quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Prévia: Flamengo se defende com linhas de quatro; Furacão é intenso e rápido no ataque

O nosso Mauro Cezar Pereira vem dissecando Flamengo e Atlético-PR, finalistas da Copa do Brasil, em seu blog: vídeo, números, mapas de calor...Um belo trabalho com todos os recursos possíveis e auxílio luxuoso de Footstats e TruMedia. Veja mais AQUI.
Por isso o Olho Tático, na prévia da decisão, humildemente se limita a um recorte que considera importante: o contexto da primeira partida. Afinal, desde 2009, os vencedores, todos sem sofrer gols em casa, levaram a taça - Corinthians, Santos, Vasco e Palmeiras.
O Flamengo, visitante na Vila Capanema, cresceu sob o comando do ex-interino Jayme de Almeida com a transformação de jogadores como Hernane e Paulinho. Também pela evolução do sistema defensivo, ao menos no torneio nacional. Em quatro partidas, sofreu apenas três gols. Compensados pelos nove marcados.
Uma boa referência para o jogo no Paraná é o desempenho nos 2 a 1 sobre o Goiás no Serra Dourada. A equipe rubro-negra desarmou 16 vezes contra 14 do time esmeraldino. Na contramão do futebol dito moderno, Jayme resgatou Amaral, típico volante marcador que só aos poucos vai evoluindo nos passes. Compensa, porém, com seriedade, boa colocação e muito dinamismo no combate.
Além da entrega, vale destacar a organização em duas linhas de quatro: na defesa, Léo Moura, Chicão, Wallace e André Santos. À frente, Luiz Antonio fecha o lado direito, Amaral e Elias combatem no centro e Paulinho volta pela esquerda. Hernane fica na frente com Carlos Eduardo, mas ajuda na recomposição, dando primeiro combate ao volante adversário e deixando o camisa vinte mais solto.
Montagem ESPN Piero
Flagrante do Flamengo iniciando o combate com Carlos Eduardo e Hernane na frente e uma linha de quatro no meio.
Flagrante do Flamengo iniciando o combate com Carlos Eduardo e Hernane na frente e uma linha de quatro no meio.
O time fecha bem as linhas de passe, compacta a marcação pelos lados e obriga o oponente a rodar a bola, virar de um lado para o outro. Até forçar o erro de passe ou desarmar.
A dificuldade do rubro-negro carioca é encaixar os contragolpes. A única saída é com Paulinho, já que Hernane e Carlos Eduardo não são atacantes rápidos. Se o ponta esquerda que se multiplica em campo cansa ou é bem marcado, a equipe perde transição ofensiva e cede espaços ao adversário.
Já o Furacão, como Mauro Cezar já mostrou, é um time que faz ligações rápidas da defesa para o ataque, sem maiores preocupações com a posse de bola. No 4-3-1-2, a equipe de Vagner Mancini costuma acionar diretamente, muitas vezes com os zagueiros Manoel e Luiz Alberto, a dupla de atacantes normalmente formada por Marcelo e Ederson.

Em tempos de 4-2-3-1, que é uma das variações de Mancini, atacar com dois avantes que abrem e infiltram em diagonal tem criado problemas para os rivais.
No primeiro gol dos 3 a 0 sobre o São Paulo, outras características do Atlético chamam a atenção: pressão sobre o homem da bola, quando Ganso é desarmado na intermediária. Depois intensidade e rapidez no contragolpe, com Ederson aparecendo pela esquerda e, com outros dois companheiros na área, Marcelo recebendo pela direita e marcando em bela conclusão.
TV Globo / Montagem ESPN Piero
Flagrante da rápida transição ofensiva do Furacão com Ederson centrando e três companheiros na área - inclusive Marcelo, que vai marcar o gol.
Flagrante da rápida transição ofensiva do Furacão com Ederson centrando e três companheiros na área - inclusive Marcelo, que vai marcar o gol.
Nas inversões rápidas de lado também foi às redes contra Palmeiras e Grêmio. O time vai precisar de Marcelo à direita e Ederson ou Everton pela esquerda para buscar a linha de fundo, já que a tendência é que os laterais, ainda indefinidos com a suspensão de Leo e o possível retorno de Pedro Botelho, não ataquem constantemente. Juninho deve ser deslocado para o lado direito para marcar Paulinho.
Psicologicamente, a dúvida é se a pífia atuação na goleada sofrida para o Botafogo pelo Brasileiro será encarada como natural, pelo foco na possibilidade de título e classificação para a Libertadores , aumentará a concentração da equipe ou abalará a confiança de um time que vem se impondo na confiança e no vigor físico. Sem contar o pé direito calibrado e a experiência de Paulo Baier, ausência sentida no Maracanã.

Disputa sem favoritos. Na partida e no confronto. Mas os primeiros noventa minutos pedem atenção.
Olho Tático
As prováveis formações: Flamengo completo no 4-4-1-1 e forte pela esquerda; Atlético-PR com mudanças, mas no mesmo 4-3-1-2 intenso e veloz.
As prováveis formações: Flamengo completo no 4-4-1-1 e forte pela esquerda; Atlético-PR com mudanças, mas no mesmo 4-3-1-2 intenso e veloz.