terça-feira, 15 de maio de 2012

VÍDEO: Romário não condena Marin por análise prévia de convocações: 'Sempre aconteceu'

Sucessor de Ricardo Teixeira na CBF, José Maria Marin não tem evitado o contato com a imprensa – pelo contrário, o novo presidente da entidade tem mantido boa relação com a mídia. Mas uma medida adotada pelo mandatário foi alvo de críticas: Marin afirmou que gostaria de ver as listas de convocados por Mano Menezes 48 horas antes de o treinador anunciá-la.

Para Romário, a postura de Marin não deve ser condenada. Pelo contrário, o ex-jogador até vê méritos na atitude do presidente da CBF que, segundo ele, deixa clara uma realidade existente em todo o mundo. Segundo o ex-jogador, a prática é comum em clubes e seleções de todo o mundo.

“Na minha cabeça, isso sempre aconteceu no futebol mundial. Infelizmente, quem conhece pouco dos bastidores e ouve isso, se assusta. Mas nós, que já vivemos há alguns anos no futebol, sabemos que isso sempre aconteceu, seja em clubes ou seleções. Uns 10 dias ou uma semana antes, os presidentes sempre tiveram noção de quem seria convocado. Então, quando o presidente põe isso em público está bem correto e tem que ser assim mesmo”, disse Romário em participação no Juca Entrevista Especial – o programa vai ao ar às 21 horas de sábado (19).



Veja um trecho do Juca Entrevista com Romário
Para Romário, o nível de interferência de Marin nas listas de Mano Menezes é algo que diz respeito à relação entre ambos. Nas palavras do hoje deputado federal, o treinador possivelmente aceitou a condição.

“O atual presidente não colocou o treinador lá, o Mano já estava no cargo quando ele assumiu. Eu acredito que deve ter havido uma conversa e o presidente colocou: vai ser assim, quer? E, pelo que parece, ele (Mano) quis, porque continua aí. Para mim, parece pra mim justo que o presidente, que é quem manda e paga o salário, falar se acha ou não que fulano deve ser chamado. Agora, depende do treinador, aceitar ou não”, afirmou.

A promessa de Teixeira – A interferência de dirigentes em convocações tanto não é novidade que, em 2002, Ricardo Teixeira pediu ao treinador Luiz Felipe Scolari que levasse Romário para a Copa do Mundo, disputada na Coreia do Sul e no Japão.

“No final, o resultado acabou mostrando que ele tinha razão”, disse Romário no Juca Entrevista. Questionado sobre o que faria com um treinador que não obedece a uma ordem superior, o ex-atacante não teve dúvidas.

“Eu, como presidente, se peço pra não convocar, e ele convoca, no dia seguinte eu demito”, afirmou o Baixinho. Depois, ele admitiu que talvez Teixeira não tenha dito a Felipão o mesmo que disse a ele, Romário.

“O Ricardo Teixeira apertar a minha mão e falar que eu vou para a Copa do Mundo é uma coisa, mas não sei o que foi conversado com o Felipão”, disse.