domingo, 13 de novembro de 2011

VÍDEO: Mesmo com restrições a mulheres e bebidas, Catar prepara Copa ultra moderna para 2022

O Catar é um pequeno país. Um emirado árabe na beira do Golfo Pérsico, com a metade da área de Sergipe, o menor estado do Brasil, e com uma população total aproximadamente igual à de Recife. Pequeno, mas extremamente rico.

Uma volta pela capital Doha basta para ver carrões por todos os lados e prédios moderníssmos. O Produto Interno Bruto cresceu 600% nos últimos cinco anos. Tudo por causa da produção de petróleo e, principalmente, gás natural, cuja reserva corresponde a 15% do planeta. Tudo isso faz do pequeno Catar o país, segundo o FMI, de maior renda per capta do mundo, quase 15 vezes maior do que a brasileira e o triplo da americana. É neste cenário que vai acontecer a Copa do Mundo de 2022.



“A Copa do Mundo vai trazer todos os países para o nosso país. Todas as atenções estarão no Catar”, comemora Hamad Bin Saleh Al-Mannai, diretor da Liga do Catar.

Por isso, o país não quer fazer feio. O orçamento é o maior da história: 50 bilhões de dólares. Mas haverá restrições. O Catar é o primeiro país muçulmano a receber um Mundial.

As famosas torcedoras com decotes pra lá de provocantes terão de ser mais recatadas. Se vestir com tão pouca roupa em 2022 não será permitido. 
Não é mais obrigatório, mas as mulheres no Catar ainda andam de burca. 
Problema maior está na comercialização de bebidas alcóolicas nos estádios. Se no Brasil, a discussão é grande, no Catar será ainda pior. O consumo é crime e só estrangeiros podem beber mediante autorização especial do governo e dentro de suas casas.

“Eu acredito que isso pertence ao nosso país, que sera responsável por todas as coisas durante a Copa do Mundo. Para mim, proibir ou não é decisão do país”, opina Saleh Al-Mannai.

Para compensar, o Catar prepara a Copa do Mundo com estádios ultra modernos. Os projetos impressionam.
Todos os estádios serão climatizados para amenizar a temperatura que nos meses de junho e julho se aproxima dos 50 graus. 
Os que existem, serão completamente transformados. O de Al Khor vai ter formato de concha do mar. 

O de Al Wakrah, por enquanto modesto, 
vai virar um complexo com centro aquático e hall multiuso. 
O de Al Rayyan é até imponente de longe, mas vai se transformar num show de luzes e imagens com centenas de telões espalhados em seu entorno. Serão 12 estádios ao todo, seis na capital, Doha. Todos num raio de apenas 60km.

“Um dos nossos trunfos é que o torcedor vai poder assistir dois jogos no mesmo dia. É uma grande oportunidade para a torcida porque a distância de um estádio para outro não é grande. Em qualquer outro país, seria necessário pegar um avião. Aqui em Doha vai ser possível pegar um trem ao fim do jogo e ir para outro estádio”, garante o dirigente.
O curioso é que o sistema de trens ainda não existe. Hoje tudo é feito de carro. Praticamente não há transporte público. Mesmo assim, é difícil ver algum congestionamento.

A linha de trem que será construída do zero vai interligar todo o país e será um dos principais legados da Copa. 

Uma ponte a ser construída para ligar o Qatar ao Bahrein, o emirado árabe vizinho, também faz parte do projeo. Mas a coqueluche do Mundial está em outro lugar.

Em Lusail, ao lado do autódromo que recebe todos os anos o GP do Catar de Motovelocidade, existe hoje um enorme deserto. Neste lugar, praticamente no meio do nada, será erguida uma espécie de cidade resort para 200 mil habitantes, que vai ter hotéis, marinas e shoppings de altissimo padrão. Aqui também sera erguido o Lusail Iconic Stadium com capacidade para 86 mil torcedores, que vai abrigar a abertura e a final da Copa do Mundo de 2022.
A promessa é a de que tudo estará pronto em 2020. Até que lembra um certo pais que vai organizar a Copa do Mundo de 2014, não?