O merecido tricampeonato brasileiro alcançado pelo São Paulo em 2008 colocou o clube no topo. Estruturado, com grande torcida (embora na maior parte daqueles campeonatos ausente) e vencedor, o tricolor paulista se candidatava a "dono" do futebol nacional.
Era uma sequência estupenda, iniciada com os títulos paulista, da Libertadores e do torneio mundial da Fifa, em 2005. Taças erguidas numa só temporada e seguida por três campeonatos brasileiros alcançados em sequência, algo inédito até então no país.
Dono de dois excelentes centros de treinamentos, com saúde financeira incomum entre os clubes do país e com seu próprio (e grande) estádio, o São Paulo aparentava reunir todas as qualidades para permanecer no topo. Não permaneceu.
E o tombo foi grande. Após um jejum de títulos entre 2009 e 2012, quando conquistou a Copa Sul-americana, o time tricolor se vê numa situação mais do que incomum, há nove jogos sem vencer e com seis derrotas consecutivas. Duas para o rival Corinthians.
De 2008 para cá foram caindo, pouco a pouco, crendices que colocaram são-paulinos no pedestal da auto-suficiência. Quando Muricy Ramalho deixou o clube, em 2009, não eram raros os tricolores que imaginavam o clube tão forte que qualquer técnico ali venceria.
Como se o CT entrasse em campo e fizesse gols. Como se o Refis (centro de recuperação de jogadores lesionados) montasse o esquema tático da equipe. Como se tudo fosse correr bem naturalmente apenas por se tratar do São Paulo.
O tempo mostrou que o clube não era tão "diferente" como imaginavam seus dirigentes. Primeiro com o novo mandato para Juvenal Juvêncio, reeleito em 2011, contestado pela pequena oposição tricolor após uma polêmica interpretação do estatuto.
"Vou continuar nesta linha de progresso. Com mais três anos, o São Paulo se distanciará dos demais clubes, pela sua estrutura, logística e seu comportamento. Vamos inovar a cada passo. Ao final dos três anos, vamos ter 90% dos jogadores de Cotia. Aí veremos quem é o São Paulo", afirmou o presidente, na ocasião.
Dois anos e três meses depois, o Corinthians detém os títulos que eram dos tricolores e estamos vendo bem "quem é o São Paulo". Soberano... das derrotas.
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Gazeta Press