terça-feira, 19 de agosto de 2014

Após estadia na Europa, Tite fala em reformular futebol brasileiro e tenta esquecer seleção

AGÊNCIA CORINTHIANS
Tite durante Náutico 1 x 0 Corinthians
Depois de deixar o Corinthians, no fim do ano passado, Tite não aceitou nenhum trabalho
Ausente do futebol brasileiro desde que saiu do Corinthians, no fim da última temporada, Tite deu entrevista à Rádio Jovem Pan nesta segunda-feira e falou sobre o panorama do futebol brasileiro. Após passar por um aprimoramento profissional na Europa, o treinador reconhece que é necessária uma reformulação.
"Não é o melhor momento do futebol brasileiro. A compreensão do porquê disso é muito estrutural. A escolha de um técnico e sua manutenção no cargo vai gerar por parte dos profissionais uma maior qualificação para reconduzir o trabalho", disse o treinador.
Ao comentar o fato de ter sido preterido por Marin na escolha para técnico da seleção, dando lugar ao também gaúcho Dunga, Tite se mostrou tranquilo e preferiu não buscar justificativas, limitando-se a afirmar que escolhas desse tipo dependem de diversos fatores.
"Entendo que existem momentos profissionais importantes na carreira de cada treinador. Nos últimos cinco anos de trabalho, foram oito títulos na carreira. Essa trajetória me credenciou juntamente com outros profissionais. Mas é natural, a escolha está envolvida por vários aspectos", considerou.
Sobre o desligamento temporário do cenário esportivo nacional, Tite justificou a ausência dizendo privilegiar o aprimoramento profissional. "Prefiro ficar quieto e fazer as coisas. Essa busca de viajar para acompanhar jogos em loco, ver campeonatos internacionais e assistir às partidas da Copa do Mundo foi importante para o crescimento profissional, sou exigente comigo mesmo", admitiu.
Afirmando que os expectadores do futebol brasileiro atribuem muita importância ao treinador, concentrando nele toda a responsabilidade de conduzir a equipe, Tite aponta que a reformulação precisa começar desde o início, nas categorias de base.


"Quando falamos em ter melhores condições nas categorias de base, falamos de uma melhor gerência para auxiliar os meninos a tornarem-se profissionais. Estão surgindo garotos com uma qualificação e um nível profissional muito alto. É preciso de autonomia e cuidado por parte dos dirigentes, serem menos políticos e buscarem essa qualificação", analisou.