domingo, 24 de novembro de 2013

Água no chope: Chapecoense cala torcida no Romeirão e complica Icasa

Icasa, Chapecoense, Série B, Romeirão (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria de Comunicação)Icasa não conseguiu vencer marcação da Chape
(Foto: Normando Sóracles/Ag. Miséria de Comunic.)
A torcida fez muita festa. Os jogadores tinham discurso cauteloso, mas firme. E toda a cidade de Juazeiro do Norte acrediava que o Icasa sairia do jogo deste sábado, contra a Chapecoense, pela 37ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, dependendo de um mero empate para garantir o acesso no derradeiro jogo de 2013. Mas, em campo, a situação foi bem outra. Os catarinenses impuseram forte marcação e saíram com a vitória do Romeirão: 2 a 1.
Nem mesmo o clima de fé que rodeava todo o estádio foi suficiente. A ajuda dos céus não sustentou a ansiedade do Verdão do Cariri. À medida em que o relógio foi denotando o passar do tempo, os jogadores deixaram de lado o esquema tático e foram ao ataque de qualquer forma, mas sem resultado.
Os chapéus - símbolo dos romeiros em Juazeiro - erguidos pelos torcedores no início da partida foram guardados e o Icasa precisará de uma vitória fora de casa, na última rodada, e mais uma combinação de resultados para subir de divisão. Tudo porque o artilheiro Bruno Rangel e Paulinho Dias maracaram para a Chapecoense, que já está garantida na Série A. Chapinha fez o tento dos donos da casa.
Na última rodada, o Icasa vai a Curitiba encarar o Paraná, no sábado (30), às 17h20m (horário de Brasília). Já a Chape joga com o Palmeiras, em casa, no mesmo dia e horário.
Ataque sem objetividade
Nos primeiros 15 minutos, quem esperava um Icasa arrasador viu um time mais comedido e preocupado em não errar as jogadas. Mesmo assim, Chapinha e Juninho Potiguar arriscaram chutes de fora da área, sem muito perigo. A Chapecoense sentia dificuldades em chegar ao campo de ataque. Uma única vez, a bola quase sobra para Bruno Rangel.
Mas a partir do minuto 17, o panorama do jogo foi mudando aos poucos. O Verdão do Cariri foi aumentando a pressão em uma crescente. Pelas laterais, Neilson e Gustavo ameaçavam com cruzamentos precisos. Aos 16 minutos, Juninho Potiguar criou a melhor jogada do primeiro tempo. Ele avançou pela direita, driblou dois zagueiros e cruzou. Danilo espalmou e a bola ainda bateu na trave.
A Chape, por sua vez, resolveu ousar mais quando se sentiu ameaçada. Potita e Bruno Rangel se mostraram mais agudos a partir dos 20 minutos. Resolveram arriscar chutes e também cruzamentos. O técnico Gilmar Dal Pozzo usou de pura tática para dar poucos espaços à equipe alviverde e, ao mesmo tempo, sair em contra-ataques que levavam certo perigo à meta de João Ricardo.
No entanto, a pressão icasiana não resultou em muita coisa na primeira etapa. Mesmo com os gritos de incentivo dos torcedores com seus chapéus de palha em riste, o ataque do Icasa não produzia a contento. Enquanto isso, a Chape se aproveitava para ter mais força e continuar contra-atacando. Também sem objetividade, mas com raça debaixo de um calor de 37º. E esse foi o panorama inicial...
Icasa, Chapecoense, Série B, Romeirão (Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria de Comunicação)Das arquibancadas, torcedores acompanharam derrota do Verdão, que não esperavam em sua fé
(Foto: Normando Sóracles/Agência Miséria de Comunicação)
Ninguém esperava
E como o ataque icasiano não rendia, a bola acabou entrando do outro lado. Bruno Rangel partiu em velocidade e chutou na saída de João Ricardo. A bola ainda desviou em Naylhor e parou no fundo das redes: 1 a 0 para os visitantes.
Ao Verdão do Cariri, só restava pressionar ainda mais. E na base do esforço de Chapinha, o empate veio seis minutos depois. Ele precisou chutar duas vezes para vencer a defesa catarinense.
A partir daí, o jogo ganhou uma emoção que não vinha apresentando até então. Icasa e Chape se revezavam em jogadas perigosas. E ao passo que o tempo corria, o Romeirão se tornava uma enorme panela de pressão: quente dentro e fora de campo.
Neste contexto, a bola parou no pés de Paulinho Dias. Ele, sem pensar duas vezes, arriscou chutaço de longe e venceu o goleiro João Ricardo: 2 a 1. Eram 23 minutos da etapa final e a torcida começava a ver a vantagem alviverde na tabela se esvair. Mesmo assim, embora tivesse episódios de silêncio, conseguia forças para gritar pelo Verdão.
Sem esquema tático e na raça, o Icasa atendia ao pedido da torcida. Chapinha, o mais ativo no setor ofensivo da equipe cearense, teve boa oportunidade quando chutou da pequena área, mas viu o zagueiro da Chapecoense salvar o empate.
Aos 40 minutos, os catarinenses administravam a vitória e se fechavam para impedir que o Icasa chegasse, pelo menos, ao 2 a 2. O estádio já era também mais silencioso. Os torcedores já não balançavam seus chapéus, que deveria ser o símbolo da raça e da fé sertaneja. Alguns arriscavam o coro de 'Eu acredito!', mas sem a mesma força do início da partida.
Igual ao Verdão do Cariri, que viu o árbitro indicar o centro do campo, onde a esperança começou a acabar. A Chape saiu de campo como a coadjuvante indigesta.