terça-feira, 1 de novembro de 2011

Leão e a arapuca

A maior dificuldade para marcar o Vasco é a versatilidade de seu elenco. Allan, Felipe Bastos, Felipe e Jumar fazem duas ou três funções no mesmo sistema. Leão estudou o time de Cristóvão Borges e criou uma arapuca nos primeiros trinta minutos. Depois, sofreu.

A armadilha consistia em deixar Xandão na marcação de Éder Luís, o ponta-direita do 4-2-3-1 vascaíno. João Filipe marcava Elton, Rhodolfo sobrava e os volantes cuidavam da dupla Juninho-Felipe. Livre da obrigação de marcar Éder Luís, Juan formou dupla ofensiva pela esquerda. Com Marlos, não deixou o lateral improvisado Allan avançar.
Estrela principal dos técnicos-interinos, Cristóvão apresentou seu antídoto: inverteu o lado de Éder Luís. No final do 1.º tempo, o ponta-direita virou ponta-esquerda. Não há razão para um terceiro zagueiro, como Xandão, marcar o volante Felipe Bastos, mesmo infiltrado na ponta-direita.
O Vasco mexe com suas peças como num jogo de xadrez e se o time adversário não for atento, confunde-se. Felipe é o símbolo disso. Com a inversão de Éder Luís para a esquerda, passou à lateral esquerda. Era essa sua função contra o Bahia, semana passada, quando fez um golaço da meia direita. Na lateral, na ponta ou no meio, Felipe é o pensador.
Em seu retorno ao Brasileiro, Leão fez o São Paulo marcar o Vasco como os rivais não conseguem fazer. Mas o Vasco tem outro poder: a defesa. Desde que sofreu 3 a 0 do Inter, quatro rodadas atrás, a equipe de São Januário não sofre gols. Leve em conta que no Beira-Rio, Dedé foi desfalque e será preciso retornar até o jogo contra o Corinthians, há um mês. Desde então, o Vasco não é vazado. Para vencer, Leão precisaria melhorar seu ataque. O Corinthians, adversário vascaíno na briga pelo título, pode confiar em Neymar, rival vascaíno domingo que vem.