domingo, 5 de abril de 2015

Djokovic prepara novos feitos

Ganhar os três maiores torneios de quadra dura no começo de temporada é algo para poucos. Muito poucos. Numa lista que inclui apenas Pete Sampras (1994), Andre Agassi (2001) e Roger Federer (2006), o sérvio Novak Djokovic pode obter neste domingo a segunda sequência perfeita em apenas quatro temporadas. Assim como seu mágico 2011, ele já venceu Austrália e Indian Wells. Precisa neste domingo apenas confirmar a superioridade que tem demonstrado sobre o escocês Andy Murray.
A temporada 2015 vai se desenhando quase tão perfeita como a de 2011 para Nole, não fosse aquela derrota na final de Dubai. Há quatro anos, ele chegou a ganhar 31 jogos seguidos de nível Masters 1000, um assombro, principalmente quando consideramos que, dos top 10 destes últimos tempos, apenas Rafa Nadal e David Ferrer não são totalmente especialistas na quadra dura.
Djokovic lutará pelo 22º Masters. Se conseguir, ficará apenas um atrás de Federer e a cinco de Nadal. Os três dividem as grandes marcas em tudo. Nole e Rafa são os únicos a ganhar cinco Masters no mesmo ano (2011 e 2013, respectivamente) e, ao lado de Federer, os que conseguiram atingir seis finais numa só temporada (o suíço em 2006 e Djokovic, em 2011 e 2012).
Curiosamente, Miami pode se tornar o Masters de maior sucesso de Novak, que é tetra também em Indian Wells. Esta será sua 32ª final em torneios desse quilate e ele tentará manter a incrível façanha de ter vencido todas as disputas por título desde o vice em Cincinnati de 2012. Já são nove vitórias consecutivas em jogos decisivos.
Mais um
Dos últimos 44 torneios de nível Masters disputados, desde Monte Carlo de 2010, o chamado Big 4 acumula 40 títulos, já que o de domingo também está garantido. As exceções foram Paris de 2010 (Robin Soderling) e de 2012 (David Ferrer) e Monte Carlo (Stan Wawrinka) e Toronto (Jo-Wilfried Tsonga) do ano passado
Resumo histórico
A história dos torneios de nível Masters é um tanto confusa, daí sempre precisarmos tomar cuidado com dados estatísticos. A ideia de dar maior prestígio a determinados torneios vem desde 1976, apenas terceira temporada em que a ATP passou a tentar organizar o circuito profissional. Havia então os tais 5-Star (depois 6-Star) que antecederam os Super Series. Em 1979, esses Super Series ficaram fixados em nove por ano, porém nem sempre eram os mesmos campeonatos.
Em 1990, foram rebatizados de Masters Series e aí se fixaram no calendário. Indian Wells entrou enfim na lista. Só a partir desse ano é que a ATP considera as estatísticas utilizadas hoje. Os Masters Series por fim viraram os Masters 1000 na reforma feita no ano 2000, com alguns torneios sendo trocados. Houve ainda mudança em 2009, com saída de Hamburgo em favor de Xangai e mudança de período e piso de Madri.
Miami só surgiu no calendário em 1985 e, com a premiação recorde oferecida, virou já no calendário seguinte um Super Series. O que pouca gente sabe é que isso só aconteceu com a saída do Grand Prix brasileiro de janeiro do calendário, então feito no Guarujá. Isso criou brecha para um novo torneio de quadra dura no primeiro trimestre. Dizem que houve pressão dos bastidores para a derrubada do GP nacional, que acabaria voltando em 1987.