terça-feira, 23 de julho de 2013

Homens e meninos

Felipão conta uma das primeiras frases do atacante Bernard, depois de enfrentar a Itália em seu primeiro jogo oficial pela seleção: "Chefe, é diferente mesmo!"
Jogo grande é para gente grande. Mesmo para um garoto recém-saído da adolescência ou da puberdade entre os boleiros. Tem de ser maduro, mesmo sem idade para isso.
A lógica é o craque experiente crescer na partida decisiva. O menino vai bem mesmo se apenas assumir seu papel de coadjuvante.
O Atlético-MG foi diferente no primeiro jogo das finais da Libertadores. Sentiu muito a falta do garoto Bernard. Mas ressentiu-se mais da presença opaca de Ronaldinho.
Coube ao volante Aranda diminuir o espaço e fazer Ronaldinho sentir o peso do jogo. Pode-se questionar a sua substituição pela chance de o jogador especial criar algo sensacional. Só pela expectativa.
Impossível dizer que Ronaldinho sente partidas grandes. Na época em que foi eleito o melhor do mundo duas vezes seguidas, Ronaldinho brilhou contra o Milan em San Siro, na semifinal de Liga dos Campeões.
Partida gigante!
Foi aplaudido de pé pelo Santiago Bernabéu depois de impor ao rival Real Madrid uma das maiores humilhações de sua história --3 x 0.
Quarta, em Assunção, Ronaldinho entregou-se à marcação de Aranda. Não pode ser assim na final da próxima quarta, no Mineirão.
Vantagem para Ronaldinho que vai poder contar com o seu melhor coadjuvante. É possível até que Bernard, mais maduro depois da Copa das Confederações, assuma o papel de protagonista aos 20 anos.
Não pode ser cobrado por isso. A lógica do futebol é que os homens ganhem campeonatos. Para vencer a Libertadores, o Galo precisa de seu homem, Ronaldinho, e do menino Bernard.
APANHAR PRA CACHORRO
Paulo Autuori não vai apanhar pra cachorro, como lhe disse um dirigente do Tricolor na sua chegada ao CT da Barra Funda. Não apanhará, não por seu trabalho ser bom, mas por seu discurso ser perfeito.
Paulo Autuori fala como poucos. Fala melhor do que trabalha, embora seja de se elogiar vários de seus projetos do passado --Cruzeiro, Botafogo, São Paulo...
Mas ao discursar sobre os erros que conhecia e assumir para si os problemas, Autuori, sem querer, inibe qualquer crítica. Sua única culpa foi ter assumido um clube repleto de problemas.
Suas palavras precisas provocam aos olhos que mirem ao redor e procurem em Adalberto Baptista e Juvenal Juvêncio a origem do caos. No técnico, não. Os dirigentes vão apanhar para cachorro! É justo.
Também é correto lembrar que Autuori é o primeiro técnico do time, desde Brandão (1964), a somar três derrotas nos três primeiros jogos.
QUE BOM!
O domingo no Maracanã foi, sim, uma festa!
O LÍDER
Primeiro da Série B, o Palmeiras tem duas preocupações: diminuir o contingente de 43 jogadores treinando e melhorar sua equipe taticamente pensando em ganhar a Copa do Brasil. A evolução em campo acontece. Kleina joga com volantes de bom passe e tem Valdivia finalmente jogando bem. Por isso, o Palmeiras é líder.
OS MELHORES


O líder Botafogo colhe os frutos da continuidade, como Corinthians e Atlético-MG. Os times mais modernos são os que mais mantêm treinadores. Mas o Coritiba, 3º lugar, merece respeito. Empatou na Vila jogando melhor todo o 1º tempo, equilibrando o segundo. Troca de passes, paciência e o talento de Alex são as armas.