Como vencer a Alemanha? E como vencer a Alemanha sem Neymar? A ausência do craque limita as possibilidade ofensivas do Brasil, claro, mas não impede o time de marcar os germânicos alucinadamente. Como foi feito diante da Espanha na final da Copa das Confederações em 2013. Em tese melhor receita. Mas não é tão simples.
O problema é que a Alemanha alterou sua maneira de atuar justamente no jogo passado. Time que vinha se caracterizando pela posse de bola ao estilo Bayern de Pep Guardiola, nas quartas-de-final teve sua menor marca no Mundial: 50%. Reflexo também das mudanças feitas pelo técnico da França, Didier Deschamps, no decorrer da peleja.
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Os rivais desta terça-feira têm pouco em comum. Líder do ranking de faltas, o Brasil comete muito mais infrações do que a Alemanha, são 96 contra 57. Dez cartões amarelos foram apresentados a jogadores do time canarinho e apenas quatro aos germânicos, que trocam muito mais passes: 2.938 diante de 1.816 dos brasileiros. Uma diferença de 1.122, ou 224 por jogo. É muita coisa.
Três alemães aparecem entre os quatro maiores passadores da Copa, Lahm (471), Kroos (450) e Mertesacker (390), com o argentino Mascherano infiltrado entre eles - tem 465. Agora reserva, Daniel Alves é o brasileiro mais bem colocado neste ranking, com 309 que lhe dão o 12º posto. Bem atrás vêm Marcelo, Thiago Silva e David Luiz. O meio-campista do Brasil com mais passes é o "quase zagueiro" Luiz Gustavo, com 233.
Os alemães fizeram todos os seus gols dentro da área e dois vieram de bolas paradas. Mesmo com a volta de Lahm à lateral-direita diante da França e a presença de um autêntico centro-avante, Klose, o time segue gostando de ter a bola sob seu domínio. Mas concentrou demais suas jogadas pelo lado novamente ocupado por seu capitão. A distribuição nas partidas anteriores era nitidamente maior (veja abaixo).
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Seria fundamental para o time brasileiro marcar intensamente como foi feito com a Espanha no ano passado. E seria perfeito contar com Neymar pela ponta-esquerda, preocupando Lahm e impedindo que ele participe do jogo com tamanha freqüência. Poderia não resolver ante os bons meio-campistas do time de Joachim Low. Mas incomodaria bastante. Quanto mais se estuda e pensa o jogo nota-se que sem o craque, tudo fica muito mais difícil. Mas não impossível. Alguém terá que marcar Lahm.
A Colômbia fez bonito sem Falcao Garcia, a Alemanha está sem Reus, entre outros; a França perdeu Ribery, a Holanda não tem Strottman... Cabe ao Brasil seguir em frente sem o seu maior jogador, encontrar saídas, soluções. E vencer.
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