segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Fico!

Se Tite quiser, será o técnico do Corinthians no ano que vem. E o mesmo vale para Cuca, no Atlético-MG.
"Mesmo que ele perca para o Mazembe, não sai", diz Alexandre Kalil, presidente do Galo. "Cuca só sai se quiser."
A mesma frase é dita pelo presidente do Corinthians, Mario Gobbi, sem alarde. A direção do Corinthians quer a permanência de Tite no ano que vem.
"Queremos que fique. Não sabemos se ele quer", diz Gobbi.
Querer nem sempre é poder.
Uma sequência de oito partidas sem vencer, como aquela finalizada quarta-feira passada pelo Corinthians, pode produzir pressões que tornem a demissão inevitável. Fora isso, Tite fica. Cuca também.
As decisões não têm nada a ver com o desempenho do Campeonato Brasileiro. Nem com o jogo de ontem, em que o Atlético foi melhor na maior parte do tempo, mas chegou a ser ameaçado no segundo tempo.
Repleto de desfalques, sem Victor, Richarlyson, com Diego Tardelli na função de Ronaldinho Gaúcho, o Atlético não tem do que reclamar do empate sem gols e sem graça de ontem.
Editoria de Arte/Folhapress
O Corinthians, sim. Pode contestar os últimos dez jogos, com uma só vitória.
As decisões de Alexandre Kalil e Mario Gobbi de oferecerem mais tempo de contrato a seus dois treinadores têm a ver com o sucesso recente. Não é um caso de gratidão, mas de reconhecimento.
Alex Ferguson não foi demitido quando perdeu o título inglês para o modesto Blackburn, em 1995. Tinha sido campeão pelo Manchester United depois de 25 anos. Ficou pelo conjunto da obra.
É o caso agora.
Tite e Cuca são exceções no opaco futebol brasileiro dos últimos anos. São os dois últimos campeões da Libertadores, Tite tem como bônus o Brasileiro de 2011.
Atlético e Corinthians foram os mais modernos times brasileiros dos últimos dois anos. Marcaram no campo de ataque, diminuíram os espaços dos adversários, apresentaram equipes de muita velocidade.
Atlético e Corinthians são os times mais atuais do futebol brasileiro. Os que praticam futebol mais parecido com o que se vê na Europa. Os técnicos brasileiros não fazem times modernos porque são arcaicos ou são arcaicos porque nossa lógica de demissões não é moderna?
Há excesso de jogos ruins no calendário inchado do futebol brasileiro ou o calendário inchado do futebol brasileiro produz jogos demais e eles tornam-se ruins?
É lógico que a segunda opção é mais certa. Cuca e Tite conseguiram os melhores desempenhos em clubes brasileiros porque tiveram as melhores condições de trabalho.
É por isso que Alexandre Kalil e Mario Gobbi querem mantê-los.
Esqueça o insosso 0 x 0 de ontem. Tite e Cuca merecem ficar.
VASCO E SÃO PAULO
A reclamação de Rogério procede. O pênalti de Juan foi em dois toques. Mas evidencia o nervosismo com a proximidade da zona da degola. O Vasco parece mais calmo, como se já acostumado. O hábito de más campanhas é péssimo, mas, nessa hora, ter segurança é a melhor forma de escapar.


MAIS LÍDER
Ricardo Goulart foi o melhor em campo ontem na Arena Pernambuco. Há uma semana, suspenso, não atuou contra o Inter. Sua volta torna o Cruzeiro mais agudo. Contra o Náutico, Everton Ribeiro voltou a jogar bem. Quem abriu 11 pontos de vantagem a esta altura nunca perdeu o título.