quarta-feira, 3 de julho de 2013

Moderno e eterno

Há princípios do futebol moderno e outros do futebol eterno. Ou não se veria Piqué esticando uma bola desde a defesa espanhola com três minutos de jogo ao se ver apertado por Fred.
A essa altura, o Brasil vencia por 1x0, numa jogada iniciada por um lançamento longo de David Luiz. Não um chutão. Um lançamento.
Outro mandamento eterno é: centroavante é cheiro de gol. Ou Fred não completaria a jogada deitado com o rabo de seu pé direito.
Claro que alguém alertará para o risco de julgar pronta uma equipe de apenas 12 jogos. Isso deve ser administrado por Felipão nos próximos 12 meses. Importante hoje é salientar o trabalho realizado no último mês. O Brasil não vencia clássicos havia quatro anos. Ganhou quatro em 30 dias.
O ranking da Fifa será publicado na próxima quinta-feira e deve apontar o Brasil em nono ou décimo lugar. Nada do vexame da 22ª posição.
Outro mandamento do futebol eterno é que se deve ensinar um garoto promissor a chutar com os dois pés. Neymar pai conta de um treino com seu filho aos 5 anos de idade. Neymar Jr. bateu de esquerda e o professor ensinou a puxar para o pé bom. Treino finalizado, o pai deu um pito no técnico: "Deixa ele chutar como quiser". Veja o tiro de pé esquerdo no segundo gol e entenda como se forma um jogador completo.
Uma equipe pode levar mais tempo. O craque tem instinto, uma seleção requer trabalho, treinamento, observação. Felipão trocou o lado de Luiz Gustavo e Paulinho, para o volante do Bayern marcar Iniesta. Funcionou.
"Foi um mês mais longo do que imaginávamos", disse Felipão no sábado. Quem viu a rotina de treinos entende por quê. A seleção trabalhou muuuuuito! Por isso, resgatou uma antiga e íntima relação com sua torcida.


O espetáculo inesquecível no Maracanã vivíssimo e com alma só não pode tirar o foco. A apoteose deve acontecer daqui a um ano. O trabalho tem de continuar.