sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

City confirma força em casa, mas Liverpool leva créditos do jogaço em Manchester

Getty
Negredo comemora gol contra o Liverpool
Negredo comemora gol contra o Liverpool no Etihan Stadium.
Nem parecia que a disputa no Etihad Stadium tinha desfalques do peso de Aguero, Gerrard e Sturridge. Jogaço! Mais um na Premier League de surpreendente equilíbrio. A favor do primeiro tempo, apenas os gols.
O Manchester City de Manuel Pellegrini comprovou em mais um jogo grande dentro de casa o impressionante volume de jogo e a notável vocação ofensiva. Mesmo com um atacante a menos na mudança do desenho tático do 4-4-2 para o 4-2-3-1 com Nasri e Silva revezando no centro e pela esquerda no trio de meias.
Sem comparações e guardando a devida distância do tempo, escalar Zabaleta e Kolarov nas laterais, Fernandinho e Yaya Touré como volantes é quase o mesmo que Telê fez em 1982 com Leandro e Júnior pelos lados, Cerezo e Falcão por dentro.
Coragem que cobrou seu preço após dez minutos de pressão e muita fluência à direita com Zabaleta e Jesus Navas para cima de Cissokho. O Liverpool respondeu com duas adaptações: Henderson recuou para ficar alinhado a Allen à frente de Lucas Leiva e acertar a marcação no meio-campo, negando espaços aos volantes. E também atraindo a marcação para abrir os espaços às costas de Fernandinho e Touré que Luiz Suárez começou a aproveitar.
O artilheiro da Premier League com inacreditáveis 19 gols em 13 jogos circulou livremente entre a defesa e o meio-campo dos citizens e passou a servir seus companheiros. Acertou lindo passe de típico camisa dez para Sterling, mas a arbitragem errou bisonhamente marcando impedimento. Uma das muitas decisões questionáveis ao longo da partida.
TruMedia
Mapa de toques de Suárez mostra forte presença na intermediária ofensiva partindo para a área adversária.
Mapa de toques de Suárez mostra forte presença na intermediária ofensiva partindo para a área adversária.
Em outra participação do uruguaio, o camisa 31 chegou a driblar o goleiro, mas foi Coutinho quem empurrou para as redes. Brasileiro que novamente mostrou qualidades entrando em diagonal a partir da esquerda, mas perdeu chance cristalina em outra trama de Suárez. Imperdoável.
Porque é difícil resistir diante de um oponente que avança, pressiona a marcação e ataca em velocidade por todos os lados com muita gente. Como se não houvesse amanhã. Com bola parada ou rolando. Empatou com Kompany em jogada conhecida, mas difícil de parar. Depois os Reds cederam o contragolpe que Negredo finalizou e o goleiro Mignolet aceitou.
Olho Tático
City no 4-2-3-1 ultraofensivo atacando com laterais e volantes; Liverpool se reagrupou no 4-1-4-1 e sobrou com Suárez circulando entre as linhas.
City no 4-2-3-1 ultraofensivo atacando com laterais e volantes; Liverpool se reagrupou no 4-1-4-1 e sobrou com Suárez circulando entre as linhas.
O empate não teria sido nenhum absurdo na segunda etapa. Suárez tirou da cartola outro passe com afeto que só não virou assistência porque Sterling isolou. Brendan Rodgers tentou empurrar seu time à frente com Moses e Iago Aspas nas vagas de Coutinho e Lucas, mas perdeu criatividade e "punch". Também pelo cansaço do onipresente e sobrecarregado Suárez.
O City administrou a vantagem ocupando o campo de ataque e finalizando. Mesmo com substituições mais conservadoras: Pellegrini trocou Milner, Dzeko e Javi García por Nasri, Negredo e Silva, avançando Touré como meia central.
Olho Tático
No final, City com formação mais conservadora, mas ainda atacando; Liverpool arriscou tudo com formação ofensiva, mas faltou criatividade.
No final, City com formação mais conservadora, mas ainda atacando; Liverpool arriscou tudo com formação ofensiva, mas faltou criatividade.

O time anfitrião terminou com 52% de posse e 20 finalizações contra doze - 6 a 5 na direção da meta. Continua 100% em seus domínios na liga. Mais uma prova de força do agora vice-líder, candidato ao título inglês e emergente na Europa.
O Liverpool perdeu a liderança para o Arsenal e caiu para o quarto lugar. O comportamento, porém, foi de equipe que volta a pensar grande. Mesmo com sérios desfalques. Por isso sai do Manchester sem pontos, mas com créditos.