sexta-feira, 18 de julho de 2014

O passado como solução

Depois da goleada imposta pela Alemanha na Copa do Mundo, o futebol brasileiro necessitava uma revolução. O inesquecível 7 a 1 poderia ser o início de um amplo e necessário debate sobre o nosso modelo, sobre como encaramos e pensamos o jogo. E como imaginamos o futuro. Esqueça.
A pancada foi tão forte que, certamente, desorientou ainda mais a já desorientada cúpula da CBF. A perspectiva de mudança é bem pequena, pois no lugar de um debate sobre o futuro, recuperamos o passado como solução. Nada contra as pessoas, nada contra Gilmar Rinaldi, escolhido para capitanear as mudanças.
Eu esperava por ideias!
Quem imaginou uma revolução como resposta ao fracasso deve ter levado mais um susto. E percebido que a CBF se especializou em mudar não mudando nada.
Gilmar é sujeito agradável, educado, muito bem articulado. Sempre deu boas entrevistas e salvou muitas pautas com suas ótimas declarações. Mas até quarta-feira, dia 16 de julho, ele era empresário de futebol, seu olhar era outro.
Eu esperava por ideias!
Eu sonhava com alguém que conhecesse profundamente no que se transformou o mundo da bola. Sonhava com quem tivesse noção das técnicas de treinamento mais avançadas, essas que nos destroçaram.
Quem domina esse conhecimento no Brasil, infelizmente, está submerso, não frequenta a sala da elite que dirige o esporte. Repito, o problema não é a pessoa, é o conhecimento. Ou a falta dele.
Apenas para ter uma ideia, será que estamos preparados para aplicar a periodização tática nas equipes de base? Será que temos na CBF alguém que tenha noção do que é o treinamento sistêmico?
Continuamos na pré-história do ludopédio, falando em fábrica de talentos, da força do futebol brasileiro e de todas aquelas bobagens do tipo. E não custa lembrar que o modelo atual foi referendado pelo cartola do seu clube na última eleição da CBF.


Obviamente, seu time segue na mesma direção!