O Cruzeiro é um time mais veloz e incisivo do que o Botafogo. Isso ficou claro até mesmo nos melhores momentos do time carioca no clássico de quarta-feira à noite, como os minutos anteriores ao pênalti desperdiçado por Seedorf. O Botafogo tem cadência, joga no ritmo do holandês. O Cruzeiro é extremamente veloz e a movimentação de seus três meias, William, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, atrapalha a marcação adversária.
Apesar disso e de ser claro que dois pênaltis contribuíram para o resultado final de 3 x 0 -- o perdido por Seedorf e o mal marcado sobre Éverton Ribeiro -- outro lance determinou a vantagem cruzeirense. O Botafogo não pode tomar um gol de replay, como aconteceu no deslocamento de Nílton para finalizar o escanteio cobrado da direita. Marcelo Mattos é o homem da marcação a Nílton e não consegue prosseguir na marcação por causa da parede bem feita por Dedé.
Nílton faz grande Campeonato Brasileiro e o Cruzeiro idem. Quem abriu sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado nunca perdeu o título. Verdade que times como São Paulo (11) e Flamengo (12) tiraram diferenças maiores, mas os líderes de 2008 (Grêmio) e 2009 (Palmeiras) não tinham tanto conforto sobre o segundo colocado -- o Grêmio chegou a abrir seis sobre o Cruzeiro, vice-líder, com o São Paulo bem mais atrás.
Coincidências...
Em 2003, ano do título cruzeirense, o rival direto no segundo turno era o Santos, batido por 3 x 0 dentro do Mineirão. Só que a distância entre os dois subiu para 3 pontos daquela vez. Não para sete. Aquele Cruzeiro tinha 46 pontos na 22a rodada. Este tem 49.