quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sobrou fibra à Juventus que vai a Berlim; faltaram ao Real jogo em equipe e o Cristiano Ronaldo craque, não finalizador

REPRODUÇÃO ESPN
Flagrante da Juventus defendendo em duas linhas de quatro, mas com dificuldades para conter o lado esquerdo do Real com Marcelo, James e C.Ronaldo.
Flagrante da Juventus defendendo em duas linhas de quatro, mas com dificuldades para conter o lado esquerdo do Real com Marcelo, James e C.Ronaldo.
Jogo e duelo tático só houve no primeiro tempo em Madri. Juventus se defendendo em duas linhas de quatro, tentando ficar com a bola e quebrar o ritmo. Ofensivamente, o plano era aproximar os meias Marchisio, Vidal e Pobga de Tevez e Morata. A rigor, só ameaçou no chute de Vidal que Casillas salvou.
Real Madrid também voltava para o seu campo no 4-4-2 e circulava a bola entre Isco e Kroos para acionar as jogadas pelas laterais. O retorno de Benzema transferiu mais dinâmica ao ataque, abrindo espaços, especialmente à esquerda, para Cristiano Ronaldo infiltrar como centroavante e Marcelo fazer a ultrapassagem.
A melhor opção de um Real que teve apenas 48% de posse, porém finalizou nada menos que 13 vezes no primeiro tempo contra apenas três da Juve. Mas só quatro na direção da meta de Buffon. A que foi às redes surgiu em um pênalti mais que duvidoso sobre James Rodríguez que Cristiano Ronaldo converteu e fez tudo parecer mais possível no Santiago Bernabéu.
ANDRÉ ROCHA - TACTICAL PAD
Primeiro tempo: times defendendo no 4-4-2, mas Real Madrid atacando no 4-3-3 e forçando jogo pelos flancos.
Primeiro tempo: times defendendo no 4-4-2, mas Real Madrid atacando no 4-3-3 e forçando jogo pelos flancos.
O primeiro pecado mortal do time merengue foi reduzir a intensidade na volta do intervalo. Com formação ofensiva, deixar de pressionar o homem da bola e compactar os setores é um convite ao adversário. A Juventus aceitou e ocupou o campo de ataque. Na falha coletiva de posicionamento da retaguarda, Pogba disputou com Sergio Ramos e Morata chutou com força e alma para empatar e obrigar o clube que o formou e dispensou a buscar mais dois gols.
O jogo que era mais tático e técnico se transformou numa disputa puramente emocional. Pior para o Real, que precisava de jogadas trabalhadas para criar espaços. Jogo em equipe. Com Chicharito no lugar de Benzema e sem Modric para distribuir os passes, restaram os cruzamentos que acharam Bale em fase profundamente infeliz. Duas chances cristalinas que poderiam ter garantido ao menos a prorrogação.
Impressionante foi ver Chicharito voltando para buscar o jogo e Cristiano Ronaldo esperando para finalizar. Faltou o lampejo de craque do português. De quem, em tese, se espera as soluções criativas para decidir, não só o chute final. Até porque a eliminação na Champions era a pá de cal na chance de igualar Messi em Bolas de Ouro no final do ano. O Bernabéu e o mundo esperavam mais futebol de um artilheiro espetacular, que igualou Di Stéfano na história do clube com 307 gols, incrível média de 0,97. Insuficiente para colocar o Real na rota do 11º título da UCL.
Melhor pra a Vecchia Signora, que aumentou a estatura com Bazargli na vaga do exausto Pirlo e Llorente no lugar de Morata. Massimiliano Allegri também descansou Pogba, voltando de lesão e substituído por Pereyra. Lutou e vibrou em uma noite de Tevez mais tático, vigiando Kroos, que craque. Foi feliz por conta dos erros do rival mais talentoso e milionário, mas também teve seus méritos e vai a Berlim no dia 6 de junho. Depois de 12 anos sem disputar uma final de Liga dos Campeões.
ANDRÉ ROCHA - TACTICAL PAD
Real Madrid despejou bolas na área e não contou com Cristiano Ronaldo, que nada criou e ficou na área contra os cinco defensores da Juventus.
Real Madrid despejou bolas na área e não contou com Cristiano Ronaldo, que nada criou e ficou na área contra os cinco defensores da Juventus.
Barcelona é favorito natural, pelo trio "MSN" e a experiência recente em finais continentais. Mas a Juve, assim como o rival na decisão, tem a chance de fechar a temporada com tríplice coroa - já é tetracampeã italiana e está na final da Copa da Itália. Uma demonstração de força de quem parece poder tudo. Ainda mais em jogo único e já histórico.