O torcedor do Clube Atlético Mineiro é sofrido, todo mundo sabe. Um título brasilero no remoto ano de 1971 e de lá para cá esse cidadão viu o rival, Cruzeiro, crescer em popularidade, colecionando títulos, como as quatro Copas do Brasil, um nacional e duas Libertadores, além da presença em mais um par de finais. Dos anos 1990 para cá, o cenário piorou com sete sete títulos mineiros do Galo e 13 conquistas estaduais celestes.

Isso é sofrimento para o torcedor alvinegro. Aliás, era sofrimento. Hoje o atleticano se orgulha do time que tem e vê que os momentos difíceis, como o do rebaixamento à Série B, valeram a pena. Não se segue um time só porque ele costuma vencer. A pessoa torce por uma camisa ao se apaixonar por ela. Futebol sem amor incondicional não é futebol. E só quem já passou por isso entende a dimensão do sentimento que o atleticano tem hoje.

Mas ainda falta algo, ou melhor, falta muito. Até aqui o Galo vive uma ótima fase, como em outras décadas quando apresentou um dos melhores times e no final, ficou sem a taça. O triunfo sobre o São Paulo, da forma como aconteceu, num 6 a 2 em dois jogos, foi passo muito importante.

Há maneiras e maneiras de se classificar. O Atlético avançou no certame da forma mais espetacular. Massacrando, esmagando, amassando o rival. Sem dó nem piedade. Como se o time de hoje pagasse as prestações de alegria que o clube deve à sua torcida. Uma vitória aqui, um troféu ali, uma goleada acolá, até alcançar o objetivo principal, um título nacional ou internacional.

Divulgação/Atlético-MG
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Jô e Ronaldinho comemoram na goleada do Atlético-MG sobre o São Paulo na Libertadores: time forte que sonha alto

Ah, o tricolor paulista... O que se falava sobre o clube há algum tempo ficou lá atrás. A conversa de que o São Paulo é forte na Libertadores, "gosta" da competição, etc e tal, hoje é só história. O público nos jogos do Morumbi ainda tem sido bom, mas já foi maior e os resultados... Com as derrotas para o Atlético, os são-paulinos alcançaram a sexta eliminação seguida no torneio diante de times brasileiros. Uma espécie de freguesia diversificada.

Algozes domésticos do São Paulo:
2006 - Internacional
2007 - Grêmio
2008 - Fluminense
2009 - Cruzeiro
2010 - Internacional
2013 - Atlético-MG 

Na campanha (pífia) deste ano foram 10 partidas. Perdeu seis, três para o Galo e duas na Bolívia! Venceu apenas três vezes e não foi capaz de derrotar o Arsenal de Sarandí, onde também caiu derrotado. Depois de ver o time humilhado no Horto, o torcedor tricolor esfria a cabeça e percebe mais detalhes relevantes após a pior derrota são-paulina na história da Libertadores. Fica claro que o São Paulo não tinha condições de lutar pelo título.

Hoje em dia, na Libertadores da América, as glórias do São Paulo... vêm do passado.

Reprodução
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