sábado, 19 de abril de 2014

CBF fala em "abandono ou WO" em caso Portuguesa, mas volta atrás

  • Carlos Junior/Folhapress
    Jogadores da Portuguesa voltam ao vestiário em Joinville após saírem de campo em razão de ordem judicial
    Jogadores da Portuguesa voltam ao vestiário em Joinville após saírem de campo em razão de ordem judicial

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A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou na noite desta sexta-feira, após a confusão em Joinville, na qual a Portuguesa abandonou o gramado aos 17 minutos de jogo na primeira rodada da Série B, uma nota oficial sobre o caso. Na nota, apresentada durante o Jornal Nacional, da TV Globo, a entidade falava que a situação da Portuguesa configurava "abandono ou WO". Cerca de uma hora depois, porém, divulgou novo comunicado, alterando o texto.
A nota divulgada no Jornal Nacional, da TV Globo, abaixo:
"O ato apresentado ao delegado do jogo não tem nenhum eficácia jurídica pois foi proferido por juíza incompetente e que descumpriu determinação do Superior Tribunal de Justiça, que decidiu que o juiz competente é a 2ª vara civil, da Barra da Tijuca, do Rio de Janeiro, que proferiu decisão contrária. A Portuguesa, apesar de advertida pelo juiz da partida, que deveria ter dado continuidade à partida, optou por não voltar, o que configura abandono de jogo ou WO, que será apreciado e julgado pelo STJD."
Cerca de uma hora depois, o texto divulgado para a imprensa foi modificado:
"O ato apresentado ao delegado do jogo entre Joinville e Portuguesa não tem nenhuma eficácia jurídica, pois decorre de uma decisão proferida pelo incompetente juízo da 3ª Vara Cível do Fórum Regional da Penha, São Paulo, e que vem a desrespeitar flagrantemente a determinação do Superior Tribunal de Justiça, que já decretou que a competência é exclusiva da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que proferiu decisão contrária. O ato desse juízo confirma grave desrespeito ao STJ e é muito sério. Seus responsáveis terão de reparar os vultuosos danos causados. Quanto à Portuguesa, que abandonou o campo, caberá ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgar o mérito".
Procurador do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), Paulo Schmitt disse que a Portuguesa pode até ser excluída da competição. "Pode acontecer. Abandono, W.O e interrupção. São três artigos distintos e ainda existem os códigos disciplinares da Fifa. As penas vão desde multa, perda de pontos da partida e até a exclusão da competição. Em tese funciona desse jeito. Pelas esferas internacionais podem ocorrer rebaixamento imediato ou até uma eliminação", explicou Paulo Schmitt em contato com a reportagem do UOL Esporte.
"A Portuguesa precisa definir se vai jogar a Série B ou se não vai entrar em campo no campeonato. Ela não vai atuar na primeira divisão, pois isso já foi definido na Justiça. Se eles não querem a Série B, não tem problema. Serão responsabilizados por isso. Não vamos transformar ninguém em vítima ou mártir da competição. A Portuguesa descumpriu normas disciplinares e regulamentos. O tribunal vai julgar isso", completou.
O caso:
A Portuguesa ignorou liminar judicial e entrou em campo na primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. No entanto, isso não foi suficiente para que o jogo contra o Joinville acontecesse. A decisão dos tribunais chegou às mãos do quarto árbitro, e o jogo desta sexta-feira foi interrompido aos 17min do primeiro tempo.
Com a situação, o árbitro Marcos André Gomes da Penha encerrou o confronto após mais de 30 minutos de paralisação. O juiz entregou a súmula em branco e afirmou que a CBF será responsável por decidir se a partida será disputada novamente ou se a Lusa perderá o jogo por WO.
"Fomos ameaçados pela Justiça. Fui obrigado a retirar o time de campo, mesmo contra a minha vontade. Enquanto a liminar não cair, o time não pode entrar em campo. Acatamos o que a Justiça determinou. Temos medo de um WO, mas não temos o que fazer", disse Ilídio Lico, presidente da Portuguesa, em conversa por telefone com o UOL Esporte.