Mesa de restaurante, quarta à tarde, alguns metros à frente a conversa em voz alta envolve a Libertadores. Um dos personagens afirma, sem medo de errar: "O Atlético, sim! Esse está jogando o mais puro futebol europeu!"

Ops!
Como o assunto era futebol e veio parar em mim, não aguentei e tentei corrigir, minutos depois. "Futebol europeu, não. Futebol brasileiro!"

Horas depois, lá estava o melhor estilo Atlético. Marcação forte, no campo de ataque, deslocamentos e muita, muita velocidade. Essa foi a receita de Cuca para atropelar o São Paulo.
E veja que quando até o técnico adversário admite que seu time foi atropelado é porque a coisa foi feita.

Corrijo, de novo. Foi bonita!
Passes e dribles de Ronaldinho Gaúcho, atuação de gala de Jô, autor de três gols, Bernard saindo da esquerda para fazer o pivô como se fosse centroavante, Diego Tardelli entrando em diagonal. E o que está jogando o mais discreto dos talentos do Atlético, Leandro Donizete!!!???

O Atlético jogou como campeão da Libertadores, embora ainda faltem seis jogos para chegar à conquista. Mas mostrou que também se pode jogar no Brasil o futebol mais moderno do planeta.

O futebol atual, brasileiro e europeu, precisa de uma característica que o trabalho de Cuca teve na Cidade do Galo: tempo. Como é bom ver um time que joga de memória, porque joga junto há quase dois anos.
E já são 47 partidas sem perder como mandante, 33 no estádio Independência.