segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Evolução, torcida e erros do Flu ajudam mais que o sal grosso na vitória do São Paulo

Gazeta Press
Brasileiro São Paulo Luis Fabiano Reinaldo Fluminense 25/08/13
Brasileiro São Paulo Luis Fabiano Reinaldo Fluminense 25/08/13
Em país tão "democrático" nas questões religiosas e afeito a crendices e superstições, convém respeitar a "ajuda" do sal grosso na escada de acesso do São Paulo ao gramado do Morumbi. Mas apenas como uma espécie de doping psicológico, para aumentar a confiança do "Clube da Fé".
Porque o triunfo que encerrou série histórica de 12 partidas oficiais sem vitória foi construída pela evolução do time de Paulo Autuori. O bom segundo tempo no empate sem gols com o Flamengo em Brasília já tinha sido um indício, apesar do pênalti desperdiçado por Jadson.
Com uma semana para treinar, o progresso seria natural. E ele veio com atuação segura no primeiro tempo, embalada pelos mais de 55 mil torcedores no estádio. Jogadas pelos dois lados, apoio de Douglas e Reinaldo, profundidade de Ademilson e, enfim, a boa dinâmica de Jadson e Ganso na criação das jogadas. Um recua, o outro se aproxima de Luis Fabiano ou abre para espaçar a defesa adversária.
O Fluminense contribuiu com a débil execução do 3-6-1 armado em função dos desfalques de Fred e Rafael Sóbis. Edinho se juntando a Gum e Anderson na zaga, mas não liberando os alas Igor Julião e Carlinhos, presos por conta da pressão do rival pelos flancos. Na frente, Wagner não conseguia flutuar às costas de Wellington e Fabricio e isolava Samuel.
Ainda assim, o primeiro gol são-paulino só saiu em função da vantagem numérica por conta da lesão de Jean, que saiu de campo sem a entrada do substituto. O volante, que vigiava Ganso, não pôde bloquear a bela assistência do meia para Luis Fabiano, que foi mais rápido que o vagaroso Edinho no deslocamento e acertou toque sutil na saída de Cavalieri.
Olho Tático
São Paulo forte no primeiro tempo com Ganso e Jadson articulando e Ademilson se juntando a Luis Fabiano; Flu confuso no 3-6-1 de Luxemburgo.
São Paulo forte no primeiro tempo com Ganso e Jadson articulando e Ademilson se juntando a Luis Fabiano; Flu confuso no 3-6-1 de Luxemburgo.
Vanderlei Luxemburgo trocou a substituição e mandou a campo Kenedy, restruturando o Flu inicialmente no 3-4-1-2, depois no 4-4-2 com losango no meio-campo. Porque Autuori também precisou mexer na formação e no desenho tático pela contusão de Ademilson. Lucas Evangelista entrou pela esquerda, com Jadson e Ganso completando a linha de três meias atrás de Luis Fabiano.
Assim saiu o gol de Reinaldo, consolidando o domínio na primeira etapa do time que teve 59% de posse de bola e sete finalizações contra apenas uma do Flu. Luxemburgo trocou Felipe, lento e pouco combativo, por Eduardo. Autuori promoveu a estreia de Antonio Carlos, ex-Botafogo, na zaga - Rodrigo Caio avançou com volante para ocupar a vaga de Fabricio. O São Paulo seguiu controlando o jogo, mas naturalmente sem a mesma intensidade. 
Nem a entrada de Aloisio no lugar Jadson tornou o 4-2-3-1 mais vertical e contundente. O Flu teve um pouco mais de fluência ofensiva, recuperou a posse de bola (empatou em 50%) e finalizou mais vezes (sete a dois). Mas só foi às redes no final com Eduardo, completando bom pivô de Kenedy. Aproveitar a base parece o norte mais seguro para Luxemburgo no hesitante campeão brasileiro.
Olho Tático
No final, Flu no 4-3-1-2 com mais presença ofensiva; tricolor no 4-2-3-1 que controlou o jogo e administrou vantagem.
No final, Flu no 4-3-1-2 com mais presença ofensiva; tricolor no 4-2-3-1 que controlou o jogo e administrou vantagem.
Os três pontos fortalecem a ideia de time no Morumbi. Se sobreviver à insana sequência de jogos para compensar as partidas adiadas, a saída da zona de rebaixamento deve ser natural. Com respaldo da torcida e da boa atuação no primeiro tempo que podem fazer do sal grosso apenas mais um folclore no futebol.