terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Agonia carioca: Fluminense depende de Wagner e Vasco pode se inspirar no rival Flamengo

Vasco e Fluminense, oito títulos brasileiros. Um dos dois jogará a Série B em 2014. Ou ambos. Em comum, duas trocas de treinador ao longo da competição e a presença de Dorival Júnior, que sucedeu Autuori em São Januário e agora Vanderlei Luxemburgo no atual campeão brasileiro.
Flu que não conta com os lesionados Fred e Carlinhos, viu Deco se aposentar, Wellington Nem e Thiago Neves deixarem o clube. O sistema ofensivo que funcionou em 2012 com Abel Braga hoje se resume à correria dos meninos Rafinha e Biro Biro pelos lados, a um ou outro espasmo de Jean, que caiu de produção com a queda coletiva, e às jogadas aéreas procurando os zagueiros Gum e Leandro Euzébio. Também dos chutes de Rafael Sóbis, que não marca há seis partidas, mas ainda é quem mais acerta finalizações no Brasileiro.
Acima de tudo, depende de Wagner, que ganhou nova função com Dorival Júnior. No 4-3-3 armado pelo treinador, é o meia quem articula pela esquerda para compensar a ausência de Carlinhos e a escalação de Digão como lateral-zagueiro. Nos 2 a 2 contra o Atlético-MG, o camisa 19 ainda apareceu como um típico camisa dez no centro para acionar Biro Biro em diagonal no segundo gol, da virada que parecia diminuir o drama.
Olho Tático
Contra o Atlético-MG, Wagner procurou o lado esquerdo e o centro para armar o Fluminense de Dorival Júnior. Quando saiu, o time perdeu o articulador.
Contra o Atlético-MG, Wagner procurou o lado esquerdo e o centro para armar o Fluminense de Dorival Júnior. Quando saiu, o time perdeu o articulador.
Mas Wagner saiu contundido e Felipe não conseguiu manter o rendimento na armação dos contragolpes. O time mineiro avançou as linhas, Cuca colocou Alecsandro para fazer companhia a Jô na área tricolor e o empate foi inevitável. Nos acréscimos, o resultado ruim quase virou tragédia na bomba de Tardelli explodindo no travessão de Cavalieri, que jogou no sacrifício.
Contra o Bahia já livre do rebaixamento, o Fluminense não terá Digão, suspenso, e Valencia, novamente contundido. Fora de casa, Dorival pode optar por Wellington Silva e Anderson nas laterais por conta da inexperiência de Igor Julião e Ronan. O técnico vai precisar de defesa atenta à rápida transição ofensiva do time de Cristóvão Borges e da criatividade de Wagner para encontrar espaços entre as linhas no compacto 4-1-4-1 baiano. Tudo para evitar algo inédito: o campeão do ano anterior parar na Série B de triste lembrança para o tricolor em 1998.
Olho Tático
Uma formação possível contra o Bahia: manutenção do 4-3-3 com Anderson como lateral-zagueiro, Wellington Silva de volta à direita e Edinho no meio.
Uma formação possível contra o Bahia: manutenção do 4-3-3 com Anderson como lateral-zagueiro, Wellington Silva de volta à direita e Edinho no meio.
Segunda divisão que o Vasco conheceu em 2009 e precisa confirmar a recuperação sob o comando de Adilson Batista em Joinville contra o Atlético-PR. A má notícia é que o time paranaense, com a derrota para o Santos, ainda precisa de um ponto para confirmar a vaga na Libertadores que não veio na Copa do Brasil.
E é no campeão Flamengo, arquirrival histórico, que o time cruzmaltino pode buscar inspiração para buscar a vitória salvadora.

O time de Jayme de Almeida matou a intensidade da equipe de Vagner Mancini, bloqueou o articulador Paulo Baier e, ao menos no Maracanã, conteve a velocidade de Marcelo. Ofensivamente, sempre buscou os flancos para levar vantagem. Se o Vasco não tem Léo Moura e Paulinho, pode criar problemas ao time paranaense com Fágner e Marlone.
Adilson tem a semana para definir os substitutos dos suspensos Luan e Guiñazu. Pode manter o 4-2-3-1 com Thales e Marlone nas pontas e Pedro Ken no centro atrás de Edmilson. Mas também há a possibilidade de escalar Renato Silva como lateral-zagueiro e liberar Fágner como meia para cima de Pedro Botelho ou Juninho.
Olho Tático
Adilson Batista pode improvisar Renato Silva como lateral-zagueiro para liberar Fágner à direita no mesmo 4-2-3-1 dos últimos jogos.
Adilson Batista pode improvisar Renato Silva como lateral-zagueiro para liberar Fágner à direita no mesmo 4-2-3-1 dos últimos jogos.
À esquerda, Yotún até tenta apoiar, porém esbarra nas muitas limitações técnicas. A saída é Marlone, que não manteve o alto rendimento após os rumores de negociação. Mas na provável despedida do clube que o formou, o jovem atacante terá que mostrar habilidade e rapidez nas infiltrações em diagonal a partir da esquerda. Chutando ou servindo. Tem três gols e cinco assistências no campeonato.
TruMedia
Movimentação de Marlone no campeonato: mais efetivo pela esquerda, infiltrando em diagonal para concluir ou servir os companheiros.
Movimentação de Marlone no campeonato: mais efetivo pela esquerda, infiltrando em diagonal para concluir ou servir os companheiros.
Missões nada simples. Se o Vasco,em tese, encara o jogo mais difícil, o Flu tem um ponto a menos que complica a luta contra Coritiba e Criciúma. Como dependem de outros resultados para escapar, o sofrimento deve durar até o fim da rodada derradeira.
Na melhor hipótese, só um deles vai sobreviver à temporada mal pensada e executada. Será?