sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Vasco e Corinthians: um título com significado parecido para os dois

Juninho Pernambucano comemora o seu primeiro gol após o retorno ao Vasco, justamente no jogo contra o Corinthians, no Pacaembu Foto: Eliária Andrade / Agência O Globo
Juninho Pernambucano comemora o seu primeiro gol após o retorno ao Vasco, justamente no jogo contra o Corinthians, no Pacaembu Eliária Andrade / Agência O Globo
Não importa quem vai levantar a taça no próximo domingo, já se sabe que o torcedor, seja vascaíno ou corintiano, vai comemorar o pentacampeonato nacional com a certeza de que este é um título diferente dos quatro anteriores. Tem sabor de volta por cima, de reencontro com seu verdadeiro lugar na história pouco tempo após o maior tropeço de todos, a queda para a Série B. E no caminho para chegar à 'decisão' do Brasileiro 2011, tanto Vasco quanto Corinthians dividem muitas outras coincidências.
O Timão caiu para a segunda divisão em 2007, um ano antes do Vasco. Ambos ficaram apenas uma temporada fora da elite, e voltaram como campeões, com uma campanha tranquila e título garantido com antecedência. Mais do que isso, souberam aproveitar o pior ano da história para fortalecer a paixão do seu torcedor e, principalmente, reorganizar-se administrativamente.
O Corinthians saiu da Série B disposto a finalmente traduzir em cifras o tamanho da sua Fiel torcida. O Vasco, presidido desde 2008 pelo seu maior ídolo, Roberto Dinamite, conseguiu deixar para trás os tempos em que o mais importante era vencer o rival Flamengo. Hoje o que importa é ser o melhor de todos, como convém a qualquer equipe grande do futebol brasileiro. E, veja a coincidência, o jogo que pode valer o título será exatamente contra o rubro-negro da Gávea. Também não custa nada unir o útil ao agradável.
O Brasileiro não será o primeiro título pós-Série B de Vasco e Corinthians. Os dois já conquistaram uma Copa do Brasil como parte do seu rito de retorno à elite. E, cada um à sua maneira, aos dois apostaram na força de um ídolo para solidificar a volta por cima.
No caso do Corinthians, uma idolatria nova: no fim de 2008, logo após vencer a Segundona, o clube paulista acertou com Ronaldo, que vinha de longo tempo de inatividade e retornava ao futebol brasileiro depois de 15 anos na Europa. Deu certo. Além de brilhar em campo nas conquistas dos títulos Paulista e da Copa do Brasil de 2009, com destaque para os belos gols nas decisões, o Fenômeno trabalhou nos bastidores para engordar os cofres do clube, usando a força do seu nome na captação de patrocinadores e em ações de marketing, já antecipando a atividade empresarial que assumiria após a aposentadoria.
No Vasco, a aposta foi num antigo conhecido da torcida: Juninho Pernambucano. Diferentemente de Ronaldo, o camisa 8 vascaíno, campeão da Libertadores em 1998, não teve participação na conquista da Copa do Brasil deste ano - ele só estreou em julho, justamente contra o Corinthians, um mês após o fim da competição mata-mata. Mas, assim como o Fenômeno, seu regresso também mudou o clube fora de campo, aumentando ainda mais o orgulho do torcedor vascaíno em 2011.
Série B, retorno à elite, Copa do Brasil, força do ídolo... Vasco e Corinthians estão unidos não apenas pelo sonho do título brasileiro de 2011.