segunda-feira, 18 de julho de 2011

O preço foi alto

O primeiro tempo do Brasil foi muito bom. Saiu da marcação por pressão, marca registrada do Paraguai, e ainda criou chances roubando duas bolas no ataque. Teve Robinho buscando o jogo, perto dos volantes, emprestando sua experiência, como se fosse um armador de verdade. Justamente Robinho deu a Neymar a chance mais clara de gol que a seleção de Mano Menezes teve na Copa América. Mas Neymar chutou para fora.

As chances de gol sucessivamente desperdiçadas por André Santos e Lúcio fizeram de Justo Villar um dos destaques da partida, mas evidenciaram o preço da juventude. O Brasil apresentou uma equipe de futebol, lúcida, madura, envolvente. Não equipe infalível.
Neymar teve mais uma chance aos 3 minutos do segundo tempo, Pato chutou em cima de Justo Villar aos 27. E aos 36, cara a cara com o goleiro, perdeu de novo.
O preço de jogar a Copa América com um time tão jovem foi a eliminação. Jogar com os homens que não podem falhar, um aos 19 anos, outro de 21. Ainda que com a experiência no Santos e no Milan, isso pesa.
Mano Menezes responderá, com razão, que o torneio é parte da preparação para a Copa de 2014. De fato, não se pode atropelar as etapas, desde que se veja progresso na equipe. Eles existiram.
Lucas Leiva e Ramires nunca deixaram o Paraguai jogar às suas costas, Maicon e André Santos foram ao ataque alternadamente, com raros momentos em que o Paraguai conseguisse usar seus setores. Mas o ataque...
Em 12 jogos de Mano, o time marcou 16 gols. Não dá para dizer que uma seleção que jogou quatro vezes e só venceu o Equador tenha feito bom papel. Precisava chegar às semifinais para ser elogiada.
Trata-se, então, de time promissor. O jogo com o Paraguai deixou essa certeza.
JOGADA ENSAIADA
O melhor time. A primeira fase não mostrou o Uruguai convincente. Mas quando a equipe teve essa característica em início de competição? O que o time de Oscar Tabárez possui é simples: o time está formado há quatro anos e, por isso, tem variação tática, segurança na defesa, rapidez no ataque, do destaque Luis Suárez. Também tem a grande história da Copa América. O goleiro Muslera, que nasceu em Buenos Aires no dia em que o Uruguai foi eliminado da Copa de 86 pela Argentina.
A maior surpresa. Na história, a seleção peruana sempre teve grandes jogadores. Não se fala de gerações passadas, como Tolo Fernández ou Teófilo Cubillas. Há pouquíssimo tempo, o time tinha Pizarro e Farfán. O que castiga o futebol peruano é a falta de estrutura e de organização de sua federação nacional. O técnico uruguaio Sergio Markarian deu organização à equipe, num 4-2-3-1, com destaque absoluto para Vargas, o melhor jogador de meio de campo do torneio.