domingo, 24 de novembro de 2013

Gajdosova tenta recomeço após a mononucleose

Melbourne (Austrália) - Após sete meses de afastamento do circuito devido a mononucleose - uma doença que enfraquece o organismo -, a australiana Jarmila Gajdosova tentará um calendário completo em 2014. Ela disputou apenas um torneio no começo de novembro, atingindo as semifinais do pequeno WTA de Nanjing, e espera ao menos estar em condições de competir no Australian Open.

"Eu me sentia tão mal, que por vezes deitava na sexta-feira e só levantava no domingo", conta a ex-número 25 do mundo e atual campeã de duplas mistas em Melbourne,  ao lado do compatriota Matthew Ebden. A história é muito semelhante ao que aconteceu com Samantha Stosur em 2007, quando foi diagnosticada a síndrome de Lyme. Dois anos depois, Stosur conquistou o US Open.

"Cada caso é diferente, e eu sei bem que Sam se recuperou bem desde então. Meu primeiro passo é saber se consigo retornar ao circuito de forma completa", diz Gajdosova. "Sempre tive esperança, mas só o tempo dirá". O bom sinal veio em Nanjing. Depois de sete partidas, ela apenas sentiu dores no ombro, o que foi considerado normal para a tenista de 26 anos. "Me senti em boa forma, não houve cansaço e me recuperei facilmente para o jogo seguinte".

Na verdade, a fase anda ruim para Gajdsova desde 2012. Em abril daquele ano, ela rompeu o casamento com Sam Groth e alguns meses depois sua mãe faleceu de câncer. Em dezembro, passou a sentir fraquezas, mas decidiu treinar ainda mais forte. "Não estava muito bem em janeiro, mas insisti até o ponto que não conseguia mais termnar uma partida". Foi só então que ela soube que havia contraído mononucleose desde dezembro e tinha que parar. "O médico disse que, se eu tivesse treinado uma só semana a mais, poderia ter tido consequências severas". Mesmo após competir na China, a australiana ainda não sabe o quanto está recuperada. "Tive uma boa semana, mas não tenho certeza ainda se a doença não voltará".

Chamada de febre gandular, a mononucleose impediu que o croata Mario Ancic retornasse o circuito e ainda deixa o sueco Robin Soderling de fora. O suíço Roger Federer também foi pego, mas se recuperou. A australiana admite que a ideia de se aposentar passou por sua cabeça nos três meses em que ficou em Dallas, onde reside, perdendo peso e força. "Fiz testes sanguíneos a cada seis semanas", conta.

O próximo desafio de Gajdosova será disputar o qualificatório nacional australiano para ver quem fica com o convite para o Aberto de janeiro, junto a Casey Dellacqua, Jelena Dokic e a novata Ash Barty. "Nunca precisei jogar o quali, mas estou ansiosa, feliz por voltar à competição. É como se estivesse começando tudo novamente".