quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Superquarta histórica: Raposa campeã e protesto contra cartolagem com juiz de 'bobinho'

A noite de 13 de novembro de 2013 entrará para a história do esporte bretão nacional. A pátria de chuteiras conheceu, oficialmente, mais um campeão brasileiro e também saboreou uma jornada de protesto inesquecível.
Pela primeira vez, os jogadores peitaram a cartolagem com bom senso e muita criatividade. Marcaram um gol de placa que repercutiu no planeta bola.
No Barradão, a Raposa devassa soltou o grito de campeã pela segunda vez na era dos pontos corridos do Brasileirão (ganhou em 2003). Cantado em prosa e verso, o pão de queijo simplesmente sobrou no campeonato.
Muito bem temperado pelo ‘chef' Marcelo Oliveira, chegou ao título com quatro rodadas de antecedência, acumulando 74 pontos, apenas 16 à frente do vice-líder Furacão.
Venceu 23 partidas, empatou cinco e perdeu seis. Marcou 72 gols (ataque mais positivo) e sofreu 30 (segunda defesa menos vazada, ao lado da do Galo). Aproveitamento de 72,5%. Um trovão azul.
De quase rebaixado em 2011, o Cruzeiro chegou ao título com um time homogêneo, sem grandes estrelas. Bom e barato. O clube investiu R$ 40 milhões na montagem do espetáculo, mesma quantia paga pelo Corinthians por 60% dos direitos de Pato.
O time mineiro colocou a faixa no peito após derrotar o Vitória (3 a 1). Mas nem precisava. A derrota de 2 a 1 do Furacão para o Criciúma garantiria a festa.
Antes de a bola rolar, outro feito histórico na superquarta: um protesto organizado pelo Bom Senso, movimento dos atletas que exige mudanças no esporte, contra a cartolagem do Circo Brasileiro de Futebol.
Eles cruzaram os braços. Literalmente. Os árbitros deram a saída, mas os jogadores ficaram parados por alguns segundos. Eles também entraram em campo com faixas de protesto (‘Amigos da CBF: e o bom senso?).
Houve apenas uma exceção: São Paulo x Flamengo. Ameaçados pelo árbitro Alicio Pena Júnior, que prometeu amarelar todos se cumprissem a determinação do Bom Senso, os atletas tocaram a bola de um lado para outro, enquanto sua senhoria desempenhava o papel de bobo da corte, sem saber o que fazer, correndo pra cá e pra lá. Após quase um minuto, o capitão Rogério Ceni fez final para começar o jogo.
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Pitacos da rodada 1. Depois de mais de três meses, Corinthians volta a vencer dois jogos seguidos por ‘goleada': 1 a 0 no Fluminense (domingo) e agora no Coxa - Guilherme garante o triunfo e a zona de conforto da equipe no campeonato; Tigre derruba Furacão (2 a 1) e sai da zona do agrião queimado após 12 jornadas, com direito ao 100º gol de Paulo Baier em Brasileiros; Botafogo fica no ‘oxo' com a Lusa e se complica na reta final do torneio - pela primeira vez desde a quinta rodada, time carioca deixa o seleto grupo da Libertadores (Goiás é o quarto colocado).
Sugismundo Freud. Se você quer, faça.
Pitacos da rodada 2. Na volta do rechonchudo Walter, Verdão do cerrado implode Ponte, com Sasha e Ramon, e segue na luta por vaga na Libertadores - Macaca cada vez mais próxima do inferno; depois de 653 minutos, imortal Grêmio reencontra o caminho do gol com o ‘artilheiro' Rhodolfo, continua no G4 e afunda a nau vascaína, novamente no subsolo do campeonato - Renato Gaúcho ganha vaias da torcida (14.884 presentes) ao substituir Zé Roberto, que joga a chuteira longe; Rogério Ceni desencanta após quatro pênaltis perdidos e comanda vitória do soberano São Paulo sobre o Urubu por 2 a 0 - Ademilson marcou o segundo.

Dona Fifi. Sabe-se agora por que o Palmeiras perdeu para o Paysandu e adiou a festa do bi na Série B: os jogadores ficaram os 90 minutos de braços cruzados a pedido do Bom Senso.

Gilete press. De Leonardo André, no ‘Extra': "Há dois anos no comando do Botafogo, o técnico Oswaldo de Oliveira está em contagem regressiva para trocar o Rio por Belo Horizonte na temporada do ano que vem. Oswaldo já foi procurado pelo presidente do Atlético/MG, Alexandre Kalil, para ocupar o lugar de Cuca, que comunicou ao cartola sua decisão de sair do Galo após a decisão do Mundial, no Marrocos. O técnico alvinegro fez questão de deixar a conversa para o final do Brasileiro." A conferir.

Twitface. ‘Calor entra rasgando (42 pontos) e ultrapassa Flu (36) e Vasco (37)' - manchete do jornal carioca ‘Meia Hora'. Pano rápido.

Tititi d'Aline. O fofo Ronaldo, que se encontra em Londres com a namorada Paula Morais, cresce os olhos para o mercado editorial. Ele pretende investir parte da poupança na compra dos direitos da ‘Playboy' no Brasil.

Você sabia que... o Galo e o Saci colorado já se enfrentaram 19 vezes na era dos pontos corridos do Brasileirão, com uma vitória do time mineiro e 10 triunfos da equipe gaúcha?

Bola de ouro 1. Fábio, Maye, Dedé, Léo, Egídio, Everton, Leandro Guerreiro, Lucas Silva, Ricardo Goulart, Dagoberto, Tinga, Borges, Júlio Baptista, Willian, Everton Ribeiro (na arquibancada) e Marcelo Oliveira. Uma Raposa que entrou para a história.
Bola de ouro 2. Celeste e México. Arrasaram a Jordânia (5 a 0) e a Nova Zelândia (5 a 1), no primeiro jogo da repescagem, e colocaram os pés, os braços, a cabeça, o papagaio, a milonga e a tequila na Copa de 2014. Só perdem a vaga se chover canivete na segunda partida.

Bola de latão. Mario Gobbi. Publicamente, o pródigo cartola corintiano jura que deseja renovar o contrato do ‘professor' Tite; nos bastidores, acerta os ponteiros para a volta de Mano Menezes.

Bola de lixo. Nissan. O diretor de marketing da montadora, Murilo Moreno, está vibrando com a possibilidade de o Vasco voltar para a Série B. Seria um gol de placa, ‘já que teria mais visibilidade do que ficar pelo meio da tabela' na elite. Pouco depois, a Nissan negou torcer contra. Mas o estrago já estava feito.

Bola sete. "É complicado encontrar um árbitro que chama o time do Flamengo de fraco, que manda nosso time chupar porque o São Paulo está ganhando. Ele não passa de um babaca e não pode apitar jogos do Brasileiro" (do zagueiro Chicão, sobre sua senhoria, Alicio Pena Júnior - que maravilha).
Dúvida pertinente. Por que o protesto do Bom Senso não atingiu a globalização da mídia?