quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Noite dos braços cruzados mostra porque é tão difícil esperar bom senso dos árbitros de futebol

A manifestações dos jogadores foi legítima e pacífica. Realmente pacífica. Nada parecido com o arremesso de ovos por torcedores do Botafogo no time que desembarcava após a derrota para o Internacional. Atitude que, aliás, não deu em nada. No jogo seguinte o time passou perto de perder para a Portuguesa no Rio de Janeiro, pois a Lusa teve um gol mal anulado.
Os atletas de futebol, finalmente unidos de verdade em busca do objetivo comum, resolveram cruzar os braços após o apito inicial. A manifestação se repetiu nos jogos da noite de quarta-feira. Se alcançarem seus objetivos, esses jogadores darão enorme contribuição não só a eles mesmos como aos companheiros que ganham pouco e passam boa parte do ano sem emprego.
Caso suas reindicações sejam atendidas, além de vermos os poderosos cartolas não tão poderosos assim, o espetáculo deverá melhorar, o trabalho das comissões técnicas e dos treinadores poderá ser mais bem desenvolvido e o torcedor irá lucrar também. Nesse cenário que se desenha, todos os envolvidos com o futebol ganharão, até os árbitros e auxiliares. Isso mesmo, até os homens do apito.
Assim como os atletas são obrigados a viajar e jogar muito em curtos períodos, os juízes de futebol e seus bandeirinhas passam pela mesma situação. Há semanas nas quais alguns deles vão a campo sem a recuperação física adequada, sem o tempo ideal para treinamento e descanso. Como acontece com os jogadores. Assim, os árbitros em geral deveriam apoiar tal iniciativa de quem joga futebol.
Mas o que se viu foi uma ameaça de advertência coletiva. Um festival de cartões amarelos logo após o início de um cotejo — clique aqui e leia mais. Tão patética situação não ocorreu graças à criatividade dos atletas. Dá nojo tamanha subserviência aos chefetes do futebol, além do autoritarismo diante dos atletas, como se fossem meros bonecos manipuláveis.
Pois se um dia eles o foram, pelo jeito não são mais. Mas no apito tal postura resiste. Patéticos!
Gazeta Press
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Jogadores do São Paulo e Flamengo entram em campo com faixa do protesto do Bom Senso: faltou isso ao apitador