quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Colômbia de Nestor José Pekerman e a história dos argentinos por lá

São quatro vitórias seguidas, desde a derrota para o Equador, em junho. Desde que Nestor José Pekerman assumiu a seleção da Colômbia, em janeiro, tornou-se um novo time. Toque de bola, característica do futebol colombiano desde os anos 40, quando uma invasão de argentinos ensinou como jogar com o misto de malícia e habilidade típicas no sul do continentel.

Hoje a Colômbia tem dois volantes marcadores e um defeito grave na defesa: lentidão. Contra o Paraguai, jogaram Valdezm do Philadelphia, e Yepes, do Milan. Hoje, contra o Brasil, devem atuar Perea, do Cruz Azul, e Yepes, o primeiro de 33 anos, ex-Atlético de Madrid, o segundo de 36 anos, semifinalista da Libertadores de 1999 pelo River Plate -- quanto tempo.

Mas do meio para a frente há a velocidade de Teófilo Gutiérrez, ex-Racing da Argentina, hoje no Junior de Barranquilla, a armação de Macnelly Torres, semifinalista da Libertadores de 2007 pelo Cúcuta, hoje no Atlético Nacional. Pela esquerda, James Rodriguez, sensação do Porto, e no ataque Radamel Falcão Garcia, de atuações espetaculares pelo Atlético de Madrid.

O 4-2-3-1 você vê abaixo na imagem capturada do site impedimento.org, do jornalista Eduardo Cecconi, que fez ótima análise sobre a equipe de Pekerman. 
Impedimento.org
Imagem da Colômbia do site impedimento.org: 4-2-3-1
Imagem da Colômbia do site impedimento.org: 4-2-3-1

A história dos argentinos no futebol colombiano começa em 1948, na greve que interrompeu o Campeonato Argentino. Quando o torneio recomeçou, o Independiente foi campeão com os juvenis. Ao mesmo tempo, na Colômbia, o presidente da Liga, Alfonso Senior, comprava o sonho do governo de dar circo ao povo com um grande torneio de futebol. Mas como contratar craques para fazer isso?

Rompida com a Fifa, Alfonso Senior solucionou a questão viajando à Argentina e oferecendo aos jogadores grevistas contratos milionários. Em vez de pagar aos clubes, levava os jogadores para a Colômbia na mão grande. Assim foram para o Millonarios de Bogotá craques como Pedernera, Nestor Rossi, Di Stéfano.

O campeonato foi um sucesso e os colombianos aprenderam a jogar à base de toque de bola. O sonho chamado de Eldorado, ou de Liga Pirata (os jogadores eram pirateados), durou até 1954, dois anos depois do congresso da Fifa em Lima que selou a paz com os colombianos e deu o prazo de dois anos para deixar de contar com os craques. Em 1954, Di Stéfano foi vendido pelo Millonarios ao Real Madrid, numa polêmica disputa com o Barcelona, que chegou a comprá-lo do River Plate, proprietário do passe.

Anos mais tarde, nos anos 70, Carlos Bilardo foi técnico do Deportivo Cáli. E Nestor José Pekerman foi volante do Independiente de Medellín. Pekerman conhece bem o futebol colombiano. Conhece a ponto de recuperar o futebol da seleção nacional, rival desta noite do Brasil.