segunda-feira, 28 de outubro de 2013

The Pretender

Vettel festeja o quarto Mundial após vencer o GP da Índia (Divulgação)
Hoje foi dia de título. Do quarto título. Da sexta vitória seguida. Dia de Vettel.
Então vamos voltar um pouco no tempo…
Interlagos, 27 de novembro de 2011. Já era perto de 20h quando terminei meu último texto sobre o GP Brasil para a Folha. Última corrida do ano, o campeonato decidido desde o GP do Japão, um mês e meio antes.
Peguei meu celular e desci para o paddock para ver o que estava acontecendo mais de quatro horas depois da bandeirada.
As equipes trabalhavam freneticamente para desmontar seus equipamentos e os contêineres ocupavam todo o espaço. Dei a volta e fui para o pit lane.
A música alta chamou minha atenção nos boxes da Red Bull. Para quem não se lembra, Webber ganhou a corrida depois que Vettel teve um problema no câmbio de seu carro, o que muita gente disse que era apenas uma maneira disfarçada de dar a vitória ao australiano (se quiser relembrar o GP, leia aqui).
Mas voltando aos boxes da Red Bull naquele domingo em São Paulo, os carros (só os esqueletos àquela altura) ainda estavam por lá enquanto os mecânicos iam a vinham com peças e mais peças, caixas e mais caixas.
Eis que para minha surpresa vejo alguém sem uniforme dentro da garagem, fuçando, abaixado em baixo de um dos carros.
Quando ele levantou, cantando a música alta com muita empolgação, percebi que era Sebastian. Aquilo me chamou a atenção e ele cantava com tanta empolgação que usei um dos apps do meu celular para descobrir o que ele estava cantando.
O que ele fazia ainda ali, mais de quatro horas depois do fim da última corrida do campeonato? Campeonato que ele havia conquistado quatro etapas antes? Por que ele não estava de volta no seu hotel, ou jantando, ou numa festa àquela altura?
Foi quando um mecânico me disse: “Ele está tentando entender o problema que teve no câmbio”.
Voltei para a sala de imprensa ainda fascinada com o que tinha visto. E lembrei do app que tinha usado. Abri o Google e coloquei o nome da música para ver a letra que Seb cantava com tanta empolgação. E aí vi o refrão…
“What if I say I’m not like the others?
What if I say I’m not just another one of your plays?
You’re the pretender
What if I say that I will never surrender?”
Foi aí minha ficha caiu. Tudo fazia sentido. Não, ele não é como os outros.