Nos últimos 15 dias, pelo menos 25 bebês morreram na Santa Casa do Pará. A superlotação faz com que as crianças fiquem amontoadas e vulneráveis a doenças. Esse é apenas um exemplo de como a Copa do Mundo, quase toda ela feita com recursos públicos, impõe uma troca perversa no País.
A experiência de participar de uma Copa do Mundo, seja jogando, fazendo a cobertura jornalística ou simplesmente se divertindo é única. Desde 30 de outubro de 2007, quando o Brasil foi definido oficialmente como a sede de 2014, o nosso país ficou dividido entre os rabugentos, que reconheciam no evento as incongruências de um gasto absurdo, e aqueles que viam nessa dinheirama os tijolinhos do legado.
Falta menos de um ano e todos sabem que o tal legado simplesmente não existe. O Mundial está aí, vamos curti-lo, mas não podemos tampar os ouvidos para a voz da revolta. No dia 17 de junho de 2013, parte do Brasil saiu às ruas para protestar. A maioria se comportou como deve ser feito, na paz, porque só ela dá razão a quem reclama.
A sensação de quem sempre colocou o dedo na ferida não é de vitória, é de derrota. Mas sempre fica uma esperança.