domingo, 24 de novembro de 2013

Gol simbólico de Gotze ressalta diferenças entre Bayern e Borussia - e viva o futebol!

A ausência da defesa titular foi cruel para o time de Jurgen Kloop - Subotic, Hummels e Schmelzer lesionados e Piszczek no banco, voltando de inatividade.
Porque o Borussia Dortmund em nenhum momento exerceu a pressão no campo adversário com a intensidade costumeira. Para isso, são necessários entrosamento e segurança na última linha defensiva. Inviável com Grosskreutz improvisado na lateral direita, o veterano Friedrich estreando ao lado do grego Sokratis no meio e Erik Durm à esquerda.
O Bayern de Munique também tinha desfalques pesados por contusão: Ribéry e Schweinsteiger, os melhores jogadores da equipe na última temporada. Guardiola solucionou posicionando Muller à direita, invertendo o lado de Robben e formando o trio do meio-campo com Lahm, Javi Martínez e Toni Kroos no 4-3-3 / 4-1-4-1 costumeiro.
Mais uma vez, os bávaros controlaram a posse de bola, avançaram as linhas e trocaram passes no campo do oponente. Mas novamente faltou contundência em alguns momentos. Tanto que a equipe na primeira etapa finalizou apenas 4 vezes, o mesmo que o Dortmund. Mas com 63% de posse. Pouco.
Quando conseguiu acelerar a transição ofensiva com Blaszczykowski, Mkhitaryan e Reus acionando Lewandowski, o Borussia melhorou a execução do 4-2-3-1 habitual. E teve a chance mais cristalina dos primeiros 45 minutos, mas Reus, livre, chutou em cima de Neuer.
Olho Tático
Bayern no 4-3-3/4-1-4-1 controlando a bola, mas finalizando pouco; Dortmund sem a defesa titular, prejudicando a intensidade habitual do 4-2-3-1.
Bayern no 4-3-3/4-1-4-1 controlando a bola, mas finalizando pouco; Dortmund sem a defesa titular, prejudicando a intensidade habitual do 4-2-3-1.
Para melhorar a produção ofensiva no segundo tempo, Guardiola primeiro inverteu o posicionamento de Martínez e Lahm, liberando o alemão como meia. Depois trocou Mandzukic, pouco eficiente como pivô, por Mario Gotze. E a história do maior clássico alemão da atualidade começou a mudar aos dez minutos.
A começar pelo clima no Estádio Signal Iduna Park. Desde o momento em que a placa com o número 19 subiu anunciando a substituição, uma imensa e previsível vaia roubou a cena. O Dortmund, que voltara melhor do intervalo e começava a se impor, parecia se preocupar exclusivamente em conter seu ex-jogador.
Além da confiança, o Bayern ganhou fluência na saída de bola com a entrada de Thiago Alcântara no lugar de Boateng, com cartão amarelo e atormentado por Lewandowski - Javi Martínez foi para a zaga. Com passe mais limpo desde a defesa, o atual campeão alemão e europeu voltou a atacar.
Até Lahm e Muller criar a jogada pela direita que Gotze, atuando como "falso nove", concluiu de trivela sem chances para Weindenfeller. A vaia impiedosa que acompanhava o meia considerado "traidor" pela fanática torcida aurinegra por trocar o time de Dortmund pelo gigante de Munique virou um silêncio profundo. E ainda mais doído porque Gotze se negou a comemorar quando teve a chance de extravasar e se vingar contra quem o perseguia.
Psicologicamente, a disputa acabou. Klopp até tentou reanimar seu time com as entradas de Hofmann, Aubameyang e Piszczek nas vagas de Mkhitaryan, Blaszczykowski e Bender - Grosskreutz passou para o meio-campo. Mas o Bayern, com Van Buyten no lugar de Rafinha, Lahm de volta à lateral direita e Javi Martínez retornando ao meio-campo, matou o jogo nos contragolpes contra a exposta defesa reserva do rival.
Belo gol de cobertura de Robben e Muller completando jogada de Lahm. Os 3 a 0 soam exagerados. Apesar do time de Munique ter mantido os 63% de posse, foram dez finalizações contra sete do Dortmund - cinco a quatro na direção da meta - e boas chances do time mandante, especialmente com Mkhitaryan.
Olho Tático
Após o gol de Gotze, Bayern matou o jogo com Muller e Robben; Dortmund tentou reagir com as substituições de Klopp, mas a disputa já estava definida.
Após o gol de Gotze, Bayern matou o jogo com Muller e Robben; Dortmund tentou reagir com as substituições de Klopp, mas a disputa já estava definida.
O placar dilatado apenas ressalta a diferença de qualidade entre os elencos do campeão e vice da Europa. Guardiola conta com muito mais peças para mudar o time em tática e estratégia sem perder a excelência técnica.
Inclusive Gotze, o personagem do jogo. Que era o craque do Borussia e agora luta por uma vaga entre os onze no Bayern. Pelo gol simbólico, emblemático. Que calou o estádio que tantas vezes o aplaudiu e fez história.
Porque isso é futebol. Esportes são os outros.
TruMedia
No mapa de toques de Gotze, a típica movimentação de 'falso nove': presença entre as intermediárias e nos flancos.
No mapa de toques de Gotze, a típica movimentação de 'falso nove': presença entre as intermediárias e nos flancos.