domingo, 13 de julho de 2014

Ainda à sombra da Copa: Messi fracassa e segue com estigma do título mundial

GETTY
Messi lamenta na final da Copa do Mundo contra a Alemanha
Messi lamenta na final da Copa do Mundo contra a Alemanha
Lionel Messi bateu na trave. Levou o prêmio de melhor jogador da Copa, mas não o tri argentino. E, ao menos por mais quatro anos, terá de conviver com a eterna desconfiança sobre um craque que não conquistou a Copa do Mundo. A derrota argentina diante da Alemanha no Maracanã não só adiou o sonho do tricampeonato. Aos 27 anos, no auge, com seus quatro títulos de melhor do mundo, Messi não conseguiu de novo. E nunca foi mesmo fácil.
Cristiano Ronaldo, seu rival nas canchas espanholas e que detém atualmente o título de melhor do mundo de forma oficial, que o diga. Caiu na primeira fase, ao lado de um Portugal esmigalhado. Messi teve no Brasil a terceira chance de levantar a Copa do Mundo. E, diante dos recém-completados 27 anos, provavelmente terá outra oportunidade na Rússia, em 2018. Mas nunca foi mesmo fácil para craques em Copas do Mundo.
A maior referência argentina, Diego Armando Maradona, também sofreu em Mundiais. Em 1978, na Copa em casa, acabou preterido pelo técnico César Menotti. Mesmo decantado como revelação, Maradona foi considerado inexperiente. E deixou de integrar o elenco campeão. Em 1982, já consolidado como craque, levou outra má impressão de um Mundial: acabou expulso por entrada dura em Batista na derrota de 3 a 1 para a seleção brasileira.
A redenção veio em 1986, quando, no auge, soberbo, conduziu a Argentina ao bicampeonato mundial com atuações de gala, como diante da Inglaterra. Ali, Maradona tinha 26 anos. Quase a mesma idade de Messi, que completou 27 durante a disputa da Copa no Brasil. Mas Don Diego Maradona ainda teve outras duas oportunidades na vida. Em 90, chegou à final diante da mesma Alemanha deste domingo e perdeu.
Em 1994, acabou suspenso por doping. E chorou. Messi, em forma e maduro o suficiente, fez de da Copa no Brasil, de longe, o seu melhor mundial. Eleito melhor em campo em quatro jogos, decisivo em partidas, quatro gols assinalados. Mas não foi o suficiente. Na finalíssima, tentou. Deu bons passes, brigou em campo. No último minuto da prorrogação, já com o revés no placar, teve falta em frente à grande área. O telão mostrou sua expressão, tensa. A bola foi nas alturas. O lamento veio em seguida. o sopro de esperança do tricampeonato cessou. Pelo menos por mais quatro anos, Messi ainda não tem uma Copa do Mundo para chamar de sua. 
Confira outros jogadores melhores do mundo durante a disputa de Mundiais:
Pelé: Rei do futebol, disputar Copas do Mundo não foi tão fácil, apesar de ter participado de três conquistas. Em 1958, ainda revelação, fez gol até na final contra a Suécia. Em 1962, saiu machucado ainda na primeira fase e viu o bi mundial longe do campo. Em 1966, nova lesão após o jogo contra a Bulgária, mas o Brasil caiu na primeira fase. Em 1970, Pelé foi o ícone da melhor seleção de todos os tempos, tricampeã mundial no México.
Beckenbauer - Foram três Copas do Mundo do ídolo alemão como jogador. A primeira em 1966, com decepção. Derrota na final por 4 a 2 para a Inglaterra, anfitriã, com direito a desconfiança em um gol inglês que não teria entrado. Em 1970, a Alemanha Ocidental perdeu por 4 a 3, na prorrogação, para a Itália. Em 1974, enfim, a redeção de Beckehnbauer: vitória na Copa disputada em casa, por 2 a 1, contra a famosa Holanda de Cruyff. Capitão, ele levantou a Copa do Mundo. Gesto que repetiria em 1990, na Itália, mas desta vez como técnico.
Romário - Lesionado às vésperas da Copa de 90, foi convocado por Sebastião Lazaroni, mas ficou no banco de reservas. Em 1994, foi o símbolo de talento da seleção brasileira campeã do mundo 24 anos depois, e acabou coroado como melhor daquele ano. Em 1998, foi cortado por lesão por Zagallo e Zico às vésperas da estreia no Mundial. Em 2002, acabou preterido por Felipão da lista de convocados, mesmo após a forte pressão popular.

Ronaldo - três vezes melhor do mundo, o Fenômeno ganhou a primeira Copa sem entrar em campo, aos 17 anos, em 1994. Em 1998, como protagonista, viveu o drama da suposta convulsão antes de entrar em campo, quando o Brasil acabou derrotado por 3 a 0 pela anfitriã França, na final. Em 2002, Ronaldo eve sua maior glória: após lesão no joelho, conduziu, ao lado de Rivaldo, a seleção brasileira ao pentacampeonato, na Copa da Ásia. Foi artilheiro da competição, com sete gols. Quatro anos mais tarde, a Copa derradeira, na Alemanha, não foi agradável: acima do peso e sob críticas, o Fenômeno viu o Brasil ser eliminado mais uma vez pela França de Zidane, por 1 a 0, nas quartas de final.
Zidane - Também consagrado três vezes com o trofeu de melhor do mundo, o camisa 10 francês ganhou fama ao marcar dois gols na vitória de 3 a 0 sobre o Brasil, na final da Copa disputada em casa, em 1998. Dois anos mais tarde, lesionado, o gênio francês pouco pôde ajudar a seleção: entrou em campo com uma proteção na coxa, mas de nada adiantou e a França, então aual campeã, caiu na primeira fase. Em 2006, o enredo era quase perfeito: Zidane conduzia a França com maestria na Copa até a final contra a Alemanha. Mas a cabeçada no peito de Materazzi e a consequente expulsão fez o sonho do bicampeonato mundial ir por água abaixo. O craque teve, no último jogo da carreira, o papel de vilão.


Cruyff, Platini e Zico - Craques de suas gerações, apontados como melhores do mundo. Mas nunca conseguiram vencer uma Copa. Apenas o primeiro chegou a disputar uma final de Mundial.