Gazeta Press
Cruzeiro bateu o Bahia fora de casa e garantiu o título do primeiro turno
Cruzeiro bateu o Bahia fora de casa e garantiu o título do primeiro turno
O Estadual serviu como uma espécie de laboratório para a remontagem do Cruzeiro com tudo novo: do técnico Marcelo Oliveira aos muitos reforços. Saldo positivo pela ótima campanha que só parou no rival Atlético campeão da América que vivia a melhor fase na temporada, superior até à da reta final da Libertadores.
Já na Copa do Brasil os resultados e o desempenho foram excelentes até encarar o cenário quase sempre hostil de enfrentar o Flamengo em um jogo decisivo no Maracanã cheio. Faltou maturidade para definir o confronto no Mineirão ou administrar melhor a vantagem no Rio de Janeiro.
Eliminação doída e inesperada, mas a recuperação foi rápida e consistente. Vitórias sobre Vasco e Bahia, oito gols marcados e o "título" do primeiro turno com uma rodada de antecedência. No vácuo do Botafogo irregular e sem reposição e a recuperação do Atlético-PR com Mancini só após o início na zona rebaixamento, o Cruzeiro vai sobrando. Fruto da combinação investimento/planejamento que costuma colher bons resultados.
O desenho tático e o estilo de jogo estão bem assimilados, apesar da troca de peças. No 4-2-3-1 celeste, Marcelo Oliveira mexeu em todos os setores. Diego Souza foi embora, Dagoberto se lesionou, Anselmo Ramon perdeu espaço. Só Everton Ribeiro, cada vez mais criativo e vertical, se manteve no quarteto ofensivo que segue com movimentação, rapidez e, principalmente, objetividade.
O Cruzeiro é o time que mais acerta finalizações no Brasileiro. Também precisa de menos conclusões para ir às redes: marca um gol a cada 7. Não por acaso é o ataque mais positivo, com 41. Número inédito na era dos pontos corridos em 18 rodadas. Média superior a dois por partida. O volume de jogo é forte para acuar o rival em casa e o contragolpe veloz e contundente longe do Mineirão. Sem contar a bola parada, cada vez mais eficiente.

Só os números da retaguarda precisam melhorar. Os 18 gols sofridos, média de um por jogo, não são uma catástrofe e se explicam pela proposta ofensiva. Mas na era dos pontos corridos as defesas menos vazadas costumam levar a taça para casa. Vale ficar atento.
As opções são fartas no elenco mais homogêneo do país, que combina juventude e experiência. Na lateral-direita, o treinador pode optar entre a rodagem de Ceará e o fulgor do jovem Mayke para fazer companhia a Fabio no gol, Dedé e Bruno Rodrigo na zaga e Egidio pela esquerda.
No meio, a entrada de Souza deu a qualidade que faltava à saída de bola dos volantes e o jovem Lucas Silva mantém o nível com passe certo e dois belos gols contra o Vasco. Os únicos da equipe em chutes de fora da área na competição. De volta ao clube, Henrique é outra opção de volante moderno, que marca e joga e torna o setor mais leve. Leandro Guerreiro perdeu espaço e Nílton, quando voltar de lesão, terá trabalho para reconquistar a vaga.
Julio Baptista já começa a justificar o status de grande contratação com gols. Apesar de ser mais lento, participa ativamente da dinâmica na frente partindo do centro, mais revezando com Willian pela esquerda. No triunfo sobre o Vasco, alternou com Ricardo Goulart como referência. Com o retorno de Borges, o ataque ganhou força e presença de área. A troca rápida de passes é envolvente e a mobilidade abre espaços para volantes e laterais, que se revezam no apoio com sincronismo cada vez mais apurado.
Olho Tático
Na vitória sobre o Bahia, um novo Cruzeiro: volantes Lucas Silva e Henrique mais leves, ataque que ganha peso com Borges e Julio Baptista.
Na vitória sobre o Bahia, um novo Cruzeiro: volantes Lucas Silva e Henrique mais leves, ataque que ganha força com Borges e Julio Baptista.
Marcelo Oliveira ainda conta com Martinuccio, Vinicius Araujo, Anselmo Ramon, Dagoberto, Luan, Everton, Tinga, Léo, Elber, Alisson... É possível formar dois times de respeito e mais alguns reservas viáveis.
Olho Tático
Com lesionados e reservas no mesmo 4-2-3-1, uma formação de respeito que comprova a força do elenco
Com lesionados e reservas no mesmo 4-2-3-1, uma formação de respeito que comprova a força do elenco
E a melhor notícia: quando o Brasileiro chegar à reta final, o clube terá o calendário mais folgado por não estar envolvido em Copa do Brasil ou Sul-Americana. Enquanto os concorrentes podem perder o que já possuem na conta do chá, o time mineiro terá mais tempo para recuperar o elenco mais robusto.
Fatores que apenas reforçam o Cruzeiro como o maior favorito ao terceiro título brasileiro de sua história e podem fazer de 2013 o ano do futebol de Minas Gerais no país.