domingo, 7 de julho de 2013

No empate com pênalti à brasileira em Brasília, uma resposta aos "donos" do "New Maracanan"

O estádio Mané Garrincha, em Brasília, é muito grande. Eram mais de 63 mil ingressos à disposição da torcida. Cerca de 84% foram adquiridos (exatos 52.825), gerando uma renda excelente de R$ 2.705.050. O preço médio do bilhete para Flamengo 2 x 2 Coritiba: R$ 51. Nada barato, convenhamos. Para o time rubro-negro, que raramente enchia os 45 mil lugares do Engenhão, um resultado excepcional que os dirigentes certamente comemoram.
Vejamos neste domingo, em Pernambuco, qual será o resultado de público no duelo entre Botafogo x Fluminense. Os três cariocas sem estádio saem pelo país ocupando os candidatos a "elefantes brancos" da Copa do Mundo. Reflexo das exigências daqueles que arrendaram a "arena" instalada no espaço no qual vivia o Maracanã. E é muito bom que consigam bons números de torcida e bilheteria, isso lhes dá poder de negociação.
Sim, o velho estádio sempre foi público. E só construiu sua história a ponto de virar cartão postal do Rio de Janeiro por causa dos quatro grandes clubes cariocas e suas torcidas. O turista que vinha à Cidade Maravilhosa queria a praia, o Corcovado, o Pão-de-Açúcar, as escolas de samba e o Maraca lotado. Um programa espetacular que, agradeço a Deus, tive a sorte de desfrutar tantas vezes.
Claro que Flamengo, Fluminense e Botafogo deveriam ter erguido suas canchas há muito tempo. Não o fizeram, se acomodaram com o conforto do amplo e sempre aconchegante Maracanã. Sim, lá nos sentíamos em casa, fosse nas cadeiras, camarotes, arquibancadas ou na geral. Quem frequentava o templo conhecia cada cantinho do histórico estádio, apesar de todo o seu gigantismo.
Embora isso não justifique a falta de iniciativa dos três clubes que não foram atrás de suas "casas próprias", também não faz sentido a entrega de uma "arena" reconstruída ao custo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão a empresas que agora podem explorá-lo. E impor condições leoninas, inaceitáveis, às agremiações que escreveram a história daquele lugar, o inseriram entre os maiores palcos do futebol mundial.
Estamos diante de uma queda de braço e o torcedor que prestigia os times cariocas nesse momento ajuda o clube de coração a encarar o outro lado nessa dura negociação. E cá entre nós, alguém acredita que Flamengo e Coritiba teriam torcida tão numerosa se o cotejo fosse no Rio de Janeiro? Caberá ao povo do Distrito Federal mostrar, nos próximos jogos, que é capaz de prestigiar o time como o do Rio. Ou mais...
Com a bola rolando, o ponto negativo foi o pênalti à brasileira marcado por Paulo César de Oliveira, atendendo ao aceno do auxiliar Anderson José de Moraes Coelho. Leandro Almeida, numa disputa de bola com Marcelo Moreno, abriu um pouco mais o braço e o boliviano se atirou no gramado. O apitador não embarcou na dele, mas o bandeira provocou a lambança.
Menos mal que o próprio centroavante do Flamengo foi para a cobrança, bateu muito mal e o goleiro Vanderlei defendeu até com alguma facilidade, ou seja, a arbitragem não interferiu no resultado final. Se o defensor não puder movimentar os braços numa disputa de bola com um cai-cai, talvez seja melhor que entre em campo vestindo camisa-de-força. Os rubro-negros abriram 2 a 0 e o campeão paranaense buscou o empate.
Um bom jogo, um belo público e uma ótima reação da torcida do Flamengo, que identificou o elemento que atirou um copo na direção de um jogador do Coritiba. O cidadão foi retirado do local pela polícia. Boa. Torcedor tem que gritar, pressionar, mas não pode fazer esse tipo de asneira. De estranho apenas as vaias de alguns flamenguistas após o apito final. O empate foi justo e hoje o Coxa tem um time melhor que o de Mano Menezes. 
Será que em algum lugar do Rio de Janeiro alguns homens fazem cálculos? A cada jogo de time carioca com bom público em outros pontos do país eles, os "donos" do "New Maracanan", deixam de faturar. Que Flamengo, Fluminense e Botafogo joguem duro. O interesse dos clubes e de seus torcedores (que também são cidadãos que pagam os impostos que geraram as receitas enfiadas no estádio) deve prevalecer.
Gosta de vídeos de torcidas, de estádios? Vá ao canal no Youtube clicando aqui
Gazeta Press
Marcelo Moreno comemora o gol da vitória do Fla, para desgosto de Chico; boliviano ainda perdeu um pênalti no 1º tempo
Marcelo Moreno comemora o primeiro gol do Flamengo, para desgosto de Chico: boliviano ainda perdeu um pênalti