quinta-feira, 10 de maio de 2012

Palmeiras festeja vaga com lavagem de roupa suja

O Palmeiras é um mistério difícil de ser decifrado. Quando deveria comemorar uma vitória tranquila, expõe as feridas e as discordâncias internas. Foi o que aconteceu na noite desta quarta-feira.
Poucos minutos depois da goleada de 4 a 0 sobre o Paraná e a classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, Felipão soltou os cachorros sobre a diretoria por causa de contratações. O treinador mais uma vez se mostrou magoado pela falta de reforços de bom nível e sugeriu que dirigentes deveriam vir a público e explicar para os torcedores que não há dinheiro para contratação. Em vez disso, deixam para ele a responsabilidade por indicar atletas de baixo custo e que não deram certo, casos de Gerlei, Ricardo Bueno, Fernandão e outros.
A reação de Felipão se encaixa bem num antigo ditado popular: “Em casa em que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.” O Palmeiras faz tempo que não tem uma política agressiva de marketing e vive com dinheiro contadinho. Por extensão, não contrata jogadores de peso e, em consequência, não ganha títulos. Sem conquistas, arrecada menos… e assim o círculo vicioso se autoalimenta e o clube não sai do lugar. Ou melhor, perde terreno.
Junte-se a isso uma diretoria fraca, omissa em episódios importantes, e um treinador que faz tempo perdeu a paciência, e o resultado é esse saco de gatos em que se transformou o Palmeiras. Que pode até chegar à final da Copa do Brasil – o que considero difícil, neste momento –, mas que não se destaca por harmonia. Êta agremiação complicada!
O jogo. Dentro de campo, a tarefa foi tranquila. Sustos só no início, quando o Paraná tentou aproveitar contra-ataques e teve uma chance com Douglas Tanque. Mas o primeiro gol, de Mazinho aos 25 minutos, esfriou o adversário e o Palmeiras não se sentiu mais ameaçado. Bobagem, mesmo, só a de Henrique, que se desentendeu com o Tanque e ambos foram expulsos.
No segundo tempo, Felipão tirou Barcos e colocou Roman, para recompor a zaga, e confiou nos lançamentos de Marcos Assunção e na movimentação de Mazinho. Deu certo: um passou, o outro completou para o gol, aos 6 minutos. Missão cumprida, que teve ainda os gols de Valdivia aos 16 e Maikon Leite aos 27 só para virar festa para o torcedor.
O desafio será maior, na próxima fase, pois pega o Atlético, outro paranaense e que vem embalada por desclassificar (e deixar em crise) o Cruzeiro.