardo, Patito Rodrigues, Bill...
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Negócio da China. O presidente e supertécnico ‘Juvenal Antena’ deve andar com a orelha queimando. Boa parte dos conselheiros só fala no ótimo negócio que fez ao liberar o então brucutu Jean para o Fluminense. Considerado um dos grandes destaques do campeonato, o volante renderá aos cofres do soberano São Paulo a fortuna de... R$ 8,5 milhões. O Flu já pagou R$ 2,5 milhões. E o tetracampeão já tem na mesa uma proposta de 7 milhões de euros de um clube europeu por Jean. 

Sugismundo Freud. Lembre-se: cana dá pinga e cana.

Zapping. A decisão do título brasileiro não empolgou a turma da poltrona, pipoca e tubaína na grande Pauliceia entregue ao faroeste. A vitória do Fluminense sobre os periquitos em revista rendeu apenas 17 pontos no ibope global, um a menos que o jogo Palmeiras x Botafogo. Na Band, o duelo no Prudentão cravou seis pontos. 

Dona Fifi. Hit entre os corintianos: ‘Cai cai Verdão/cai cai Verdão/pra segunda divisão/chora não/chora não/chora não/que eu tô indo pro Japão.

Gato por lebre. O Circo Brasileiro de Futebol é extremamente fogoso. Anuncia aos quatro ventos do ventilador que o amistoso contra a Colômbia, nos Estados Unidos, será o milésimo jogo da amarelinha desbotada. Só que se fecha em copas e não divulga a lista com todos os confrontos até hoje. Garante ter o documento, elaborado pelo setor de Acervos e Memórias, mas se nega a divulgá-lo. O ESPN.com.br queria publicar as partidas, porém recebeu um sonoro não. Aí tem! 

Twitface. A esperança é a última que morre: a salvação dos periquitos em revista repousa garbosamente em 1%, de acordo com o ‘Infobola’. Já o Leão da Ilha ruge em 27%, enquanto a Lusa nada em 85%, e o Bahêa, em 89%. 

Pirlimpimpim 1. Os seguidores do Saci colorado descobriram mais um motivo para a ótima campanha de coadjuvante do time no Brasileirão. Em 35 jogos, a equipe reclamou de vários pênaltis ‘indiscutíveis’, mas o apito amigo fez vista grossa e não marcou nenhum. Segue o jogo... 

Pirlimpimpim 2. O futuro de Fernandão na casamata do Saci colorado é um segredo guardado a sete chaves. Apenas os operários que tocam a reforma do Beira-Rio, o dono do carrinho de pipoca e o borracheiro a 50 quilômetros do estádio sabem que o ‘professor’... será dispensado. 

De chaleira. Fluminense, uma festa inesquecível do tetra: pouso de emergência, atraso de várias horas até a chegada nas Laranjeiras, saques e violência.

Gilete press. De José Cruz, no ‘Uol’: “A construção do estádio em Brasília para a Copa 2014 tem custo de R$ 812,2 milhões. Desse total, o governo do Distrito Federal já pagou R$ 528,5 milhões, segundo o Portal da Transparência. Enquanto isso 12.221 pacientes aguardam na fila para realizar ressonância magnética. Apenas um aparelho está disponível no sistema de saúde. E está quebrado!” A Copa é deles, a conta é nossa. 

Tititi d’Aline. Astro do Brooklyn Nets, nova franquia da NBA, o armador Deron Williams garantiu ter visto um OVNI (objeto voador não identificado) durante a passagem do furacão Sandy por Nova York. Do nada, pintou... Lebron James.

Você sabia que... a Prefeitura de São Paulo liberou R$ 160 milhões dos R$ 420 milhões que havia prometido ao Corinthians em incentivos fiscais para a construção do Itaquerão?

Bola de ouro. Chapecoense/Paysandu/Icasa/Oeste. Aos trancos e barrancos, não importa: disputarão a Série B no próximo ano.

Bola de latão. Guarani. O campeão brasileiro de 1978 vive um filme de horror: sem presidente, sem dinheiro e à beira do precipício na segundona.

Bola de lixo. Vândalos palmeirenses. Os bandidos voltaram a atacar e tocaram fogo na loja oficial do clube. E nada acontece. Até quando?

Bola sete. “O Flamengo garante ter colocado os salários dos jogadores em dia, pagando o mês de... setembro! Por acaso, não estamos em... novembro?” (De Renato Maurício Prado, no ‘Globo’ – na Gávea, 2+2= 5).
Dúvida pertinente. O Fluminense vai para a UTI se perder a Unimed ?

