Um gol marcado quando o adversário esperava a devolução da posse de bola causou confusão em um jogo da Copa da Liga Inglesa nesta terça-feira. Aconteceu no confronto entre Yeovil e Birmingham, válido pela segunda fase do torneio.
O Birmingham vencia por 2 a 1 até os 45 minutos do segundo tempo, quando o goleiro Colin Doyle chutou a bola para fora a fim de permitir o atendimento ao defensor Dan Burn.
Com o time visitante parado no aguardo de receber a bola, como normalmente acontece em situações do tipo, Byron Webster chutou para o gol e empatou a partida.
Um caso semelhante ocorreu na última temporada da Champions League, quando o atacante Luiz Adriano, do Shakhtar Donetsk, marcou com a defesa do Nordsjaelland estática à espera do 'fair-play'. O ato antidesportivo rendeu um jogo de suspensão ao brasileiro e motivou um pedido de desculpas formal do clube ucraniano.
No jogo desta terça, depois de muita discussão entre jogadores e comissões técnicas, a prorrogação teve início. Pouco antes do fim do primeiro tempo, o Yeovil chegou à virada com Luke Ayling.
Então, no pontapé inicial do segundo tempo da prorrogação, o técnico Gary Johnson ordenou que seus jogadores abrissem o campo para que o Birmingham empatasse o jogo. Lee Novak teve caminho livre para fazer o gol dos 3 a 3.
A decisão foi para os pênaltis, e o Birmingham, campeão do torneio em 2011, levou a melhor para ficar com a vaga na terceira fase.
Após a partida, Johnson procurou justificar a atitude: "Pedi desculpas a Lee Clark (técnico do Birmingham) porque, pensando bem, foi antidesportivo. De qualquer forma, nos cansamos de ver times chutando para fora pelos próprios jogadores aqui quando estamos tentando empatar".
"Queria continuar o jogo normalmente, mas não esperava que o Birmingham ficasse parado e não esperava que Byron fizesse o gol. Coisas semelhantes aconteceram nos últimos três jogos e algo na minha cabeça me dizia para seguir o jogo, mas não esperava essa sequência de acontecimentos", argumentou.
As desculpas do técnico adversário não convenceram Clark, que reclamou: "Posso estar errado, mas meus pais me ensinaram a ser um bom esportista. Vou reclamar nos canais certos. Algo tem de ser feito. Devolver um gol quando você está na frente é fácil. Estávamos ganhando o jogo até os acréscimos".
A Inglaterra tem precedente de um jogo repetido por falta de fair-play. Foi em 1999, no confronto da FA Cup entre Arsenal e Sheffield United. Os Gunners venceram por 2 a 1 graças a um gol de Overmars recebendo passe de Kanu, que seguiu na jogada quando esperava-se a bola devolvida.
Arsène Wenger alegou um mal entendido e ofereceu ao Sheffield United a possibilidade de repetir o jogo. A sugestão foi aceita pela federação e os times voltaram a se enfrentar dez dias depois, com o mesmo placar de 2 a 1 para o Arsenal, desta vez sem gols controversos.