quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Em grande fase, Atlético-PR atropela o Palmeiras e chega às quartas de final da Copa do Brasil

Gazeta Press
Lucas Silva e Marcelo Moreno disputam bola no Flamengo x Cruzeiro do Maracanã
Lucas Silva e Marcelo Moreno disputam bola no Flamengo x Cruzeiro do Maracanã
Difícil explicar a energia entre Flamengo e Maracanã. É mais fácil ver, comprovar, sentir. No jeito mais amargo, o Cruzeiro sentiu. Na maior das festas do recém-reformado estádio, o Flamengo retomou a sua casa. 1 a 0, gol de Elias, dúvida até momentos antes da partida. Êxtase na arquibancada. Há algo inexplicável entre Flamengo e Maracanã.
Desde a entrada do Flamengo em campo ficou claro para o Cruzeiro que a tarefa seria complicada. No pulsar de mais de 50 mil torcedores no Maracanã, a superioridade técnica do time mineiro, a liderança do Brasileiro e a vantagem do primeiro jogo ficaram fora. Mano Menezes escalou o seu time com três atacantes. Carlos Eduardo, Rafinha e Marcelo Moreno. E o caminho indicado para a classificação foi a direita.
Talvez pelo lateral-esquerdo cruzeirense ser Egídio, velho conhecido na Gávea. Volta e meia, Luiz Antonio, Elias e Carlos Eduardo buscavam a tabela pelo setor. Talvez assustado com o barulho da arquibancada, o Cruzeiro recuou, aceitou a pressão rubro-negra e buscava apenas os contra-ataques. Por sorte do time de Marcelo Oliveira, a qualidade técnica do Flamengo não correspondia à festa da arquibancada. Não houve grandes sustos. Mas há, amigos, algo entre Flamengo e Maracanã
Se o torcedor era obrigado a levantar da arquibancada, logo já era obrigado a sentar. Foi assim quando Luiz Antonio passou por Egídio aos 17 minutos, avançou pelo lado direito e cruzou rasteiro para a grande área. Marcelo Moreno e André Santos não acreditaram e a bola passou reto. Era um Flamengo imponente, com maior volume, mas sem poder de fogo. E estava passível a sustos. Como aos 30 minutos, quando Willian recebeu bola na grande área e bateu no canto, fraco. Mas Felipe deu motivos para o susto e quase aceitou. À essa altura, até a arquibancada amansou, como se esperasse a hora de comemorar. E o intervalo chegou. Há algo entre Flamengo e Maracanã.
Na volta do intervalo, Mano pediu ainda mais agressividade. Sacou Cáceres, lesionado, para a entrada de Paulinho. Embora atacante, ele entrou na lateral direita e Luiz Antonio foi deslocado para o meio. A arquibancada inflamou e carregou o Flamengo na voz. O time sentiu o apoio latente da arquibancada. E, mais uma vez, buscou a saída pelo lado direito.
Paulinho avançava, Elias passava pelo corredor e a bola viajava até a área. A zaga cruzeirense, firme, rebatia. A arquibancada gritava mais alto. O time ia para cima. Aos 16, Elias, de cabeça, quase marcou. O grito de gol estava entalado na garganta rubro-negra. Cansado, Carlos Eduardo já não produzia e convivia com as vaias da arquibancada. Mano colocou sangue novo, com Adryan em campo. Marcelo Oliveira respondeu com Martinuccio. O jogo se inflamou.
Os dois times buscaram o jogo. A arquibancada não desistiu. Há algo inexplicável entre Flamengo e Maracanã. Em cruzamento na área, no bate-rebate PAulinho marcou, mas o árbitro anulou, alegando falta. No contra-ataque, Martinuccio mandou para a rede. Anulado, por impedimento. E a arquibancada? Nem ligou. Dela emanava aquela certeza, até arrogante, de quem sabe que há algo entre Flamengo e Maracanã. E, de fato, há.
Quando as esperanças pareciam no fim. Quando o Flamengo parecia fadado ao fracasso, a força do Maracanã provou estar viva. Paulinho avançou pela direita. O rubro-negro que carrega consigo as mgrandes emoções da História, olhou para o relógio. 43 minutos do segundo tempo. Talvez tenha lembrado do êxtase de Petkovic diante do Vasco em 2001. Não era o Cruzmaltino, mas era o cruzeiro. A camisa não era a 10, mas era a 8 O craque do time. Paulinho, então, rolou no capricho, Elias bateu de primeira, no ângulo esquerdo de Fábio. Não há, amigos, como explicar. Há, sim, algo entre Flamengo e Maracanã. É a casa de uma nação. É a troca de energia. O Cruzeiro entendeu. E grave aí na memória: foi nesta quarta-feira, 28 de agosto de 2013, que o novo Maracanã, de fato, renasceu.
FICHA TÉCNICA:
FLAMENGO 1X0 CRUZEIRO
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 28 de agosto de 2013
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Marcelo Bertanha Barison (RS)
Cartões amarelos: Elias (FLA) e Nilton, Everton Ribeiro e Willian (CRU)
Público e renda: 47.103 pagantes / 53.538 presentes / R$ 2.266.070,00
Gol: Elias, aos 43 minutos do segundo tempo.
FLAMENGO: Felipe, Luiz Antonio, Chicão, Wallace e João Paulo; Cáceres (Paulinho), Elias, André Santos (Hernane) e Carlos Eduardo; Rafinha e Marcelo Moreno
Técnico: Mano Menezes
CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Lucas Silva, Everton Ribeiro (Martinuccio) e Ricardo Goulart; Willian (Leandro Guerreiro) e Borges (Vinícius Araújo)
Técnico: Marcelo Oliveira