segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A tática perdeu

Uma das maiores lendas do futebol é que os primeiros quinze minutos são fundamentais. Ora... Você se lembra de Santos x Fluminense, semifinal do Brasileiro de 1995? O Santos tinha de fazer três gols de diferença, um monte de gente repetiu que o jogo se resolveria nos primeiros 15 minutos, mas Giovanni fez 1 a 0 aos 25. O jogo terminou Santos 5 x 2 Fluminense.

No caso do Corinthians, há uma diferença. Os primeiros quinze minutos do time são sempre de incrível intensidade.
Às vezes, a pressão inicial resulta em vantagem, como contra o Atlético-PR.
Ontem, não. O Corinthians marcou por pressão, dificultou a saída de bola e criou chances de gol. O Atlético-MG resistiu. "Eles vêm com o Serginho, mas não mudam o sistema. O Atlético joga no 4-2-3-1, com Serginho como lateral", disse Tite, momentos antes do apito inicial.

Acertou em cheio. O corintiano que não assiste com frequência ao Atlético pode não ter entendido o que Tite sabia. O lado direito do Galo marcou o Corinthians. O lado esquerdo era o escape.
Pela direita, Serginho, lateral, marcava Émerson, Carlos César, normalmente lateral-direito, jogava na ponta e marcava Fábio Santos. Do outro lado, o Atlético atacava (veja o gráfico) com Bernard, que também marcava Alessandro. Pois foi Bernard quem sofreu a falta que iniciou a jogada do gol do Atlético, concluída com passe de Daniel Carvalho. Alessandro só ganhou de Bernard uma vez, no gol de empate.
O Atlético-MG resistiu, porque planejou. Bernard também pegava a saída de bola de Paulinho, Daniel Carvalho não deixava Ralf avançar. Sem elemento-surpresa, o Corinthians morre.
Esse foi o jogo do ponto de vista tático. A outra parte, defina você. Isso é Curíntia! Ou o destino? O elemento-surpresa foi Adriano que, com todos os seus erros e atrasos, pode ter definido o campeonato. Não nos primeiros quinze minutos. No último instante.