sexta-feira, 23 de novembro de 2012

sso é Vasco x Fla! Ramon alfineta e Tenório retruca: 'O negócio é lá dentro


O torcedor que achou que o clássico deste sábado estava apagado, agora tem um prato cheio para voltar a sentir o verdadeiro gostinho de um jogo entre Vasco e Flamengo. Ramon, pelo lado rubro-negro, e Tenório, pelo cruz-maltino, apimentaram a eterna rivalidade.
Ex-jogador do Gigante da Colina, tendo sido, inclusive, campeão da Copa do Brasil ano passado, o lateral-esquerdo voltou a alfinetar o clube de São Januário, demonstrando novamente mágoa com os torcedores, assim como já havia feito no primeiro turno do Brasileiro, quando realizou a jogada do gol da vitória do Fla, marcado por Vágner Love.
– Independentemente do clube que eu esteja defendendo, contra o Vasco será sempre um algo a mais. Vou querer sempre ganhar, por tudo que aconteceu. Não sou essa pessoa que eles dizem que eu era – disse.
Indagado se incomodava ser chamado de “traidor” pelos vascaínos, Ramon emendou de primeira:
– Eles me chamaram de traidor, mas se traí alguém foi o Flamengo. Como flamenguista, eu joguei pelo Vasco – declarou o lateral, que chegou ao Vasco na Série B, em 2009.
Com personalidade forte, o equatoriano Tenório já sente que o clima é diferente quando se trata do “Clássico dos Milhões”. O Demolidor, como gosta de ser chamado, chegou a compará-lo a um Barcelona x Real Madrid, na Espanha.
 Tenório quer gol contra o Fla: 'Vai ser especial'
Vivendo a expectativa do primeiro Vasco x Flamengo, o atacante da Colina tomou conhecimento das declarações de Ramon, conhecido de seus atuais companheiros.
– Eu sei quem é Ramon porque já o vi jogar. Os caras (jogadores do Vasco) falaram que ele jogou pelo Vasco. Mas tem uma coisa: eu jogo pelo clube, não vou dizer que já sou vascaíno, mas tenho respeito pela instituição. Se amanhã for jogar em outro time, vou defender o meu atual time, mas sempre com respeito à equipe que joguei – declarou.
Experiente, o Demolidor, de 33 anos, destacou que o recado tem de ser dado em campo, neste sábado, às 19h30, no Engenhão.
– Não adianta ficar falando. Lá dentro do campo é outra coisa. O negócio vai ser lá dentro, pode ficar tranquilo. Se ganharmos o jogo, vai ser bom. Nós vamos esperar o sábado. É o que o Vasco está esperando – enfatizou Tenório, que só enfrentou o Fluminense em clássicos.
Antes querido, Ramon anda com imagem arranhada na Colina
Entre 2009 e 2011, Ramon tornou-se um dos jogadores mais queridos dentro do Vasco. Com seu jeito extrovertido, contagiou jogadores e funcionários. No entanto, as declarações que passou a dar depois que se transferiu para o Flamengo começaram a não soar bem em São Januário.
Há quem diga, nos corredores da Colina, que o lateral-esquerdo não precisava falar desta forma, pois anda passando uma imagem de ingratidão com o clube. O argumento dado é que o Vasco o projetou para o cenário do futebol, já que antes ele era reserva no Internacional.
No jogo do primeiro turno do Brasileiro, teve quem evitou cumprimentá-lo após a partida.Ramon, porém, ainda é querido por muitos. O apoiador Carlos Alberto e o volante Fellipe Bastos são grandes amigos dele no atual elenco do Gigante da Colina.
Bate-BolaRamon
Você sempre fala sobre o Vasco com uma certa mágoa. Por que este sentimento em relação ao clube?
Eu sempre respeitei o Vasco. Sou flamenguista e sempre fui, mas quando saí de lá, não me respeitaram. Na vida tudo tem um fim e o Vasco acabou para mim. Respeito o clube, mas quero ser conhecido como Ramon do Flamengo.
Mas o que deixou você mais chateado em São Januário?
A torcida criou raiva de mim. A pior coisa é ser julgado por uma coisa que você não é. Ela me chamou de traidor, mas se traí alguém, foi o Flamengo, pois como flamenguista, eu joguei pelo Vasco. Isso me magoou muito e não quero que minha filha cresça ouvindo besteira. Isso não tem mais volta para mim.
Então não é bem mágoa, o sentimento, mas sim raiva...
Não é raiva e sim uma vontade de vencer mais. Não quero brigar com ninguém, quero é jogar bola e vencer. Tenho muitos amigos que jogam lá, que frequentam minha casa. E os respeito muito.
Tenório sobre os clássicos: ‘A maioria eu ganhei’
Tenório foi revelado pela LDU. Desde jovem, acostumou-se com os clássicos equatorianos contra Barcelona e Deportivo Quito. Depois, transferiu-se para o Qatar, onde atuou por oito anos no Al-Sadd, e também conviveu com as rivalidade clubísticas de lá. Também somando os clássicos entre seleções, ele garante que o saldo é positivo.
– Já joguei vários. Perdi muitos poucos clássicos, a maioria eu ganhei – declarou.
Foi no Qatar que o Demolidor apontou o clássico mais especial, contra o Al-Arabi, que contava com o temido argentino Batistuta.
– Dias antes começaram a colocar pressão: “Tenório, amanhã tem um jogo muito difícil, um clássico.” Eu falei: “A coisa mais difícil do mundo vai ser o dia em que eu morrer”. No dia do jogo, vencemos por 7 a 0 e eu fiz cinco gols. Depois, eu falei assim: “Esse é o complicado?”. Foi um jogo que me marcou muito.
Bate-BolaTenório
Qual a expectativa de jogar pela primeira vez contra o Flamengo?
Sempre na vida há uma primeira vez. Se não acontecer nada hoje ou amanhã, vou jogar. É um clássico, uma partida especial.
Especial, porém não há muitas pretensões para ambos...
Hoje não é tão especial porque as coisas estão completamente definidas para os dois times, mas não deixa de ser um clássico. É importante para o torcedor. Temos que jogar com a mesma seriedade. Não queremos sair envergonhados. O Flamengo também não quer a mesma coisa. Para nós, o campeonato ainda não acabou e vamos jogar com a mesma intensidade.
Como será, de repente, marcar um gol contra o Flamengo?
Se eu marcar um gol contra o Flamengo será especial por tudo o que passei este ano, por conta das lesões. Todos os times do Brasil são importantes, mas fazer um gol contra o Flamengo será especial. Não sei se vou marcar um gol, mas vou lutar bastante