terça-feira, 1 de novembro de 2011

Testemunha de quando Corinthians não foi Corinthians: Cristóvão Borges

A frase mais repetida em São Paulo na manhã de segunda-feira é: "Isso é Corinthians!" Com todo o respeito, a vitória de virada e com um homem a menos sobre o Avaí só é Corinthians em parte. A outra parte ficou faltando: o bom futebol.

Vencer com raça, no final, com superação, tudo isso é parte do repertório e da história corintiana. Pode levar ao título, com combinações como a tabela. Mas grande futebol o Corinthians jogou em parte do jogo contra o Inter e jogou mesmo no segundo tempo contra o Vasco, no primeiro tempo contra o Atlético Goianiense, três rodadas atrás.

O discurso da manhã de segunda-feira carrega, nas entrelinhas, a ideia de que quando o Corinthians vence na raça não perde o campeonato.
Cristóvão Borges, técnico do Vasco, é testemunha de uma temporada em que o Corinthians venceu partidas na raça, pareceu ter o título na mão e perdeu a chance.

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Gol olímpico: Corinthians fora
Na fase de classificação do Paulistão 1986, Cristóvão formava o meio-de-campo do Corinthians com Wílson Mano e Biro-Biro. Casagrande vestia a camisa 8, formava a dupla de ataque com Lima, o 9. Cristóvão chegou a vestir a camisa 10. Em 6 de agosto, o Corinthians venceu o Santo André por 1 x 0, gol de Luís Fernando, aos 39 minutos do segundo tempo. Em 13 de agosto, ganhou da Inter de Limeira por 1 x 0, gol de Cacau, aos 36 do segundo tempo. Em 24 de agosto, venceu o clássico contra o Palmeiras, o primeiro das semifinais. Nesse caso, não foi na raça. Edu Manga foi expulso, Edvaldo cometeu pênalti metendo a mão na bola e Ulysses Tavares da Silva Filho validou gol de Cristóvão em impedimento.

Como na outra semifinal, a Inter de Limeira bateria o Santos, o Corinthians estaria na decisão e com uma mão na taça se empatasse com o Palmeiras na quarta-feira, 27 de agosto. Empatava até os 41 minutos do segundo tempo. Aos 42, gol de canela de Mirandinha levou à prorrogação. Nela, Mirandinha e Éder, com gol olímpico (foto) levaram o Palmeiras à final.

Nem sempre o que parece ser Corinthians é.
O Corinthians tem chance enorme de ganhar o título brasileiro. Tem elenco, foi o time líder pelo maior número de rodadas, será um campeão justo.
Mas anda faltando um detalhe para o Corinthians ser, de fato, Corinthians: um pouco mais de autoridade para ganhar seus jogos.