Não sei se é verdade. Não sei se há exagero, mágoa ou o que for, mas, jornalisticamente, é interessante que o ex-técnico do São Paulo tenha dito o que disse.
Porque as palavras de Ney Franco não soam como novidade para quem trabalha com futebol em São Paulo. Não há, no teor da entrevista concedido ao jornal O Globo, grande surpresa (o que, repito, não quer dizer que seja verdade).
A novidade é que, enfim, alguém diz publicamente o que muita gente — como jornalistas e ex-funcionários ligados ao clube — diziam apenas com câmeras, microfones e gravadores desligados.
Tratar do tema e trazê-lo à tona publicamente deixa de ser uma irresponsabilidade, como seria até então.
Agora, se quiser, o próprio Rogério Ceni pode responder sobre isso. Se não quiser, não tem obrigação alguma. Não precisa dar explicações e tem todo direito de se limitar à boa sacada "se eu tivesse essa influência, ele estaria no olho da rua faz tempo".
Não sou amigo de Rogério Ceni. Não o conheço. Tive breve contato com ele, duas ou três vezes. E Ceni foi sempre educadíssimo, gentil. Em vários aspectos, dentro e fora de campo, é um cara acima da média. É desnecessário elencá-los.
Não tenho, portanto, nenhum motivo para "falar mal" de Rogério Ceni. E os motivos que tenho para falar bem são apenas pelo trabalho que ele realiza.
Minha impressão, contudo, é que boa parte das análises sobre tudo que cerca o goleiro, para o bem e para o mal, são contaminadas pelo que Rogério Ceni é pessoalmente. Um cara inteligente, articulado e muito vaidoso.
Exatamente por isso, o resultado das análises acaba tendo saldo negativo para Ceni. Porque, no fim das contas, ele desperta mais antipatia do que cativa.
PS. o comentário do Bate-Bola 2 de ontem, comparação entre Ceni e Marcos, se concluía justamente com esse raciocínio (trecho suprimido no site): Marcos, por ser adorado pela maioria das pessoas (oposto a Ceni neste aspecto), contava até com certa conivência da crítica, mesmo quando errava. O contrário do que ocorre com Ceni.