Venceu o Fluminense, com o sangue do vigor... Camisa grená é metáfora da transformação

O verso mais famoso do hino composto por Lamartine Babo entre os três que identificam as três cores é o que se refere ao verde.

Vence o Fluminense,
com o verde da esperança,
pois quem espera sempre alcança,
clube que orgulha o Brasil
retumbante de glórias
e vitórias mil.
Mas há outras duas estrofes menos conhecidas sobre o branco, da fidalguia, e o grená, do vigor.
De certa maneira, o uso inédito da camisa inteira grená em jogo que vale título é metáfora da campanha e da transformação do Fluminense.

Não é preciso voltar aos anos 90, ao título da Série C. Retorne mesmo a 2004 ou 2006, campanhas do bloco de baixo. Hoje é preciso puxar pela memória para se referir aos tempos em que o Fluminense não disputava títulos. De 2007 para cá, é fácil enumerar: Copa do Brasil, vice da Libertadores, vice da Sul-Americana, campeão brasileiro, terceiro lugar do Brasileirão, campeão carioca, campeão brasileiro pela quarta vez, somando a essa lista o Robertão de 1970.

O Fluminense se transformou.
Em parte, porque melhorou sua relação com a Unimed, desde o final do mandato de Roberto Horcades, mas principalmente na gestão de Peter Siemsem. A Unimed colocava o dinheiro também em 2004. O Flu é que não sabia administrá-lo, o que produzia conflitos entre jogadores com salários em dia e outros atrasados, uns assalariados da patrocinadora, outros do próprio clube.

O reflexo é a mais impressionante campanha dos pontos corridos, empatada com a do São Paulo de 2007. O melhor ataque, como o Brasileirão não tinha no campeão desde 2007. Mas também a melhor defesa, o maior número de vitórias, o menor número de derrotas, 38 pontos somados em casa, 38 pontos como visitante.

O Fluminense é mais vigor do que esperança.
Foi campeão de grená, em vez da tradicional camisa tricolor.

Vence o Fluminense,
como sangue do encarnado
com amor e com vigor.
faz a torcida querida
vibrar com emoção...
Tetracampeão...

Com Abel, Flu mostra evolução tática. Árabes "impediram" os três títulos consecutivos

Você sabia que neste Campeonato Brasileiro Wellington Nem e Rafael Sóbis desarmam até melhor do que os volantes Edinho e Jean? E que no ano passado Liédson e William eram os homens que mais roubavam a bola no campo de ataque? 

Como o Corinthians de 2011, o Fluminense de 2012 mostra evolução do futebol jogado no Brasil. Equipes que saem do lugar comum e jogam de forma eficiente, pouco se importando com a visão romântica dos que esperam um jogo dos sonhos.

Nada contra um futebol espetacular, mas esse só se apresenta quando ocorre a reunião de vários talentos que se entendem, se entrosam sob o comando de um bom técnico. É raro, nem sempre possível e nada necessário para quem tenta dar ao seu torcedor aquilo que mais deseja: o título.

Desarmes certos (em %)
Edinho - 83,5
Jean - 73,8
Wellington Nem - 89,5
Rafael Sóbis - 93,8

O Fluminense tem zagueiros questionados, que integram a melhor defesa do certame. Jogam protegidos, como o trio de "beques" do São Paulo tricampeão em 2006/2007/2008 e os corintianos de 2011. Proteção iniciada quando a turma lá da frente também marca, participa. Isso não era comum por aqui, mas começa a ficar.

Como Tite no ano passado, Abel Braga tem muitos méritos por conseguir fazer seu time jogar como se deve. Isso não significa a perfeição. Houve muitos momentos de exposição da defesa tricolor, o que permitiu a Diego Cavalieri se tornar personagem vital da conquista. O time pode, e deve, melhorar nesse quesito.

E também é possível esperar mais futebol bonito, o que depende de maior assiduidade do experiente e lúcido Deco e de um melhor momento do talentoso Thiago Neves. Claro que o time de Abel também pode crescer nesse aspecto, deve ser uma de suas preocupações para 2013.

O técnico voltou ao Fluminense durante o primeiro turno do Brasileiro de 2011. Perdeu quatro das seis primeiras partidas sob seu comando, mas o time foi o melhor do returno, brigando pelo título até a penúltima rodada e chegando à Copa Libertadores.

Não fosse a fraca colocação na primeira metade do campeonato (11º), hoje os tricolores estariam comemorando o tri. Bastaria Abel voltar antes ao Fluminense. Mas o Al Jazira não deixou... Com ele os tricolores poderiam ter três títulos seguidos. Não têm. A "culpa" deve ser dos árabes.


