terça-feira, 10 de setembro de 2013

A reação possível

Quatro pontos de distância para fora da zona de rebaixamento é a mesma diferença do Fluminense, 19º colocado, no fim do primeiro turno de 2009.
Naquele ano em que Cuca comandou a grande reação tricolor, do Rio, a distância chegou a cinco pontos quatro rodadas antes do fim da campanha.
O Fluminense fugiu do rebaixamento com intensa participação de sua torcida.
A situação do São Paulo não é difícil pela diferença de pontos.
É complicada porque a equipe não vence partidas em casa, como na derrota para o Criciúma por 2 x 1, na quinta-feira.
A situação do Corinthians pode ser pior se seu ataque não começar a fazer gols.
O time de Tite é dono da segunda melhor defesa da história do Brasileirão por pontos corridos --só o São Paulo 2007 levou um gol a menos até a 19ª rodada. Mas seu ataque é inoperante.
Estatisticamente, o Cruzeiro tem menos posse de bola do que o Corinthians. No Brasileirão, diferente dos campeonatos da Europa, a posse de bola não é sinônimo de produção ofensiva.
Só há duas grandes reações na história dos pontos corridos.
Em 2008, o São Paulo estava 11 pontos atrás do Grêmio no final da primeira rodada do returno.
Terminou três à frente dos gremistas e fez 11 gols a mais do que o rival no returno.
Em 2009, o Flamengo esteve 13 pontos atrás do Palmeiras, líder, a 15 rodadas do fim da campanha.
No caso do Fla, o que melhorou foi a defesa, vazada apenas sete vezes até o título --o ataque marcou 25, como o Palmeiras em queda da liderança para a quinta posição.
O São Paulo precisa parar de sofrer gols, como o Flamengo de 2009.
O Corinthians precisa começar a marcá-los.
Nem o Corinthians ganhar a taça nem o São Paulo escapar do rebaixamento é missão inviável.
Com os índices atuais, da defesa tricolor --mais de um gol sofrido por partida-- e do ataque corintiano "um gol marcado por rodada" é impossível reagir.
Os 42 gols do Cruzeiro indicam um caminho melhor.
De 1996 a 2006, todos os ataques mais positivos do Brasileirão terminaram com o título, exceto o Vasco de 2000.
Nos últimos sete anos, a história transformou-se.
A melhor defesa conquistou os três últimos campeonatos, mas sair do bloco intermediário para se aproximar da liderança exige ousadia -o Corinthians precisa disso.
Escapar do rebaixamento implica fechar o vazamento defensivo.
Paulo Autuori não vai conseguir evitar o fracasso se não seguir essa receita fora de casa. E se não começar a ser ousado para ganhar jogos no Morumbi. Das nove vezes em que foi anfitrião, o Tricolor só venceu duas.
Isso tem de mudar.
Editoria de Arte/Folhapress
PVC 09.set
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TIRO CERTO
De todos os jogadores recém-contratados do Palmeiras, o mais importante é Alan Kardec. Joga como centroavante e como ponta. Se precisar, ocupa a ponta de lança, função de Valdivia. Ele e Mendieta podem formar a espinha dorsal para o time do ano que vem, na Série A, no ano do centenário.
VACILO


Júlio Baptista e o zagueiro Dedé são os dois jogadores que recebem salário acima dos R$ 500 mil mensais do elenco do Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro. Ceará está na faixa de ganhos de R$ 300 mil. É essa a conta certa, como foi publicado em algumas edições na coluna de ontem.