terça-feira, 5 de novembro de 2013

Marqueteiros, consultores, vipinhos e vipões, atenção: estádio não é lugar para o Rei do Camarote

Os marqueteiros invadiram o universo do futebol. Ditaram regras, muitas delas furadas, mas pautaram a imprensa quando, por exemplo, inventaram, entre outras coisas, um craque de araque vindo da China. São realmente criativos e sabem usar a mídia apressada que tudo aceita.
Outro personagem que cresce ao redor das quatro linhas é o consultor em marketing esportivo. Umespecialista. Não é raro aparecer por aí com planilhas de Excel e power points a tiracolo. Tem resposta para tudo, solução para tudo, idéias para tudo o que envolve o futebol.
De quebra, é capaz de desenvolver estudos que medem não só o faturamento dos clubes como a paixão do torcedor. Incrível, não? Como alguém consegue medir paixão, fanatismo, amor? Mas não vamos generalizar. Há boas análises em meio a alguns escorregões pretensiosos nesses "estudos".
Mas este é um esporte popular, queiram ou não. Existem pessoas com dinheiro e dispostas a gastar em ingressos caros, que passariam o cartão de crédito pela maquininha em frenéticas ações de consumo futebolístico. Mas esses são raros como suas aparições em estádios.
Como todo endinheirado, esse torcedor eventual divide seu tempo livre entre várias formas de lazer. Dificilmente um camarada com tal perfil prioriza o futebol, se dedica apaixonadamente a um time. Eles existem em quantidade muito mais nesses "estudos" do que na vida real.
Por isso as "arenas", como gostam de chamar hoje em dia, vivem às moscas em seus lugares mais "nobres", exceto em pelejas de grande apelo. Jogos de grande importância, interesse e demanda. Daqueles que atraem Vips, "vipinhos" e "vipões".
Mas jamais esqueçamos. Esses cotejos são exceção, não acontecem a toda hora e os tais torcedores/clientes/consumidores/endinheirados não aparecem a toda hora. E geralmente eles não dão as caras tantas vezes por ali porque a cancha não é o seu habitat.
Não, o estádio não é um bom lugar para o Rei do Camarote!
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