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A expulsão de Montolivo por entrada tola e criminosa em Christian Poulsen aos 21 minutos do primeiro tempo apenas reforçou a tendência da disputa em Milão: time de Massimiliano Allegri, ciente de suas muitas limitações, com linhas recuadas e esperando o Ajax, que necessitava da vitória para garantir a segunda vaga do Grupo H da Liga dos Campeões, o do Barcelona.
Montolivo foi expulso aos 22 minutos do primeiro tempo no San Siro.
O 4-3-1-2 habitual do Milan virou duas linhas de quatro com a entrada de Poli na vaga de El Shaarawy e o recuo de Kaká pela esquerda. Como o time holandês forçava pelo lado oposto com Blind, Sereno e Fischer e Poulsen fazia a saída de bola com liberdade, o brasileiro voltou à ficar à frente do trio de meiocampistas para ao menos cercar o dinamarquês.
No segundo tempo, Balotelli passou a recuar à direita com o nítido cansaço de Kaká, que saiu para a entrada de Mexés. Três zagueiros para bloquear as muitas bolas levantadas pelo Ajax.
Porque o time de Frank De Boer executa com correção o 4-3-3 dentro da escola holandesa. Linhas compactas, marcação avançada e valorização da posse de bola - terminou com 63%. Movimentos precisos: laterais, meias e ponteiros combinam pelos flancos. Se a jogada não sai, a bola roda com paciência até o outro lado.
No primeiro tempo, Bojan Krkic tentou atuar como um "falso nove", recuando para combinar com os meias Klaassen e Sereno, atraindo a marcação e esperando as diagonais dos ponteiros Schone e Fischer.
Tudo correto...mas falta brilho, chama criativa. Com o Milan fechado, o Ajax precisava do passe diferente que desarticula a defesa ou o drible que abre espaços e mata a cobertura. Nada disso apareceu. Apesar da qualidade de Fischer e da vontade de Sereno. Desde o primeiro tempo viveu de jogadas aéreas, com bola parada ou rolando. Acertou a trave com Poulsen.
Olho Tático
Kaká variou da esquerda para o centro após a expulsão de Montolivo; Ajax no 4-3-3 imutável com Bojan como 'falso nove' e boas combinações pelos lados.
Na segunda etapa, De Boer manteve o 4-3-3, mas com Hoesen entre os zagueiros do Milan , Schone recuado como volante e Bojan à direita. Depois trocou o espanhol e Sereno por Sightorsson e Van der Hoorn, aumentando a estatura da equipe. Mas sem mexer no desenho tático. No total, finalizou 23 vezes - 11 na direção da meta que deram trabalho ao goleiro Abbiati. Mas nenhuma chance cristalina.
Tudo muito mecânico, sem o habitual talento do futebol holandês que hoje aparece na Alemanha, Inglaterra. Até na Turquia. Nem tanto no próprio país.
Olho Tático
No final, Ajax aumentou estatura com substituições e jogou bolas na área; Milan defendeu com três zagueiros e apenas Balotelli à frente.
Melhor para o Milan, único italiano classificado para as oitavas-de-final do torneio continental. Logo o time mais fraco, bem abaixo de Juventus e Napoli, que sofreram em grupos muito mais fortes. A tabela da Série A deixa isso bem claro.
A equipe que chutou apenas três vezes no San Siro. Duas na direção da meta. Sem transição ofensiva, tentando atacar à direita com De Sciglio e que se entrincheirou na própria área com a humildade de quem se sabe inferior. Mais ainda com um homem a menos.
A equipe que chutou apenas três vezes no San Siro. Duas na direção da meta. Sem transição ofensiva, tentando atacar à direita com De Sciglio e que se entrincheirou na própria área com a humildade de quem se sabe inferior. Mais ainda com um homem a menos.
Na prática, porém, a camisa pesada, mesmo com time sofrível, segue adiante.
TruMedia
Mapa de toques do Milan: time entrincheirado e que tentou atacar à direita com De Sciglio.
