sexta-feira, 11 de abril de 2014

"Fla Coxinha" comanda vaias a um time limitado, mas esforçado, embora eliminado. Que torcida é essa?

O time do Flamengo tem óbvias limitações. Ampliadas pela saída de Elias — e aí não faz sentido o rubro-negro reclamar, as cifras pedidas pelo Sporting para cedê-lo eram exageradas para um clube que tenta se reorganizar. Mas ainda com o meia novamente corintiano, a equipe foi além do que se imaginava, batendo quatro dos seis melhores times do último Brasileirão. Assim, ganhou a Copa do Brasil.
Não, amigos, não estava nos planos flamenguistas levantar aquela taça. As coisas foram... acontecendo. E consequentemente não se esperava vaga na Libertadores. Mas ela apareceu. E com um time repleto de jogadores sem a maturidade necessária para a competição e com nítidas limitações, protagonizou mais um fracasso do clube no certame: nova eliminação na fase de grupos. Feio, claro. Bem feio. Mas não foi por falta de "vergonha" que o Flamengo não se classificou. Foi pelas suas próprias fraquezas.
Gazeta Press
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E quando há fraglidade no futebol é preciso buscar forças. E elas muitas vezes vêm de fora, da arquibancada. Mas nem sempre isso aconteceu no New Maracanan, repleto de torcedores apaixonados, que incentivam, e também daqueles que só lembram que o clube existe quando há a perspectiva de uma vitória relevante. Aqueles que vaiam com bola rolando, que apupam no primeiro tempo, como na saída de Elano, sentindo a lesão após período afastado. Não são torcedores, mas clientes, que acreditam ter um direito na compra do ingresso. O direito à vitória.
Mas não há Código de Defesa que assegure o triunfo a quem paga por um tíquete. E aí, sem a força da galera e diante de um rival superior — sim, o León é mais time — fica mais complicado. Vivemos a coxinhização do futebol, amplificada pelas novas "arenas" e seus ingressos caros, cujos preços são estipulados por marqueteiros e cartolas elitistas que imaginam ser o futebol um apenas produto. Não, não é. Futebol é paixão e torcedor não é espectador, muito menos consumidor.
Gazeta Press
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A torcida que apoiou o Flamengo na Copa do Brasil, quando o time jamais se viu obrigado a virar um placar no New Maracanan, desta vez se dividiu entre os que cantavam o hino, apoiavam, e aqueles que preferem exigir seus "direitos". Sim, eles acham que têm direito ao triunfo. São os torcedores de vitórias, não do clube, capazes de chamar um time esforçado mas como óbvias limitações de "sem vergonha", o que nitidamente não é. Então, parodiando o cântico dos próprios rubro-negros nos momentos de êxito, vem a pergunta: "Que torcida é essa"? É a "Fla Coxinha".