Por mais observações que se faça sobre os trabalhos recentes de Paulo Autuori, é inevitável falar da injustiça da demissão ao final de uma semana com quatro jogos. O trabalho a se fazer sobre o calendário ridículo da CBF era político, não era técnico. Era bater na porta na CBF e dizer que não concordava.
Autuori teve pouquíssimo tempo para treinar. Não conseguiu fazer o time render e perder para o Criciúma em casa foi seu pecado mortal. Mas que o São Paulo se iguala aos clubes que não acreditam no trabalho em que apostaram, se iguala.
Em quatro anos, desde a saída de Muricy Ramalho depois da eliminação nas quartas-de-final da Libertadores contra o Cruzeiro, o São Paulo teve sete técnicos: Ricardo Gomes, Sérgio Baresi, Paulo César Carpegiani, Adílson Batista, Émerson Leão, Ney Franco, Paulo Autuori. Muricy passou três anos e meio no cargo. Antes dele, para encontrar sete técnicos é preciso recuar de 2006, quando Muricy chegou, até 2001. Naqueles cinco anos, teve Osvaldo Alvarez, Nelsinho Baptista, Oswaldo de Oliveira, Roberto Rojas, Cuca, Émerson Leão e Paulo Autuori.
Nestes quatro anos, Muricy passou bons e maus momentos. Terminou mal sua passagem pelo Santos, não foi bem no Palmeiras, quinto colocado no Brasileirão de 2009. Mas ganhou cinco taças -- Brasileirão pelo Fluminense, dois paulistas, uma Libertadores e uma Recopa pelo Santos.
Muricy precisou menos do São Paulo do que o São Paulo precisou de Muricy.