Reprodução da TV
Deivid é pressionado no campo de defesa do Coritiba. Perde a bola e sai um dos gols do Fluminense
Flu x Coritiba: Deivid é pressionado por cinco adversários ainda no campo de defesa. É desarmado e na sequência sairia o primeiro gol da vitória por 2 a 1

Campeão elegante


O gol de Fred, nos minutos finais do jogo com o Palmeiras, foi a síntese do Fluminense no Brasileiro que acaba de conquistar: sobriedade, eficiência e elegância. O centroavante entrou livre na área, vislumbrou o passe que vinha da direita, tocou de primeira, seco, sem firula, para marcar o 19.º gol dele na competição da qual é artilheiro e destaque maior. O 59.º da equipe que tem o melhor ataque. O gol da vitória por 3 a 2, o gol do título nos minutos finais, o gol que liquidou as pretensões dos demais concorrentes. O gol que deixou praticamente sem oxigênio o moribundo rival de ontem em Presidente Prudente.
O Flu de novo volta ao topo nacional, por méritos, e com larga antecedência. Depois da emoção do domingo, no atípico palco da festa, poderá conceder-se o prazer de desfilar nas três rodadas restantes, a exibir diante de Cruzeiro, Sport e Vasco a altivez, a galhardia dos que se sabem superiores - ou, vá lá, mais regulares e pacientes do que os outros.
Assim se comportou o Tricolor de Abel Braga na prova de resistência da Série A nacional. A campanha teve cadência quase marcial e só não ganhou realce, no começo, por causa do ritmo empolgante do Atlético-MG até a virada do turno. Ronaldinho Gaúcho e seus companheiros concentravam a atenção ao triturar desafiantes e abrir vantagem folgada. Mas, desde as rodadas iniciais, em maio, o observador atento notaria a harmonia do Flu. Fred e seus acólitos mantiveram a toada, deram o bote e nunca mais foram alcançados.
O Flu não vacilou - ou, no máximo, se permitiu correr riscos calculados. Não foi sempre, e monotonamente, esplêndido. Não é um superesquadrão - e é redundância dizer que não há, por aqui, um Barcelona como aquele de um ano e meio atrás. Como todo time normal, passou por apertos, levou sufoco, tomou sustos (como nos dois gols do Palmeiras, após abrir 2 a 0). Porém, tirou de letra as oscilações, ao contrário do Atlético-MG. Isso desequilibrou a balança.
Uma equipe não acumula por sorte, por acaso, por intervenção divina 22 vitórias, dez empates e apenas três derrotas. Não leva só 28 gols, o que o torna a defesa menos vulnerável. Há trabalho, método, jogadores, técnico a contribuir para retrospecto impecável. Diego Cavalieri é o goleiro do campeonato, vive momento excepcional, embora olimpicamente ignorado pelo técnico da seleção. A defesa é estável, assim como o meio de campo. O ataque tem Fred, o demolidor, o tormento dos zagueiros, também esnobado por Mano Menezes.
O Flu é campeão com legitimidade, ganhou a coroa no campo. Que se roam de inveja os que enxergam apenas complô ou que não conseguem ir além de surradas teorias conspiratórias para explicar o sucesso alheio! O Flu é campeão brasileiro porque jogou mais, não porque os árbitros roubaram, para usar o verbo popular.
No duelo com o Palmeiras teve gol mal anulado (Sóbis, ainda no 1 a 0) e pênalti sobre Marcos Júnior relevado pelo juiz. Que errou como tantos falharam, em ocasiões anteriores, a favor ou contra o Fluminense. O Flu volta para casa nos braços da torcida e, ao mesmo tempo em que comemora, já tem de espichar o olho para 2013. Com Abel, com Fred, com Cavalieri na campanha da Libertadores. Um campeão de verdade!
Ah, sim, teve um adversário pela frente... um time dedicado e esforçado, da mesma forma que é limitado e desnorteado. O Palmeiras sucumbiu a suas fraquezas esportivas, aliadas à insignificância, à autossuficiência e ao egoísmo de quem o comanda.

