quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Loco age como técnico dentro de campo e sacode o Botafogo

Loco Abreu orienta os companheiros durante o treino do Botafogo Ivo Gonzalez
RIO - O atacante Loco Abreu rechaçou, logo após a demissão de Caio Júnior, qualquer possibilidade de dirigir o time do Botafogo nos três últimos jogos do Brasileiro. Mas, na prática, ele está atuando como um espécie de auxiliar de Flávio Tenius, o treinador de goleiros que foi alçado temporariamente a técnico da equipe.
Na qaurta-feira, no desanimado treino realizado no campo anexo do Engenhão, a única voz que se ouviu foi a do uruguaio. De visual novo — cortou o cabelo pouco abaixo das orelhas— Loco Abreu orientou os companheiros, deu bronca, elogiou e pediu aplicação. E o mais importante: treinou com enorme entusiasmo, como se quisesse mostrar aos demais que se ainda há esperança é preciso acreditar até o fim.
Flávio Tenius dividiu os jogadores em quatro times de sete. O treino foi realizado em campo reduzido, e cada um só podia dar dois toques na bola. Loco Abreu ficou no time verde, com Fábio Ferreira, Elkeson, Diogo, Somália, Bruno Thiago e Alessandro. No gol, Andrei, do time de juniores.
O uruguaio atuou como jogador e técnico de sua equipe do início ao fim do treinamento. Deu atenção especial ao jovem arqueiro, com quem chegou a conversar em separado em determinado momento:
— Você tem que falar mais. Nunca vi goleiro mudo.
Renato ainda acredita
Como um pai, as cobranças vinham acompanhadas de afagos. Andrei, que ouvia a tudo com muita atenção, fez grande defesa em chute frontal de Alex. O elogio foi quase simultâneo:
— Boa garoto. É isso aí.
Loco Abreu também orientou Somália, Fábio Ferreira e Elkeson. Mas foi depois de ver o uruguaio comemorando um gol no treino que o técnico interino abriu um sorriso.
— O Loco tem influência sobre os jogadores. Seu treino foi ótimo. É esse o espírito que precisamos manter até o fim. Nós podemos voltar à zona da Libertadores já na próxima rodada, dependendo de uma combinação de resultados. Mas temos que fazer nossa parte — afirmou Flávio.
Quem também está tentando ajudar com sua experiência é Renato. Ele lembrou que apesar de o Botafogo só ter vencido dois dos últimos dez jogos, o time continua com chances de disputar a Libertadores do ano que vem:
— Ninguém vai desistir antes do tempo. Temos que fazer o nosso. Se vencermos o Atlético-MG, domingo, vamos para a última rodada ainda com chances. Precisamos ganhar os seis pontos e só depois ver se deu ou não.