O Maracanã estava para o Rio de Janeiro, para o Brasil, como as pirâmides para o Egito. A Torre Eifel para Paris, o Big-Ben para Londres e o Coliseu para Roma. Era como Machu Picchu para o Peru. O Partenon dos gregos, a Estátua da Liberdade dos nova-iorquinos.

Para atender aos caprichos de alguns e aos interesses de outros, o Maracanã acabou demolido. Foi como se os chineses reconstruíssem sua muralha, os italianos desinclinassem a Torre de Pisa ou os escoceses colocassem escadas rolantes e elevadores no Castelo de Edimburgo.

Claro que eles poderiam ter preservado o local sagrado que era o Maracanã. Com sua imponência arquitetônica e seus valores, digamos, espirituais. Com todo o dinheiro ali colocado, bastaria erguer uma "arena Fifa" novinha em algum outro ponto do Rio de Janeiro. Sem agredir nossa história.

No dia da reabertura daquilo que foi o Maracanã, a foto abaixo resume o que era o velho estádio. Esses tempos não voltariam mais, é claro, mas não era preciso destruir um monumento histórico do nosso futebol. Tudo para atender às exigências de cartolas e a conveniência de outros?!
Mauro Cezar critica falta de apoio dos torcedores no Maracanã: 'Postura de torcida de vôlei'
Ao ver um jogo de futebol naquele espaço físico no qual estava o nosso (recém-reformado para o Pan 2007 e em estado muitíssimo bom) estádio, a sensação foi péssima. História, tradição, memória, tudo o que se acumulou ali por décadas não existe mais. Acabou!

Aquilo não é o Maracanã. É apenas mais uma "arena" moderna, cara, confortável e... sem alma.



Reprodução
Quando o Maraca ficava superlotado, a galera subia a marquise, onde ficavam até que alguém os tirasse de lá: outros tempos
Quando o Maraca superlotava, a galera subia a marquise, até que alguém os tirasse de lá: local sagrado do futebol