quinta-feira, 30 de abril de 2015

Flamengo: o complicado equilíbrio entre finanças e futebol

Nunca gostei muito do assunto extra campo. Políticas, alianças, federações, arbitragem e balancetes jamais foram meus assuntos prediletos em relação ao mundo esportivo. Contudo, como estamos em uma nova pré-temporada, “campo e bola” ficam meio esquecidos, e o foco se volta para a política e bastidores do Flamengo.
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Dando uma olhada nos noticiários recentes sobre os balanços fechados dos grandes clubes, foram divulgados os resultados em relação ao ano de 2014. Cruzeiro e Atlético-MG fecharam o ano no vermelho. A Raposa ficou devendo 38 milhões, e o saldo negativo do Galo fechou na casa dos 48 milhões. Some-se a isso as dívidas monstruosas do Corinthians, que não param de ser noticiadas (mesmo com pouco destaque) e o panorama para o futebol brasileiro parece sombrio.
A exceção nesse noticiário é (quem diria!) o nosso Flamengo. Com uma gestão que vem sendo incensada mundo afora (até notícias no New York Times e BBC foram veiculadas – LEIA AQUI), o clube rubro-negro fechou o ano no azul e vem pagando dívidas, reduzindo um passivo que estava quase incontrolável. Ainda estamos longe do ideal, conforme afirmam os dirigentes. Porém, com mais um ou dois anos nessa pegada, o clube terá um fôlego como a muito não se via na área financeira.
flamengo 01Mas, agora fica a questão: a torcida terá  a paciência que vem demonstrando até agora?
A matemática parece não jogar a favor nesse caso. A torcida começa a exigir jogadores de renome, ingressos baratos, camisas “limpas” sem uma enxurrada de patrocinadores e outros pontos que nos tornariam uma potência. Por outro lado, como continuar com a ideia de austeridade sem recursos para investir? Como pagar salários milionários sem patrocínios na camisa? Como colocar ingressos mais acessíveis, sem um programa sócio torcedor com uma adesão da grandeza do Flamengo?
Além disso, as taxas cobradas pelo Maracanã, tungam e sangram os cofres rubro-negros a cada partida realizada em suas dependências. Se a diretoria começa a jogar em outras praças, a torcida reclama. Se pagam as taxas do Maracanã, reclamam.
Como você pode perceber, é uma situação difícil e a balança fica sempre mais complicada de se equilibrar.