Longe de casa


Os números explicam: melhor ataque com 59 gols, melhor defesa com 28 sofridos e 11 vitórias como visitante, marca extraordinária para a realidade do futebol brasileiro. Sem o Maracanã, o Fluminense praticamente não encontrou diferença entre jogar dentro ou fora de casa.
Com o estádio do Botafogo, o Engenhão, como base, o Flu jogou fora de casa o tempo todo. Boa parte do título se deve ao comportamento do grupo no campo de seus adversários. Mérito de Abel Braga e de um artilheiro chamado Fred, o dono da grande área, a materialização da frieza de uma campanha que ainda não terminou.
Mas para Abel chegar lá faltava uma partida, justamente contra o Palmeiras de seu amigo Gilson Kleina. Dentro de campo o futebol não deixa espaço para amizade. E assim foi o jogo, com mais emoção que velocidade sob o sol intenso de Presidente Prudente.
Passa o tempo, passam os jogos, só não passa a agonia palmeirense. A 35.ª rodada do Brasileiro terminou sem o gostinho de esperança, apesar de uma delicada sobrevida matemática, graças a uma necessária e improvável combinação de resultados. É isso, o Palmeiras lutou, e muito, mas não conseguiu reagir.
O Fluminense não é um time encantador. Como não foram o Corinthians de 2011 ou o Flamengo de 2010. O futebol bonito não tem sido a realidade nem a meta dos principais clubes brasileiros. Infelizmente ainda não chegamos a esse nível de excelência. O momento é de transição, de luta pela sobrevivência para depois tentar buscar outros valores igualmente importantes, como a qualidade do jogo.
A palavra do momento é pragmatismo, da qual gostamos demais, além da conta. Enquanto as dívidas não forem tratadas com seriedade e os clubes cuidarem de suas estruturas como a base de toda atividade do futebol, a corda vai continuar bamba.
O Fluminense é um exemplo disso. Possui dívida na casa dos R$ 400 milhões, mas vive garantido pelo dinheiro da Unimed, e não é pouco. Trata-se de uma estabilidade perigosa, talvez artificial, sustentada por grandes jogadores, mesmo que ainda sem um local adequado para os treinamentos. O título de 2012 mora no talento de vários jogadores e na capacidade de Abel Braga manter o time organizado e coeso desde o início do campeonato.
No primeiro turno, o Flu ficou a apenas um ponto da histórica campanha do Atlético-MG. Com 73% de aproveitamento, o segredo foi a manutenção de um trabalho linear, com poucos tropeços e uma defesa segura.
Fred resume bem esse título. Os 19 gols marcados até agora mostram o domínio exercido na grande área. Ele também perde suas oportunidades, mas marca muito. O Palmeiras que o diga. Individualizar a conquista, porém, seria injustiça diante de gente como os volantes Edinho e Jean e do goleiro Diego Cavalieri.
O campeão brasileiro é incontestável. Não brilhou, não encantou, mas não sofreu para ganhar o título.

O volante que é meia


Correa e Maikon Leite saíram do treino secreto de sexta-feira sem saber qual dos dois seria titular contra o Fluminense. A opção podia ser pela velocidade de Maikon ou pela marcação de Correa. Ponto para Correa era o fato de Maikon Leite jogar trinta minutos e ter o tornozelo inchado, nos últimos jogos.
Correa também podia cuidar de Carlinhos, válvula de escape do Flu pelo lado esquerdo. Contra o São Paulo, semana passada, foi assim.
Correa cuidou de Carlinhos e Juninho marcou bem Wellington Nem em quase todos os lances. Quase, porque na bola do primeiro gol do Flu Nem entrou em diagonal com Juninho atrasado. Outro erro: Jean estava livre.
Jean, o volante que é meia, cria mais do que Thiago Neves no melhor time do campeonato. Kleina pensou em tudo. Denoni marcava Thiago Neves, Jean era marcado por Patrick Vieira... Não, no primeiro gol Jean estava livre para fazer o passe.
Não era muito simples a situação de Kleina antes do jogo e suas opções foram justas. Até mesmo Obina, que não deu certo. Curioso é como o que parece ser certo dá errado e quando tudo está errado dá certo. Marcos Assunção saiu do jogo para a entrada de Luan e o gol do empate por 2 a 2 do Palmeiras, acredite, saiu de bola parada - Patrick Vieira.
Das raras coisas boas do campeonato do Palmeiras, uma é terminar com pratas da casa como Patrick e João Denoni.
E mesmo eles... Patrick perdeu gol escancarado semana passada, Denoni deu passe errado, deu contra-ataque ao Flu e o escanteio em que Fred quase marcou no fim. Problemas táticos?
Talvez mais emocionais até do que técnicos. Mas como pedir calma nesta hora? De 2002 para cá, o Palmeiras anda em círculos a tal ponto que pode cair em Volta Redonda.